quarta-feira, 14 de agosto de 2013

William Vance, desenhista, roteirista, autor e colorista



Biografia

William Vance nasce em 8 de setembro de 1935, em Anderlecht(1), Bélgica. Após os estudos na Académie Royale des Beaux-Arts(2) e um começo de carreira na publicidade, entra, em 1962, na revista “Tintin”, de encontro à história em quadrinhos. Ele multiplica as ilustrações e as histórias completas, antes de empreender as séries como “Howard Flyn” - criada em 1963, teve 3 álbuns publicados de 1966 a 1969 por Dargaud-Lombard e reeditados em um volume, em 1981, por Magic-Strip -, “Ringo” - criada em 1965, teve 3 álbuns publicados por Dargaud/Lombard em 1967, 1968 e 1978 - e “Bruno Brazil”, roteirizadas respectivamente por Yves Duval, Jacques Acar e Louis Albert (aliás, Greg).

Em 1967, Vance torna-se famoso ao retomar o grafismo de “Bob Marone” e ao criar “Bruno Brazil”. Em “Bob Marone”, ele ocupa a vaga deixada vaga por Gérald Forton no semanal “Femmes d’Aujourd’hui”, saga que ele prossegue ao lado do roteirista Henri Vernes até 1979, com 18 álbuns, das aventuras do personagem, lançados pela Dargaud-Lombard, de 1969 a 1980, antes de ceder lugar a Coria, seu cunhado e principal assistente, que prossegue a série pela Lombard. Vance cria “Bruno Brazil”, com roteiros de Greg, para a revista “Tintin”; a série teve 10 álbuns publicados, paralelamente a “Bob Marone”, sempre pela Dargaud-Lombard, de 1969 a 1977.

Mesmo continuando essas duas séries, Vance, em 1972, lança, em "Femmes d'Aujourd'hui", um novo personagem, "Rodric", com roteiro de Meys (2 álbuns pela Bédéscope, em 1979), depois "Ramiro", a partir de 1974 no mesmo semanal (9 álbuns pela Dargaud, de 1977 a 1989).

Em 1976, publica pela Deligne o álbum "C'étaient des Hommes et commence"; a partir de 1976, em "Femmes d'Aujourd'hui", as aventuras de "Bruce J. Hawker" (7 álbuns pela Lombard, de 1985 a 1991); em seguida, em 1984, em "Spirou", "XIII", sobre roteiro de Van Hamme (15 álbuns pela Dargaud, de 1984 a 2002).

Vance reata com o realismo histórico através de seu díptico “Rodric” (textos de Lucien Meys) e suas séries “Ramiro” e “Bruce J. Hawker”, episodicamente redigidos por Jacques Stoquart e André-Paul Duchâteau. De retorno ao western, ele assina igualmente “Mongwy” (com Meys e Coria) e “Marshal Blueberry” (com Jean Giraud).

Publicada em 1984, sua série “XIII”, roteirizada por Jean Van Hamme, se impõe como um dos maiores sucessos da edição em história em quadrinhos. Em 1995, Le Lombard reedita “Bruno Brazil” com novas capas e cores. Lançada em 2002, pelas edições Le Lombard / Dargaud, a coleção “Tout Vance”, depois de alguns anos, alterna as reprises (“Howard Flyn”, “Rodric”) e suas primeiras ilustrações e histórias completas.

N. C.: 1) Anderlecht está localizada na região metropolitana de Bruxelas, capital da Bélgica. 2) Académie Royale des Beaux-Arts: Academia Real das Belas Artes. 3) William van Cutsem, em arte William Vance, falece em 14 de maio de 2018, em Santader, Espanha, país de sua esposa Petra, colorista de vários de seus álbuns.



