Capa. |
Página de apresentação. |
Prancha 1. |
Prancha 2. |
Prancha 3. |
Prancha 4. |
Prancha 5. |
Prancha 7. |
Contracapa. |
Ficha técnica
“OK Corral”
“OK
Corral”
Roteiro:
Jean Giraud
Desenhos
e capa: Jean Giraud
Cores:
Claire Champeval e Jean Giraud
Volume:
27
Data
de publicação: 20 de setembro de 2003
Número
de pranchas: 46
Gênero:
Western
Preço:
11.99 €
Formato:
22,6x29,8 cm
Público:
Todos os públicos – Família
Dargaud
Éditeur, Paris, França
Fonte:
Dargaud Éditeur.
N.
C.: “OK Corral” é o quarto episódio do ciclo Mister Blueberry, também chamado
de ciclo Tombstone e de ciclo OK Corral.
Imagens:
Dargaud Éditeur: capa, página de apresentação, pranchas 1 a 5. BDnet: prancha
7. Bedetheque: contracapa.
Capa
da tirage de tête.
|
Ficha técnica
27TT. OK Corral
Roteiro:
Jean Giraud
Desenhos:
Jean Giraud
Cores:
preto e branco
Depósito
legal: 09/2003
Estimativa
de preço: de 150 a 200 Euros
Editora:
Dargaud
Formato:
À italiana
Pranchas:
Edição:
600 exemplares, numerados e assinados, em estojo, com ex libris e 34 páginas
suplementares.
Fonte:
Bedetheque.
N.
C.: 1) Ano de publicação: 2003. 2) Preço de lançamento: 150 euros – a edição
está esgotada. 3) Formato: 33,8x23,3 cm (à italiana - publicação na horizontal
devido cada prancha da TT, tirage de tête, equivaler à metade de uma prancha do
álbum). 4) Exemplares numerados e assinados por Jean Giraud. 5) Ex libris (do latim ex
libris meis) é a expressão
que significa, literalmente, "dos livros de" ou "faz parte de
meus livros", empregada para associar o livro a uma pessoa ou a uma biblioteca (Fonte: Wikipédia).
De
Tombstone, de OK Corral, a lenda não tem retido que um famoso duelo coletivo
que tem visto, em uma manhã de 1881, quatro célebres vigaristas, o clã Clanton
e McLaury, tombar sob as balas dos não menos ilustres irmãos Earp, apoiados por
Doc Holliday. Mas esse foi, longe de ser o único acerto de conta que teve por
quadro, nesse dia ali, o mítico sangramento perdido do Arizona, situado a
algumas milhas da fronteira mexicana.
Ao
menos em acreditar que as últimas aventuras de Blueberry, decididamente sempre
nos aparatos quando a História se escreve. Não que se pudesse repreender esse
eterno cabeça de toucinho de ter ido em fuga do perigo e dos aborrecimentos.
Uma vez, não é costume, antes são as amolações e as confusões que têm vindo a
ele.
Desde
que aquele que se fez, doravante, chamar Mister Blueberry parece,
definitivamente, ter virado a costa ao exército e estar resignado à ideia que
Chihuahua Pearl nunca será a mulher de sua vida, ele tem se instalado,
desiludido, mas mais intransigente que nunca, em Tombstone. Mais precisamente
no Bird Cage, lugar mal-afamado, fazendo ofício de hotel, não mal de saloon e,
muito, de casa de jogo, em cujo ele não deixa mais as mesas de jogo.
Deve-se
dizer que Mike Blueberry, desmobilizado, no textual como no figurado, pode se
oferecer um prazer inédito: verificar, dia após dia, que sua sorte insolente
não o tem deixado, embora ele tenha passado, pela primeira vez, desde sua
juventude despedaçada, ao campo dos ricos. Esse Mister Blueberry dispõe, no
presente, de uma pequena fortuna, aquele tesouro dos Confederados, que a ele
tem deixado o presidente Grant em ressarcimento de seus numerosos anos desperdiçados,
de sua honra manchada por tempo demais.
É,
por conseguinte, para tirar uma linha, esquecer e se fazer esquecer que nosso
anti-herói miraculoso é vindo pousar em Tombstone. Um elegante reservista porta
a garrafa e o charuto, taciturno jogador divertindo-se nas alegrias de um
relativo anonimato em uma cidade mineira que já conta seu pequeno lote de
celebridades: os irmãos Earp – Wyatt, Virgil e Morgan -, que tentam fazer reinar
a lei ali, seu companheiro Doc Holliday, assim como os notórios fora da lei do
clã Clanton-McLaury. E, certamente, a vedete do Bird Cage, a morena ardente
Dorée Malone, cantora, dançarina e anfitriã de charme e de talento
incontestáveis.
Evidentemente,
se dirá que, em tal ambiente, nosso ex-tenente cabeça quente, rebelde a toda
figura de autoridade, alérgico a toda violência gratuita ou interesseira, e
sedutor, apesar dele, não poderia ficar tranquilo muito tempo. E, portanto, não
é seu natural, mas seu passado que vai apanhá-lo. Sob os traços de um pai
desejoso de vingar a morte de seu filho suicida, infeliz perdedor de uma partida
de pôquer contra Mike, de um escritor, desembarcado de Boston, vindo recolher
as memórias do homem que salvou a vida do Presidente dos Estados Unidos e de um
valoroso chefe indígena pressionado que ele cruzou outrora, Gerônimo.
