Capa, uma das reedições.
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Prancha 1.
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Prancha 2. |
Prancha 3. |
Prancha 4. |
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Prancha 7. |
“Chihuahua Pearl”
“Chihuahua
Pearl”
Roteiro:
Jean-Michel Charlier
Desenhos
e capa: Jean Giraud
Cores:
Évelyne Tran-Lê
Volume: 13
Volume: 13
Ano
de publicação da primeira edição: 1973
Número
de pranchas: 46
Gênero:
Western
Preço:
11.99 €
Formato:
22,5x29,8 cm
Público:
Todos os públicos – Família
Dargaud
Éditeur, Paris, França
Fonte
das imagens: Dargaud Éditeur: Capa e pranchas 1 a 5. Sceneario:
Prancha 7.
Prancha anúncio do episódio “Chihuahua Pearl”
publicada em “Pilote” nº 565 de 3 de setembro de 1970. Texto de Jean-Michel
Charlier e desenhos de Jean Giraud.
Fonte: Jean-Yves Brouard.
Capa, 1ª edição. |
O título “Chihuahua Pearl” ainda tem o subtítulo “Fort Navajo une Aventure du Lieutenant Blueberry”, mas a partir do seguinte (“L’Homme qui valait 500.000$”) há apenas “Une Aventure du Lieutenant Blueberry”.
Primeiro ano de lançamento de “Chihuahua Pearl”: 1973 (início do ano). Primeiro ano de lançamento de “L’Homme qui valait 500.000$”: também 1973 (outono daquele ano). Portanto, a troca foi no curso de 1973.
Jean-Yves Brouard
“Chihuahua Pearl”
- “Chihuahua Pearl”
Primeiro álbum do
ciclo Chihuahua Pearl. O Tesouro dos Confederados (álbuns 13 a 15) - México,
Texas e Arizona. Verão de 1869. Acontecimento histórico: A lenda do Ouro dos
Confederados. A capa portuguesa é distinta daquela francesa, em cuja está
ilustrada a personagem-título; a editora Meribérica utilizou a capa americana,
na qual está o rosto de Blueberry com a assinatura de Mœbius, como era mais
conhecido Jean Giraud na terra das aventuras blueberryanas.
Jean Giraud se inspirou no visual de sua primeira esposa, Claudine
Giraud, para compor aquele de Lily Calloway, a famosa cantora loira.
Entretanto, a inspiração para a capa do álbum "Chihuahua Pearl",
1973, foi a publicidade da Ultra Brite em "Pilote", Nº 674, outubro
de 1972. Há três versões de inspirações, de Jean Giraud, para a capa do álbum "Chihuahua Pearl":
duas em dois anúncios do creme dental Ultra Brite e uma no rosto de Rita
Scherrer, atriz e modelo europeia dos anos 1960 e 1970.
Chihuahua Pearl no palco do saloon Casa Roja em Chihuahua.
Prancha 39B. N. C.: Edição belga.
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Claudine
Giraud foi a musa inspiradora do visual de Lily Calloway, que, certamente,
também apresenta traços das atrizes Brigitte Bardot e Marilyn Monroe.
Contudo, a célebre namorada de Blueberry, mais conhecida como Chihuahua
Pearl, teve a sua primeira aparição, no álbum "Chihuahua Pearl",
prancha 39B, inspirada na atriz americana Jayne Mansfield, igualmente célebre, loira
e bela, em atuação na comédia western "The Sheriff of fractured
jaw" (“Apuros de um Xerife”, título no Brasil), 1958, dirigida por Raoul Walsh.
Homenagem de Giraud a Charlier. Prancha 7, quadrinho 2.
N. C.: Edição americana da Epic Comics. |
Na página 7, quadrinho 2, de “Chihuahua Pearl” (“Chihuahua
Pearl”), álbum publicado em 1973, Jean Giraud homenageou Jean-Michel Charlier com
as iniciais desse, JM, na parede da cela, acima do joelho
direito do preso Mike Blueberry.