Bibliografia

1975 • Bob Morane - Opération chevalier noir
1975 • Bob Morane - Les Poupées de l'ombre jaune
1971 • Bob Morane - Les Fils du dragon
1975 • Bob Morane - Les Yeux du brouillard
1972 • Bob Morane - La Prisonnière de l'ombre jaune
1973 • Bob Morane - La Ville de nulle part
1975 • Bob Morane - Les Contrebandiers de l'atome
1974 • Bob Morane - Guerilla à Tumbaga
1989 • Bob Morane – L’Oeil du Samouraï
1977 • Ramiro - Le Bâtard
1977 • Ramiro - Traquenard à Conques
1979 • Ramiro - Le Secret du Breton
1980 • Ramiro - Les Gardiens du Bierzo
1981 • Ramiro - Le Charlatan
1982 • Ramiro - Tonnerre sur la Galice
1983 • Ramiro – Ils étaient cinq
1983 • Ramiro - Les Otages
1989 • Ramiro - Qui es-tu Wisigoth?
1984 • XIII - Le Jour du soleil noir
1985 • XIII - Là où va l'Indien
1986 • XIII - Toutes les larmes de l'enfer
1987 • XIII - Spads
1988 • XIII - Rouge total
1989 • XIII - Dossier Jason Fly
1990 • XIII - La Nuit du 3 août
1991 • XIII - Treize contre un
1992 • XIII - Pour Maria
1994 • XIII - El Cascador
1995 • XIII - Trois Montres d'argent
1997 • XIII - Le Jugement
1999 • XIII - The XIII Mystery: L’enquête
2000 • XIII - Secret Défense
2002 • XIII - Lâchez les chiens!
1991 • Marshal Blueberry - Sur ordre de Washington
1993 • Marshal Blueberry - Mission Sherman
2001 • Tout Vance – Intégrale Rodric
2005 • Tout Vance - Intégrale Ramiro
2006 • Tout Vance - Intégrale Ramiro
2011 • Tout Vance - Intégrale Ramiro


N. C.: Álbuns publicados por Dargaud Éditeur.

Fonte da imagem: Le Lombard, Bruxelas, Bélgica.

Fonte dos textos: Dargaud Éditeur, Paris, França.


As capas dos álbuns da série “Marshal Blueberry” desenhados por William Vance

Roteiro de Jean Giraud
Cores de Petra



Roteiro de Jean Giraud
Cores de Petra
Adaptação de Thierry Smolderen



Marshal Blueberry © Jean Giraud, William Vance, Dargaud Éditeur 1991, 1993

Fonte das imagens: Dargaud Éditeur.

Afrânio Braga


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Michel Blanc-Dumont, desenhista



Biografia

Michel Blanc-Dumont nasce em Saint-Amand-Montrond, no Berry, onde seu pai era escultor-ceramista. Muito jovem sua paixão pelo desenho se revela. Após os ensinos gerais, ele entra rapidamente na École des Arts Appliqués, onde ele se torna um dos melhores alunos. Ele recebe uma cultura artística e uma formação gráfica muito completa que o arrebatam rumo à ilustração, em seguida à história em quadrinhos.

Ao fim de seus estudos, Blanc-Dumont trabalha durante 3 anos com seu pai, que é então o melhor restaurador de objetos de arte e de quadros de Paris. Paralelamente, ele começa a realizar suas primeiras histórias em quadrinhos, destarte os desenhos humorísticos. Ao mesmo tempo, se desenvolve nele um interesse que não se negará pela história do Oeste americano e a civilização dos Índios das Planícies. Nesse período, começa igualmente seu gosto pelos cavalos e a equitação que fará dele um cavaleiro apaixonado e perfeccionista. Suas primeiras histórias em quadrinhos saíram em "Phenix", em 1973, depois em "Jeunes Années" onde ele desenha várias lendas indígenas, assim como os pôsteres.

Em 1974, ele cria, sob os roteiros de Laurence Harlé, a série "Jonathan Cartland", publicada a princípio em "Lucky Luke Magazine", em seguida em "Pilote" a partir de 1977. Em dez álbuns, a coleção "Jonathan Cartland" se impõe como uma das melhores séries atuais. Revolucionando um gênero que nós acreditávamos congelado em suas tradições como em suas paródias (à Italiana), Blanc-Dumont e seu roteirista puderam dar ao western uma nova dimensão e um verdadeiro outro fôlego privilegiando uma vontade de verdade, de emoção e de lirismo.

O desenho potente e perfeccionista de Blanc-Dumont e a escritura intensa de Harlé colocam particularmente em valor suas preferências pelos cenários grandiosos, os personagens fora do comum e certa inclinação para o fantástico.

Paralelamente, Blanc-Dumont realizou duas outras obras que agradaram os aficionados de desenhos "fortes": "Couts Métrages", que reuniu 13 anos de narrativas curtas, e "L'Univers de Blanc Dumont", que nos mostra igualmente seu grande talento de ilustrador e de cartazista.