Da
mais estranha e inesperada das maneiras, Blueberry é condenado a faltar na
ação. Ao fim do primeiro álbum desse ciclo, iniciado em 1995, em cujo “OK
Corral” é o quarto volume, ele desmorona, o corpo trufado de chumbo. Morto. Ou
quase.
No
começo do episódio seguinte (“Ombres sur Tombstone”), ele retorna penosamente à
vida. Um divino renascimento que o verá, por um
bom momento, pregado à cama, cuidado pela deliciosa Dorée. A ocasião sonhada
para, enfim, se retornar, tirar ensinamento de seu tumultuado passado. Para
que, restabelecido, ele possa de novo avançar e, sobretudo, fazer explodir a
verdade, tentar salvar a cabeça de um bravo guerreiro, injustamente enganado e
acusado. Essa narrativa (“Géronimo, l’Apache”), ofegante, hesitante, sem cessar,
interrompida por seu frágil estado de saúde, ele a confia ao biógrafo bostoniano,
satisfeito, aterrorizado.
Enquanto
Blueberry revive, em sua cabeça, suas façanhas e erros passados, entorno de
Tombstone, os homicídios, os complôs e os golpes recheados se multiplicam.
Garoto embriagado de vingança, assassino contratado, com costumes de serial killer seriamente perturbado,
poderoso homem de negócios sem piedade, jovem apaixonado revoltado pelo
assassinato de sua noiva, uma tropa de sanguinários e gananciosos fanfarrões,
de altivos e arrogantes justiceiros e um punhado de Apaches manipulados:
lentamente, todos esses indivíduos violentos – por natureza ou por necessidade –,
de interesses divergentes, progridem rumo a uma inevitável tragédia.
Tal
é a trama, que não cessa de aumentar em intensidade tudo ao longo do terrificante
e palpitante duelo no OK Corral. Um atordoante e sombrio western de ação duplicado
do mais apaixonante dos percursos iniciadores, uma vertiginosa colocação em
abismo totalmente dominado, o resultado de uma das mais longas, mais inspiradas
passagens de testemunha da história da HQ.
Pois
como não ver nessa morte simbólica de Blueberry, nesse vai e vem incessante
entre o passado e o presente, uma monumental homenagem a Jean-Michel Charlier,
criador e roteirista da série até seu falecimento em 1989? Imobilizando,
temporariamente, seu personagem principal, Jean Giraud fez Mike portar o luto
de seu cogenitor de gênio, o força a considerar a existência excepcional e
insensata que o ex-tenente tem feito ele conduzir, as colossais experiências
vividas e bagagem psíquica que Blueberry tem legado a ele.
E
o desenhista de levantar o desafio com brio, de afirmar-se mais que digno de
prosseguir a aventura só, imaginando uma intriga rica, abundante e sofisticada,
na imagem de seu traço único, inúmeras vezes imitado, e sempre, quarenta anos
depois, em progresso.
O
ciclo Mister Blueberry inscrito, desde seu título em duplo sentido
(Mister/mistério) e ao desvio de cada prancha, sob o símbolo da dualidade (ele
poderia ser, de outro modo, da parte de um homem que abriga nele dois
desenhistas perfeitos, Giraud e Moebius, com estilos radicalmente opostos?) é
uma espantoso sucessão de audácias, tanto roteirísticas quanto gráficas.
Ao
mínimo não sendo de haver ousado, à maneira do jogo permanente e saboroso,
entre ficção e realidade, que Charlier se autorizava com a História e os mitos
do Oeste, de fazer tanto mesmo com a história de seu herói: Campbell, o
escritor, ele não cessa de tentar reescrevê-la?
Giraud, na mais moderna das narrativas de Blueberry, revisita, assim, um dos maiores clássicos do western, "L'Homme qui tua Liberty Valance" (1), onde se ouve essa réplica imortal: "Se a lenda é mais bela que a verdade, imprima a lenda". Em 2003, se isso já não está feito, Blueberry entra definitivamente na lenda. Do Oeste ou da história em quadrinhos? Mistério...
Giraud, na mais moderna das narrativas de Blueberry, revisita, assim, um dos maiores clássicos do western, "L'Homme qui tua Liberty Valance" (1), onde se ouve essa réplica imortal: "Se a lenda é mais bela que a verdade, imprima a lenda". Em 2003, se isso já não está feito, Blueberry entra definitivamente na lenda. Do Oeste ou da história em quadrinhos? Mistério...
Fonte:
Dargaud Éditeur.
N. C.: 1) "L'Homme qui tua Liberty Valance": "The Man Who Shot Liberty Valance” (título original em
inglês; “O Homem que Matou o Facínora”,
título no Brasil), filme western, de 1962, dirigido por John Ford. O
roteiro foi adaptado de um conto da escritora Dorothy M. Johnson. Com John
Wayne, James Stewart, Lee Marvin, Vera Miles, Andy Devine e grande
elenco. Fonte: Wikipédia, com adaptações.
A série
“Blueberry” foi criada por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud.
Blueberry nº 27 OK Corral © Jean-Michel Charlier / Jean Giraud - Dargaud Éditeur 2003
Blueberry
TT OK Corral © Jean-Michel Charlier / Jean Giraud - Dargaud Éditeur 2003
Blueberry
© Jean-Michel Charlier / Jean Giraud - Dargaud Éditeur
Afrânio Braga
Edições
do grupo Média-Participations na Livraria Amazon Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário