Capa do estojo de “L’Intégrale Marshal Blueberry”. |
Ficha técnica
“L’Intégrale Marshal
Blueberry” (1)
Roteiros:
Jean Giraud
Desenhos
e capas: William Vance; Michel Rouge (2)
Cores:
Petra; Scarlett Smulkowski (3)
Adaptação:
Thierry Smolderen (4)
Volume:
1, 2 e 3
Data
de publicação: setembro de 2000
Número
de pranchas: 134 (5)
Gênero:
Western
Formato:
22,5x29,8 cm (álbum); 22,9x31,2x3,0 cm (estojo)
Público:
Adolescente/adulto – a partir de 12 anos
Dargaud
Éditeur, Paris, França
A
série “Blueberry” foi criada por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud.
N.
C.: 1) “L’Intégrale Marshal Blueberry”: estojo com os três álbuns da série
“Marshal Blueberry” - “Sur ordre de Washington”, “Mission Sherman” e “Frontière
sanglante” - e um suplemento. 2) Desenhos e capas: William Vance: volumes 1 e 2;
Michel Rouge: volume 3. 3) Cores: Petra: volumes 1 e 2; Scarlett Smulkowski:
volume 3. 4) Adaptação de Thierry Smolderen: volume 2. 5) Número de pranchas:
134 (volume 1: 44; volume 2: 44; volume 3: 46).
As capas dos três álbuns da série “Marshal Blueberry” que compõem “L’Intégrale Marshal Blueberry”
Capa do suplemento de “L’Intégrale Marshal Blueberry”. |
Suplemento de “L’Intégrale
Marshal Blueberry”
Textos
e desenhos: William Vance, Jean Giraud e Michel Rouge
Capa:
William Vance
Ilustrações:
em preto e branco e em cores
Data
de publicação: setembro de 2000
Número
de páginas: 8 (incluindo capa e contracapa)
Gênero:
Western
Formato:
22,5x29,6 cm
Público:
Adolescente/adulto – a partir de 12 anos
Dargaud
Éditeur, Paris, França
Contracapa:
ilustração de Blueberry, por Michel Rouge, e de Tess Bonaventura, por William
Vance, acima do expediente da publicação:
Ilustrações: ©
Vance-Giraud-Rouge
Concepção: Frank
Bruneau
Realização: Studio
Dargaud
Agradecimentos:
Corentin Rouge, Gaëlle Dufour, Isabelle Giraud, Schlirf Book.
SUPLEMENTO DO ESTOJO L’INTÉGRALE MARSHAL BLUEBERRY
Os
textos do suplemento:
William Vance
Eu tenho feito westerns no começo, quando eu estava na
editora Lombard, eu falo dos anos 1965-1969.
Foi o primeiro “Ringo”, “La Piste de
Santa Fé”.
Eu
via Blueberry no Arizona nevado. Eu tinha bastante
documentos, foi por isso que, quando me têm proposto “Marshal”, eu me disse
“porque não o desenhar nesse ambiente”. Eu tinha então adquirido muito mais
experiência...
É no fundo dois
estilos realistas, mas não se pode dizer que eles sejam similares.
Blueberry me agradou bastante, pois é o tipo de fisionomia,
como XIII, Bruce Hawker, que eu amo desenhar,
os sujeitos musculosos, muito duros... Existe a ação que se passa entorno
dele...
Infelizmente, por razões de trabalho e de saúde, eu não pude terminar o terceiro álbum, é muito frustrante, eu não tenho,
lamentavelmente, mais que uma mão!
Jean Giraud
.
Para mim, o falecimento de Jean-Michel Charlier é um desastre. É um desastre ao nível humano. Ao nível
puramente roteirístico, o falecimento de Jean-Michel é completamente poético, é
um ato inconsciente de angelização, ele olha para mim, diante de nossa criação
comum, ele me disse: “Vai, agora! Tua vez de jogar!”
“Logo, eu me disse que a herança de
Jean-Michel era uma biografia.”