Em janeiro de 1988, ele recebe, por ocasião do 15º Salon International de la Bande Dessinée d'Angoulême, "L'Alfred" de Melhor Álbum do ano com "Les Survivants de l'Ombre" (roteiro de Harlé).

Em 1990, ele decide abordar um gênero diferente, o polar (N. C.: um tipo de romance policial). E para essa nova série, é uma autêntica lenda da história em quadrinhos, Michel Greg, um dos maiores roteiristas, que escreve as aventuras de Colby: histórias sob medida para Blanc-Dumont, onde ele se sobrepuja para reconstituir o universo da América dos anos 1940.

Em 1997, Jean Giraud e François Corteggiani, digno herdeiro de Jean-Michel Charlier, propuseram a ele prosseguir a série "La Jeunesse de Blueberry". Ele aceita com entusiasmo e ali traz a preocupação de dar ainda mais autenticidade sobre essa época da Guerra de Secessão.

N. C.: A data de nascimento de Michel Blanc-Dumont é 7 de março de 1948.


Bibliografia

1995  Cartland - Les Repères du diable
1991  Colby - Altitude moins trente
1993  Colby - Le Soleil est mort deux fois
1997  Colby - Bombardier pour Mexico
2010  Colby Intégrale T1
1975  Cartland - Jonathan Cartland
1976  Cartland - Dernier Convoi pour l'Orégon
1977  Cartland - Le Fantôme de Wah-Kee
1985  Cartland - Le Trésor de la femme araignée
1979  Cartland - La Rivière du vent
1982  Cartland - Les Doigts du chaos
1983  Cartland - Silver canyon
1987  Cartland - Survivants de l'ombre (Les) (Premiado em Angoulême, 1988)
1989  Cartland - L' Enfant lumière
1995  Cartland - Les Repères du diable
2004  Cartland Intégrale T1 (1, 2, 3, 4)
2004  Cartland Intégrale T2 (5, 6, 7)
2006  Cartland Intégrale T3 (8, 9, 10)
1998  La Jeunesse de Blueberry - La Solution Pinkerton
2000  La Jeunesse de Blueberry - La Piste des maudits
2001  La Jeunesse de Blueberry - Dernier train pour Washington
2003  La Jeunesse de Blueberry - Il Faut tuer Lincoln
2005  La Jeunesse de Blueberry - Le Boucher de Cincinnati
2006  La Jeunesse de Blueberry - La Sirène de Veracruz
2007  La Jeunesse de Blueberry - 100 Dollars pour mourir
2008  La Jeunesse de Blueberry - Le Sentier des larmes
2009  La Jeunesse de Blueberry - 1276 âmes
2010  La Jeunesse de Blueberry – Rédemption
2012  La Jeunesse de Blueberry - Gettysburg
2015  La Jeunesse de Blueberry - Le Convoi des bannis
2010 • La Jeunesse de Blueberry – Collection Magnum, Le Cycle des complots
2011 • La Jeunesse de Blueberry – Collection Magnum, Le Cycle des complots II

N. C.: Álbuns publicados por Dargaud Éditeur.


As capas dos álbuns da série “La Jeunesse de Blueberry” (“A Juventude de Blueberry”) desenhados por Michel Blanc-Dumont

Roteiros de François Cortegianni

 

 

 

 

 


La Jeunesse de Blueberry © François Corteggiani, Michel Blanc-Dumont, Dargaud Éditeur 1998, 2000, 2001, 2003, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2012, 2015


Michel Blanc-Dumont desenhando Blueberry jovem no Bistro BD

A 5ª edição de Bistro BD ocorreu em um sábado, em Carpentras. Em um ambiente descontraído e amigável, em cujo os leitores puderam encontrar grandes nome da história em quadrinhos (sem fila de espera, nem ingresso), entre os quais nós podemos cruzar notadamente com Pierre Dubois, René Hausman, Michel Faure, André Benn, Herlé, Laurent Verron, Michel Blanc-Dumont e, naturalmente, o criador do evento, François Corteggiani.

N. C.: Evento ocorrido em 2 de outubro de 2010.





Fonte: Dargaud Éditeur, Paris, França.