Blueberry e o cartaz anunciando o show de
Chihuahua Pearl no saloon Casa Roja. Prancha
38, quadrinho 4. N. C.: Edição americana.
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Chihuahua é a capital
do Estado mexicano de mesmo nome e está localizada a cerca de 400 km da
fronteira com os Estados Unidos da América. Chihuahua Pearl (Pérola de
Chihuahua) é o apelido de Lily Calloway, cantora e dançarina, bela loira
inspirada por Jean Giraud em Claudine Giraud, a sua esposa na época, que
aparecerá na vida de Blueberry nessa história e ficará até o fora de ciclo Sob
Domínio de Pearl. O segundo retorno à vida civil – 11 álbuns em 17 anos –; em
pouco tempo, crescerá uma grande paixão entre os dois.
É também o primeiro
encontro de Blueberry com o comandante mexicano Vigo - que retornará no volume "A
Última Cartada" do ciclo do Segundo Complô parte 2. A Reabilitação de
Blueberry -, perseguidor, com sua tropa, de um cavaleiro que portava uma
importante mensagem. O General Mac Pherson, conselheiro militar do Presidente
dos Estados Unidos da América, inicia a sua participação na saga do Tenente e
lhe confia a missão de recuperar o histórico Tesouro da Confederação – meio
milhão de dólares em ouro – mesmo a contragosto do insubordinado oficial
cabeludo e com barba de três dias.
Blueberry, em uma
farsa do exército, é expulso e vai para o México como procurado por assassinato
e roubo; no caminho, segue em busca do seu antigo companheiro, Jimmy Mc Clure,
que havia apanhado outra vez a febre do ouro, em uma velha concessão para
prospecção, ali encontra o beberrão dormindo junto a uma garrafa de aguardente
– Jimmy é o lado cômico das aventuras, fazendo os leitores rirem bastante das situações criadas por ele.
O primeiro encontro de Blueberry e Chihuahua Pearl. Prancha 42, quadrinho 9. N. C.: Edição americana.
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Em Chihuahua,
Blueberry, através do ilusionista Boudini, encontra o espião ianque "El
Cuchillo" (“A Faca”), que é a própria artista Chihuahua Pearl, cujo
governador do Estado de Chihuahua, Coronel Lopez, está apaixonado por ela, porém
sem ser correspondido. A peça chave para encontrar o ouro é um ex-oficial
sulista, o Coronel Trevor, que está preso com o nome falso de Lindsay. Pearl
enviou a mensagem do início da trama e tem um interesse especial por Lindsay,
fato percebido e comentado por Blueberry.
Chihuahua Pearl. Óleo sobre tela de Francis
Girault, pintor e escultor.
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Passaram-se muitos anos, quase uma vintena, desde quando
o Tenente Blueberry, da Cavalaria dos Estados Unidos, dava início às suas
aventuras de "western fantástico" nas páginas da revista de historias
em quadrinhos francesa "Pilote". Entre aquele 31 de outubro de 1963 e
a atualidade, a série "Blueberry" refletiu, a sua volta, múltiplas
influências modificando progressivamente a própria imagem.
A primeira constatação é que a história em quadrinhos
criada pelo roteirista Jean-Michel Charlier e pelo desenhista Jean Giraud
constitui já uma longa saga, com mais de vinte episódios, retrocedendo também à
distante juventude do protagonista, que se apresenta como um monumento
narrativo sempre em marcha rumo ao futuro; ao mesmo tempo transforma Blueberry,
através de um abandono da sua original configuração militarista, em um mito
representativo da cultura popular contemporânea.
