Blueberry de Colin Wilson
Exaurida a reedição das histórias curtas
sobre a juventude de Blueberry, de Jean-Michel Charlier e Jean Giraud, publicadas nos “Super Pocket Pilote”, em 1985 iniciam
as histórias longas e originais.
Para substituir, nos desenhos, a Jean Giraud, empenhado em outros
projetos, é interpelado o desenhista neozelandês Colin Wilson.
Colin
Wilson
é um nome pouco notório no âmbito da Bande Dessinée, tem iniciado a trabalhar
como ilustrador publicitário e em 1981 se é transferido à Inglaterra, onde tem
realizado diversas histórias do Juiz Dredd, publicadas nas páginas da célebre
revista “2000 A.D.”. Na França, para a Glénat,
desenha a série pós-atômica “Dans
l’ombre du soleil”. A sua colaboração às histórias de Blueberry o consagra a nível internacional e no mercado francês. Em
2000, tem desenhado o “Tex Gigante” nº 14, escrito por Claudio Nizzi.
Atualmente vive na Austrália e prossegue a sua colaboração com “2000 A.D.”.
O choque para os admiradores de Jean Giraud é grande: no início, Colin Wilson não parece uma escolha
feliz, porque em uma primeira olhada, a sua grafia, um pouco nervosa e desenquadrada,
deixa-os perplexos, não parece adaptada a uma história em quadrinhos de
ambientação western e não pode competir minimamente com aquela de Gir/Moebius. Em efeito, logo o seu Mike consegue conquistar pelo dinamismo
complexo das pranchas.
Uma falha do artista são as figuras
femininas, por exemplo: Nugget Harrington e madame Elisabeth não têm uma
sensualidade minimamente comparável àquela das protagonistas desenhadas por Jean Giraud.
Nos seis volumes realizados por Colin Wilson estamos
em plena Guerra de Secessão e as histórias são subdivididas em três ciclos de
dois volumes cada um.
O ciclo de Quantrill
Nos primeiros dois volumes, “Les Démons du Missouri” e “Terreur sur le Kansas”, o jovem Blueberry deve ver-se com o famoso
Quantrill, chefe de um terrível bando de debandados sulistas, os Bushwhackers,
que ensanguentou aquelas terras no imediato pós-guerra.
Na narrativa, Jean-Michel Charlier propõe, portanto, uma história realmente
ocorrida, a luta sangrenta entre a milícia de irregulares guerrilheiros de
Quantrill contra a brigada de voluntários do Kansas, os Jayhawkers, do senador
nortista James Henry “Jim” Lane, luta culminada em atrocidade perpetrada também
contra civis inocentes de ambos os contendores.
O autor tem inserido, nos dois títulos, as
palavras Missouri e Kansas próprio para sublinhar que os acontecimentos
narrados se desenrolam na fronteira entre esses dois Estados.
Na narrativa é reportado o famoso massacre de
Lawrence, no Kansas, realizado, em 1863, por Quantrill e pelos seus.
Indubitavelmente é uma história deixada pela metade, em cuja os maus não são
punidos e a palavra fim não foi escrita por Jean-Michel Charlier, mas pela História, aquela com H maiúsculo.
4. “Les
Démons du Missouri” (Novedi, 1985)
“I demoni del Missouri”
“L'Eternauta”
do nº 65 ao nº 67, Comic Art, 1988
“Grandi
Eroi” 56, Comic Art, 1990
“Skorpio”
do nº 35 ao nº 38 de 2013, Editoriale Aurea
“Collana
Western” 18, Gazzetta dello Sport, 2014
5. “Terreur
sur le Kansas” (Novedi, 1987)
“Terrore sul Kansas”
“L'Eternauta”
do nº 70 ao nº 72, Comic Art, 1989
“Grandi
Eroi” 57, Comic Art, 1990
“Skorpio”
do nº 39 ao nº 42 de 2013, Editoriale Aurea
“Collana
Western” 18, Gazzetta dello Sport, 2014
O ciclo da ferrovia
O segundo ciclo, composto por “Le Raid infernal” e “La Poursuite impitoyable”, é
caracterizado pelo falecimento de Jean-Michel
Charlier e pela sua substituição por François
Corteggiani, notório ao público italiano por haver escrito os argumentos de
“Capitan Rogers”, desenhado por Giorgio Cavazzano, e de histórias para
a Walt Disney Italia.