Afrânio Braga


domingo, 11 de agosto de 2013

Colin Wilson, desenhista



Biografia

Colin Wilson nasce em Christchurch, Nova Zelândia. Ele começa como desenhista grafista para a televisão, em seguida como fotógrafo de esporte automobilístico e como ilustrador independente antes de se dedicar completamente às histórias em quadrinhos.

A oportunidade foi dada a ele em 1980, durante as férias prolongadas em Londres, onde ele tem colaborado para a revista “2000 AD”, trabalhando nas séries “Judge Dredd" e "Rogue Trooper".

Em 1984, seu primeiro álbum "Raël" foi publicado na França e dois outros em seguida.

É nesse momento, que Jean-Michel Charlier e Jean Giraud chamam-no para desenhar os novos episódios de “La Jeunesse de Blueberry”, de cuja ele realiza seis álbuns. Entrementes, ele desenha um álbum da série “Thunderhawks”, lançado em 1992.

Atualmente, Colin Wilson vive na Austrália, e dali continua a colaboração com "2000 AD".

N. C.: A data de nascimento de Colin Wilson é 31 de outubro de 1949.


Bibliografia

1985 • La jeunesse de Blueberry - Les Démons du Missouri
1987 • La jeunesse de Blueberry - Terreur sur le Kansas
1989 • La jeunesse de Blueberry - Le Raid infernal
1992 • La jeunesse de Blueberry - La Poursuite impitoyable
1993 • La jeunesse de Blueberry - Trois hommes pour Atlanta
1994
 • La jeunesse de Blueberry - Le Prix du sang

2015 • XIII Mystery - Martha Shoebridge

N. C.: Álbuns publicados por Dargaud Éditeur.

Fonte da imagem: Wikimedia Commons.

Fonte do texto: Dargaud Éditeur, Paris, França.


As capas dos álbuns da série “La Jeunesse de Blueberry” (“A Juventude de Blueberry”) desenhados por Colin Wilson

Roteiros de Jean-Michel Charlier

 



La Jeunesse de Blueberry © Jean-Michel Charlier, Colin Wilson, Dargaud Éditeur 1985, 1987, 1989

Roteiros de François Corteggiani

 








La Jeunesse de Blueberry © François Corteggiani, Colin Wilson, Dargaud Éditeur 1992, 1993, 1994

Fonte das imagens: Dargaud Éditeur.

Afrânio Braga



sábado, 10 de agosto de 2013

François Corteggiani, roteirista



Biografia

François Corteggiani é um importante roteirista da história em quadrinhos franco-belga, que tem colaborado com os maiores desenhistas, dos quais notadamente Pierre Tranchand, Philippe Bercovici, Jean-Yves Mitton ou mesmo Giorgio Cavazzano. Após a morte de Jean-Michel Charlier, em 1989, ele retoma a sequência das aventuras de “La Jeunesse de Blueberry”, cuja ele nos faz compartilhar até hoje.

François Corteggiani nasce em 21 de setembro de 1953, em Nice, França. Após algumas colaborações locais, ele ascende a Paris em 1973. Seguido aos trabalhos publicitários e alguns desenhos em diversas revistas, ele estreia verdadeiramente em uma pequena editora de Lyon, a SEPP, para a qual ele entrega um pouco mais de 1000 pranchas em dois anos.

Após uma passagem relâmpago por "Spirou", ele entra na revista "Pif Gadget", onde ele anima o personagem "Pif" - a princípio em desenho, em seguida em roteiro -, o qual impulsiona, após longo tempo, Christian Godard. Ele cria também a série "Pastis" e, com Tranchand no desenho, as séries "Marine” e “Smith et Wesson".

Para Glénat, em 1981, sempre com Tranchand, ele retoma as séries "Bastos et Zakousky" e "Chafouin et Baluchon" para as revistas "Circus" e "Gomme". Após a interrupção de "Gomme", ele participa do mensal "Vécu" escrevendo "De Silence et de Sangpour” para Marc Males, depois Barison e desse modo a série "Le Casque et la Fronde" para Walter Fahrer e "Sundance" para Michel Suro.

Ao fim dos anos 1970, ele trabalha para a revista alemã "Zack" ("Super As", na França) para a qual ele escreve "Peter O'Pencil", cujo desenha Giorgio Cavazzano, com quem ele faz em seguida "Capitaine Rogers" para "Il Giornalino”, de Milão, destarte "Timothée Titan", a princípio para as Éditions Hachette, em seguida para as edições Paoline, na Itália.