Eu tenho descoberto o prazer de contar ou de tentar contar
uma história. É ao mesmo tempo um sofrimento. Minhas primeiras estreias no
ofício são feitas com histórias pessoais. Eu já tinha degustado essa mistura
deliciosa de angústia e de êxtase... É uma experiência quase mística.
Através de Mœbius, eu tenho adquirido uma reputação de “desfazedor” de histórias. Eu
chego a fazer do roteiro um pouco estranho, contemporâneo, mas é sempre na
dinâmica do desenho. Eu conto as histórias desenhando. Mas “Blueberry” não é
isso! É a tradição dos grandes clássicos seriados, que, graças ao talento de
Jean-Michel, alcança uma qualidade soberba.
Eu tenho sempre concebido que era necessário ter certa liberdade na paginação, que
era verdadeiramente uma condição de uma história em quadrinhos adulta. É isso
que eu tinha feito em Le Garage
hermétique e eu penso que é alguma coisa que deve poder se fazer não
importa em qual história.
Minha primeira experiência de roteirização escrita é feita
com “Little Nemo”. Eu tinha escrito duas versões do filme que, mais tarde,
foram adaptadas para a história em quadrinhos sob os títulos de “Le Bon Roi” e “Le Mauvais Roi”.
Eu tenho descoberto o prazer de fazer a
história em quadrinhos com as palavras.
Através de “Arizona
Love”, há, da parte de Blueberry, uma tentativa de tomar em carga sua
própria vida, (a um nível não negligenciável que é aquele das emoções), de
escolher uma mulher... Felizmente, Chihuahua Pearl recusa e o retorna a seu
destino que é de vagar, na mais pura tradição dos heróis. Jean-Michel propulsa
realmente Blueberry
nesse mito trágico do aventureiro solitário,
sem ilusões, nem esperança.
Em “Marshal”, eu tenho impulsionado um pouco a parte sexual,
existe uma verdadeira história amorosa. Se não o mostra fazendo amor, mas se o
vê antes e depois. Na relação sexual, se pode trazer do significante.
Blueberry não tem vocação em empurrar as
consciências.
Eu tenho prazer em contar as histórias, mas eu não sei aquilo
que elas querem dizer. Eu não tenho mensagem, nem metafísica, nem humanitária, nem nada. Aquilo que me
apraz, é de funcionar de maneira infantil. Eu não sei se é bem ou mal, mas eu
não quero me forçar jogando um jogo que não é o meu.
Michel Rouge .
Eu tenho encontrado Jean Giraud por
intermédio de “Métal Hurlant” onde ele tinha visto minhas pranchas. Ele
me tem proposto de ir trabalhar com ele.
Ele vivia então, nos Pireneus, em um cenário que evocava o Canadá.
Em “La Longue Marche”, eu tenho aprendido
a me servir do pincel, a tintar no espaço... Aquilo foi uma experiência de
aprendizagem direta.
Lendo “Blueberry”, se tem sensação real
de percorrer
o espaço... Há em Giraud uma ciência do corte
que exprime toda a inteligência da relação espaço/tempo.
Com “Marshal Blueberry”, eu tenho
devido reaprender a executar o pincel, me deixar surpreender pela alegria do desenho.
Eu tenho reinventado todo um
universo que me era familiar. Paradoxal! Não!?
A história em quadrinhos é um ofício
moderno que corresponde bem à época
contemporânea.
O mundo que nos cerca exige que se seja
a seu serviço. Agora se pode também tomar do prazer em jogar com ele... ...é isso que eu tenho fazer com esse ofício!
“L’Intégrale
Marshal Blueberry” em minha BDteca/gibiteca.
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Fontes
das imagens: Bedetheque: as capas do estojo e do suplemento do integral e do
volume 3 de “Marshal Blueberry”. Dargaud Éditeur: as capas dos volumes 1 e 2 de
“Marshal Blueberry”, que, juntamente com o volume 3, compõem o integral. Afrânio
Braga: o integral em sua BBteca.
L’Intégrale
Marshal Blueberry © Jean Giraud, William Vance, Michel Rouge, Dargaud Éditeur
2000
Afrânio Braga
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