De fato, mesmo a ascensão de Blueberry, rumo à sua
mitificação, teria encontrado apoio válido na lenta deterioração das suas
"virtudes heroicas", típicos cânones alienantes, esses últimos, de
tantos westerns pueris. Passo a passo que a série de Charlier e Giraud
avançava, o seu protagonista tornava-se um anti-herói, um perdedor,
sublineando-se sintomaticamente tal evolução com os contrastes, quando não os
desencontros com seus próprios companheiros de armas, e com a contraposta
reaproximação aos seus inimigos tradicionais: os índios.
Pode-se supor que essa obra, inicialmente inspirada no
clássico western de Hollywood, tenha assumido pouco a pouco o caráter
crepuscular e amargo com o qual foi tratado o tema do Oeste nos modernos filmes
americanos, seguindo uma linha traçada um tempo por John Ford e explodida
finalmente com Sam Peckinpah. Mas a essa influência cinematográfica se unia
paralelamente à tomada de consciência da juventude que provocou o maio francês
de 1968, e sucessivamente o difundido ceticismo gerado por aquela experiência
contestatória. Daqui por diante um claro desejo de desmistificação conduziu
mesmo à plenitude mítica de Blueberry, em um paradoxo não de todo ilógico para
uma História em Quadrinhos que tem sabido manter-se fiel a si mesmo graças à
progressiva autodestruição dos seus postulados de partida.
A chave de tudo isso devemos procurá-la na contínua
equidistância de dois processos evolutivos; aquele de Blueberry na fantasia e
aquele de Giraud na realidade. É preciso recordar que quando Giraud começou
Blueberry já tinha debutado na sua segunda personalidade artística, aquela de
Mœbius, porque esse fato nos faz pensar que o universo experimental da nova
identidade do artista tenha influenciado cada vez mais o roteirista Charlier
que, em um momento determinado, não hesitará em codividir as coordenadas
ideológicas do desenhista.
Mas voltamos agora ao conceito inicial dessa apresentação
e concluímos que "As Aventuras do Tenente Blueberry", obra muito
complexa da sua prolongada construção e da pessoal evolução de Jean Giraud-Mœbius,
se eleva ao nível de uma grande saga western e penetra no âmbito de uma ampla e
profunda reflexão sobre os homens que viveram um dos episódios mais indignos do
século XIX: a conquista do Oeste.
Na saga de Blueberry, como os cavalos nos vastos
desertos, a narrativa galopa lúcida de suor, o corpo possante e o espírito
nítido, sobre as desgraças da História. O dinamismo de Giraud e a fantasia de Mœbius,
personalidade indissolúvel de um grande artista, cavalgando também esse rumo
aos horizontes que o passado procurou em vão destruir.
Javier Coma
N. C.: Apresentação publicada
nos álbuns da série "Le Avventure del Tenente Blueberry", Collana
Eldorado, Edizioni Nuova Frontiera, Roma, Itália, anos 1980.
Fonte
das imagens: Bedetheque: capa e contracapa da 1ª
edição. Stripspeciaalzaak: prancha 39B. Theairtightgarage: prancha 7,
quadrinho 2. Enciclopediavisualblueberry:
prancha 38, quadrinho 4; prancha 42, quadrinho 9. Francis Girault: retrato de Chihuahua Pearl, pintura óleo sobre
tela.
A série
“Blueberry” foi criada por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud.
Blueberry nº 13 Chihuahua Pearl © Jean-Michel Charlier / Jean Giraud - Dargaud Éditeur 1973
Blueberry © Jean-Michel
Charlier / Jean Giraud - Dargaud Éditeur
Afrânio Braga
Edições
do grupo Média-Participations na Livraria Amazon Brasil
Editora Trem Fantasma
Young Chihuahua, desenho de Gir. |
A ambientação mexicana para esta história é impecável, um Mexico com suas tavernas cheirando a péssimo Whiskey. A cada ciclo a de se notar a evolução do Giraud e amadurecimento das tramas (ainda mais!). Esse é um capitulo fundamental no cânone Blueberryano.
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