Após 1982, ele trabalha para Walt Disney Company na França, Itália, Holanda, Dinamarca e Estados Unidos da América, e para o "Journal de Mickey", onde ele anima, com Tranchand, as piadas de "L'Ecole Abracadabra" e de "Monster Morel", tudo em sequência junto à série “Marine". Com Philippe Bercovici, para Glénat, DHP, Strip Art Features e Bayard, ele faz as séries "Yann et Julie", “Robinson et Zoé”, Le Grand Panic Circus”, Barnabé” e “Kostar le magnifique”.

A partir de 1996, com Emmanuel Barison, ele cria a série "Yakuza" em Soleil, prossegue a série "De Silence et de Sang". E termina a série “Tatiana K”, em cuja o primeiro desenhista foi Félix Meynet.

Seguido ao falecimento de Jean-Michel Charlier, em 1989, é ele quem retoma os roteiros de “La Jeunesse de Blueberry”, inicialmente desenhada por Colin Wilson, depois por Michel Blanc-Dumont.

Prosseguindo, ao mesmo tempo, seu trabalho em diversas séries, com vários desenhistas como Sébastien Verdier, Dominique Cébe ou Yves Rodier, ele se vê confiado, em 2004, à chefia da redação da nova “Pif Gadget”. Essa nova aventura se acaba em 2008. Depois ele assina um primeiro álbum de “Sibylline”, com André Taymans, e faz parte, após 2010, dos novos roteiristas das séries “Alix” e “Lefranc” de Jacques Martin.

Ele vive no sul da França desde 1987.


Bibliografia

1998 • Tatiana K - La Boite de Pandore
2001 • Tatiana K – Strigoï
2004 • Tatiana K – Le Stygmate de Longinus
2012 • Tatiana K Intégrale
1991 • L’école abracadabra - L' École Abracadabra
1991 • L’école abracadabra - Plongeons et Dragons
1992 • L’école abracadabra - Balais rosses
1993 • L’école abracadabra - C'est pas sorcier
1995 • L’école abracadabra - Sabbat comme vous voulez ?
1996 • L’école abracadabra - Le Philtre a gaffé
1997 • L’école abracadabra - Déconfiture au chaudron
1998 • L’école abracadabra - Des Plaies et des Carabosses
1999 • L’école abracadabra - Les Six Trouilles pour Halloween
2000 • L’école abracadabra - Déboires d'amulettes
1992 • La Jeunesse de Blueberry – La Poursite impitoyable
1993 • La Jeunesse de Blueberry - Trois hommes pour Atlanta
1994 • La Jeunesse de Blueberry - Le Prix du sang
1998 • La Jeunesse de Blueberry - La Solution Pinkerton
2000 • La Jeunesse de Blueberry - La Piste des maudits
2001 • La Jeunesse de Blueberry - Dernier train pour Washington
2003 • La Jeunesse de Blueberry - Il Faut tuer Lincoln
2005 • La Jeunesse de Blueberry - Le Boucher de Cincinnati 
2006 • La Jeunesse de Blueberry - La Sirène de Vera Cruz 
2007 • La Jeunesse de Blueberry - 100 Dollars pour mourir
2008 • La Jeunesse de Blueberry – Les Sentiers des larmes
2009 • La Jeunesse de Blueberry – 1726 âmes
2010 • La Jeunesse de Blueberry – Rédemption
2012 • La Jeunesse de Blueberry – Gettysburg
2015  La Jeunesse de Blueberry - Le Convoi des bannis
2010 • La Jeunesse de Blueberry – Collection Magnum, Le Cycle des complots
2011 • La Jeunesse de Blueberry – Collection Magnum, Le Cycle des complots II

N. C.: Álbuns publicados por Dargaud Éditeur.

Fonte da imagem e dos textos: Dargaud Éditeur, Paris, França.


Afrânio Braga




sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Jean Giraud, desenhista e roteirista


Jean Giraud

Biografia

Jean Giraud nasce em 8 de maio de 1938, em Nogent-sur-Marne, França. Seus pais se divorciam quando ele tem então três anos e é educado em parte por seus avós. É, contudo, graças ao seu pai que ele faz uma descoberta importante para si, entre quinze e dezesseis anos: a literatura de ficção-científica, que conhece entre as páginas da revista "Fiction".

