Blueberry e o Tesouro dos Confederados
N.
C.: 1) Red Neck, Blueberry e Jimmy Mc Clure. Desenho de Gir
publicado, em preto e branco, em “L’Univers de Gir”, Dargaud, 1986.
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Com “Chihuahua Pearl” inicia o ciclo do ouro dos Confederados, em cujo
os autores narram um evento que desenrolará a vida de Blueberry e repercutirá nas histórias narradas em dez álbuns
publicados no curso de 14 anos. Esse ciclo compreende três subciclos. O
primeiro é constituído por “Chihuahua
Peal”, “L’Homme que valait 500.000 $”
e “Ballade per un cercuil” (2).
N. C.: 2) “Chihuahua Pearl”
– “Chihuahua Pearl”; “L’Homme que valait 500.000 $” – “O Homem Que Valia
$500.000”; “Ballade per un cercuil” – “Balada Para Um Caixão”.
A
sequência inteira representa o fulcro, o ápice de toda a saga do tenente Blueberry, talvez quanto de
melhor produziram os dois autores, nessa ocasião verdadeiramente grandes, cada
um pela esfera da própria competência.
“Chihuahua Pearl”
A história,
influenciada pelos spaghetti western, muito na moda à época, inicia com Mike Blueberry que salva um mexicano, portador
de uma mensagem para o presidente dos Estados Unidos da América, da perseguição
de uma patrulha de compatriotas, guiada pelo comandante Vigo. O confronto com esse último faz pressagiar que o nosso herói
se fez um inimigo daqueles que deixam o sinal.
De Washington chega o
general Mc Pherson, conselheiro
militar do presidente, que em seu nome encarrega o jovem tenente de recuperar,
no México, 500.000 dólares em ouro, um tesouro dos Confederados colocado a
salvo a seu tempo pelo presidente sulista Davis. E para fazê-lo agir mais
livremente, Mc Pherson faz degradar
e expulsar do exército Blueberry e o
envia à cidadezinha de Chihuahua para colocar-se em contato com um agente
local. Antes de partir, o nosso herói pede a ajuda dos seus dois amigos Jimmy Mac Clure e Red Neck.
Um
bando de proscritos sulistas, um caçador de recompensas e Chihuahua Pearl, uma linda e atraente cantora (3), se sucedem em cenas que parecem acolhidas
em peso por um filme de Sergio Leone.
N.
C.: 3) Chihuahua Pearl, cujo nome verdadeiro é Lily Calloway, deve o seu nome
artístico à cidade de Chihuahua, na qual ela se apresentava no cassino “Casa
Roja”. Chihuahua é a capital do estado mexicano de Chihuahua, que faz fronteira
com Novo México e Texas, dois estados americanos.
“L’Homme que valait 500.000 $”
Nessa segunda parte do ciclo, a trama se adensa:
acordos e traições, resgates e matrimônios, vidas e destinos em jogo perene. A
aventura de Mike Blueberry prossegue
entre amigos e inimigos, amor e ódio em um crescimento de tensão. Nós
omitiremos a narrativa para não tirar o prazer de descobrir as contínuas
reviravoltas idealizadas por um Charlier
em verdadeiro estado de graça, coadjuvado na devolução gráfica por um Giraud, em nosso juízo, no acme de sua
arte, tornada barroca!
“Ballade per un cercuil”
Esse volume é particular e importante na cronologia
de Blueberry, porque nas primeiras
17 páginas contém a biografia escrita do personagem. Blueberry já tem o seu sucesso e a sua popularidade pelos quais Charlier decide criar uma biografia
escrita, provida de fotografias autênticas de acontecimentos reais da história
americana, sobre cuja está ancorada a saga do tenente.
Não
se trata só de um capricho do autor, porque nesse modo põe as estacas bem precisas,
talvez para segurar a freio a impetuosidade criativa de Giraud que quisera dar um tom mais intimista e psicanalítico ao
herói. De fato, é mesmo graças a essa biografia que os herdeiros de Charlier fizeram escudo para impedir a qualquer
um, incluído, sobretudo, Giraud, de
sair do terreno semeado, traçado pelo roteirista, para histórias futuras sobre
um Blueberry diverso daquele
idealizado por ele.
Não
só, mas se trata também de um dos episódios mais longos dedicados ao
personagem: 62 pranchas.