Ao jovem Blueberry
são associados dois ombros, o sargento
Grayson e Homer, homem negro,
pelo momento que, por motivos cronológicos, Jimmy Mac Clure e Red Neck
não podem ser utilizados nessa série, e para não se distanciar da regra áurea
da história em quadrinhos aventurosa que quer, em uma série de sucesso, um trio
de protagonistas.
Tomamos também conhecimento com o mau Henri Bowman. Os temas da ferrovia e da
prisão (aquela de Rome, na Geórgia), desenvolvidos nessa narrativa, insinuam ao
leitor a suspeita que François
Corteggiani desenvolve, como se verá melhor em seguida, temáticas já por
propostas por Jean-Michel Charlier.
A partir do volume “Le Raid infernal” muda a impostação
gráfica da capa com uma imagem que cobre a capa e a contracapa, enquanto é
eliminada a figura inteira do protagonista ao lado da lista dos títulos
publicados, característica peculiar dos volumes Dargaud desde o início.
6. “Le Raid Infernal” (Novedi, 1990)
“Il raid infernale”
“L'Eternauta”
do nº 89 ao nº 91, Comic Art, 1990
“Skorpio”
do nº 43 ao nº 46 de 2013, Editoriale Aurea
“Collana
Western” 19, Gazzetta dello Sport, 2014
7. “La Poursuite impitoyable” (Novedi, 1992)
“L'implacabile inseguimento” (“Caccia
spietata”)
“L'Eternauta”
do nº 110 ao nº 112, Comic Art, 1992
Volume,
Alessandro Distribuzioni, 1991
“Skorpio”
do nº 47 ao nº 50 de 2013, Editoriale Aurea
“Collana
Western” 19, Gazzetta dello Sport, 2014
O ciclo
de Atlanta
Em “Trois
hommes pour Atlanta” (1993)
e “Le Prix du sang” (1994),
o nosso herói está às ordens do célebre general nortista William Tecumseh
Sherman, grande estrategista, mas
também grande beberrão, o qual envia Mike, com os dois companheiros, à
Atlanta, em mãos dos inimigos, para avaliar o estado das fortificações sulistas
antes de lançar um ataque.
Ao longo da narrativa, encontramos Bowman e um velho conhecido de Mike, o capitão Lewis Norton, seu desafortunado rival no amor e na guerra. Como de
sólito, não faltam perseguições, tiroteios, em suma, todo o clássico repertório
western e o nosso jovem insubordinado que consegue sair, sempre pronto a salvar
quanto mais vidas possível, de qualquer parte que provenham, Norte ou Sul.
Com “Le
Prix du sang” se fecha a experiência artística de Colin Wilson com Blueberry,
que, como antecipado, não é completamente negativa, pelo contrário! A última
prancha mostra um Mike que, após
haver beijado Elisabeth, se distancia a cavalo, ao luar, sobre o gênero de “I’m a poor lonesome cowboy”!
8. “Trois
Hommes pour Atlanta” (Alpen
Publishers, 1993)
“Tre uomini per Atlanta”
“L’Eternauta
Presenta” 167, Comic Art, 1997
“Skorpio”
do nº 51 de 2013 ao nº 2 de 2014, Editoriale Aurea
“Collana
Western” 20, Gazzetta dello Sport, 2014
9. “Le Prix du sang” (Dargaud, 1994)
“Il prezzo del sangue”
“L’Eternauta
Presenta” 169, Comic Art ,1997
“Skorpio”
do nº 3 ao nº 6 de 2014, Editoriale Aurea
“Collana
Western” 20, Gazzetta dello Sport, 2014
Fonte: Blog Zona Bedé,
Itália.
Blueberry
di Colin Wilson © Zona Bedé 2015
A série “Blueberry” foi criada por Jean-Michel Charlier e
Jean Giraud
La Jeunesse de Blueberry © Jean-Michel Charlier, Colin
Wilson, Dargaud Éditeur
La Jeunesse de Blueberry © François Corteggiani, Colin
Wilson, Dargaud Éditeur
Afrânio
Braga
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