Nesse episódio, que conclui o ciclo, é realmente fascinante a
fuga dos nossos com a carroça com o caixão, perseguidos por Lopez, Finlay e Vigo! Não
diremos o desenvolvimento e o fim da história para não estragar a surpresa
àqueles poucos (que acreditamos sejam realmente poucos) que nunca leram as
aventuras de Blueberry nem em
edições italianas, nem francesas! Diremos só que no penúltimo quadrinho se vê
um irredutível Mike Blueberry nada
resignado à dramática conclusão do Tesouro
dos Confederados!
A
trama é densa de acontecimentos que se sucedem a ritmo encalçante, tornam o ciclo,
a nosso juízo, entre os mais emocionantes, não obstante os quarenta anos
transcorridos. O traço gráfico de Giraud
torna-se barroquista, curvilíneo, muito particularizado. Estupendas as
cenografias com as paisagens que recordam os filmes western, mas que mais
verossimilmente nascem das recordações das viagens juvenis de Giraud ao México! Cada prancha
mereceria uma análise estrutural, que independe dos propósitos. Em algumas figuras,
como naquela de Pearl, se inicia a
ver um traço mais solto, à la Moebius (4), que o autor desenvolverá mais e melhor na
série do Incal (5).
N.
C.: 4) Moebius, o pseudônimo de Jean Giraud para os seus trabalhos na ficção
científica e afins. 5) “L’Incal” (“O Incal”), série de ficção científica com
roteiros de Alejandro Jodorowsky e desenhos de Moebius.
“Blueberry”
Textos de
Jean-Michel Charlier e desenhos de Jean Giraud
13 – “Chihuahua Pearl”
“Pilote” do nº 566 de 10/09/1970 ao nº 588 de 11/02/1971
“Pilote” do nº 566 de 10/09/1970 ao nº 588 de 11/02/1971
Álbum
Dargaud em 1973
“Chihuahua
Pearl”
“Avventuroso Colore”, 1975
“Skorpio” do nº 50 de 1980 ao nº 1 de 1981, Eura
Editoriale
“Collana Eldorado” 13, Nuova Frontiera, 1984
“Blueberry” 13, Alessandro Editore, 2012
Álbum “Blueberry” 7, Editoriale Aurea, 2013
Collana Western 8, Gazzetta dello Sport, 2014
14 – “L'Homme qui valait 500.000 $”
“Pilote”
do nº 605 de 10/06/1971 ao nº 627 de 11/11/1971
Álbum
Dargaud em 1973
“L’uomo
che valeva 500.000 $”
“Eroi dei fumetti” dal n.1 al n.4, editora Persona,
1971 (incompleto)
“L’Avventuroso” 6, editora SEA, 1974
“L’Avventuroso Colore” 1, 4, 5, 7/10 e “Speciale”,
1975, SEA
“Skorpio” do nº 2 ao nº 5 de 1981, Eura Editoriale
“Collana Eldorado” 14, Nuova Frontiera, 1984
“Blueberry” 14, Alessandro Editore, 2013
Álbum “Blueberry” 7, Editoriale Aurea, 2013
“Collana Western” 9, Gazzetta dello Sport, 2014
15 – “Ballade pour un cercueil”
“Pilote”
do nº 647 de 30/03/1969 ao nº 679 de 09/11/1969
Álbum
Dargaud em 1974
“Ballata
per una bara”
“Avventuroso Colore” 5/6, 7-8, 9-10, 1977, Ed. Sole
Volume “Avventuroso Colore” 1, 1977, Edizioni GM
“Skorpio” do nº 6 ao nº 9 de 1981, Eura Editoriale
“Collana Eldorado” 15, Nuova Frontiera, 1985
Álbum “Blueberry” 8, Editoriale Aurea, 2013
“Blueberry” 15, Alessandro Editore, 2014 (única
com biografia)
“Collana Western” 9, Gazzetta dello Sport, 2014
Fonte:
Blog Zona BéDé, Itália.
Blueberry e il tesoro dei confederati © Zona BéDé 2014
A série
“Blueberry” foi criada por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud.
Blueberry © Jean-Michel Charlier / Jean Giraud - Dargaud
Éditeur
Afrânio Braga
Edições
do grupo Média-Participations na Livraria Amazon Brasil
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