Após dois anos em Artes Aplicadas, ele transforma a história em quadrinhos em profissão. Estreia dentro da revista “Far West” e colabora com jornais católicos como "Coeurs Vaillants". Em 1955, parte para o México, juntando-se novamente à sua mãe, que vive ali, onde ela se casara outra vez. Lá, descobre ao mesmo tempo a maconha, a boêmia e as experiências da idade adulta.

Mais que um título, Jean Giraud considera o México como o seu local predileto, até se pode dizer que de certo modo Mœbius nasce no México. O retorno à França o faz livre. Ele parte com o Exército, passa dezesseis meses na Alemanha e o restante na Argélia, onde é primeiramente apoio e depois destinado à vigilância de um depósito de material. Ele não luta mais; passa todo o seu tempo livre desenhando.

De volta ao continente europeu, faz contato com Joseph Gillain, dito Jijé, um dos pilares do semanário belga "Spirou". Giraud torna-se seu discípulo e colabora com uma das criações do mestre, o western "Jerry Spring", para o episódio intitulado "La Route de Coronado".

Na França, o semanário "Pilote", fundado notadamente por René Goscinny, desejava ter uma série western. Sob a assinatura de Gir, inicia a colaboração com Jean-Michel Charlier. Ele produ "Fort Navajo", convocação da origem das aventuras de Mike Steve Blueberry, que prosseguem ainda hoje.

Surgida no número 210 de "Pilote", de 31 de outubro de 1963, a série encontra um êxito sempre maior a cada novo episódio. A série “Blueberry” é composta de 28 álbuns periodicamente reeditados. Através dessa série, que constitui a verdadeira aprendizagem de Giraud, o desenhista se livra pouco a pouco da influência de Jijé.

Sob sua impulsão, o cenário evolui igualmente desde ingredientes estilísticos vindos do cinema, de John Ford a Sergio Leone passando por Sam Pekinpah. “Blueberry” adquire assim um tom moderno e uma densidade dramática que ultrapassa os modelos da história em quadrinhos franco-belga para a juventude.

Na opinião dos leitores, os melhores episódios são os dois postigos de "La mine de l'Allemand perdu" e "Le spectre aux balles d'or" e o ciclo "Chihuahua Pearl" "L'homme qui valait 500.000 $", "Ballade pour un cercueil", "Le hors-la-loi" e "Angel Face".

A assinatura Giraud ou Gir representa o desenhista de inspiração clássica ou neoclássica. Todavia, outra vertente criada se desenvolve dentro dele, para a qual assina Mœbius. Primeiramente para abordar uma veia satírica, próximo da linha da revista norte-americana "Mad". A estreia do trabalho de Mœbius é para a mensal, animal e maliciosa "Hara Kiri", onde ele desenha curtas histórias de humor negro. Porém, logo a dualidade Gir/Mœbius vai tomar uma total amplitude em outro lugar.

Em 1965, uma nova viagem ao México ocorre por uma decepção: Giraud se confronta com a solidão e a angústia. Ele experimenta pela primeira vez os cogumelos alucinógenos. Quando reaparece, se consagra bastante devido à sua produção para "Pilote", mas aborda igualmente a ficção-científica para a obliquidade da ilustração ou do cartaz. Colabora regularmente com as edições "Opta", para o "Club du Livre d'Anticipation" ou as revistas "Fiction" e "Galaxie".

Enfim, entre 1973 e 1974, assina para "Pilote" quaisquer histórias com tom novo e livre que anuncia a revolução Mœbius, em particular o desvio que marca as gerações de desenhistas. Porém, há então um fenômeno mais amplo que o seduz: o nascimento na França da história em quadrinhos do autor, ou pode-se dizer, da HQ "adulta", da qual Mœbius será uma das mais importantes referências através da revista "Métal Hurlant".

Uma divergência ocorrida com seu editor francês, Dargaud, a propósito de “Blueberry”, conduz à interrupção provisória da série durante quatro anos, de 1975 a 1979. A criação da revista "L'Echo des Savanes", em 1972, e o movimento da HQ "adulta" na França, derivado do "underground" norte-americano e do desejo de se libertar da censura ou dos limites impostos para a imprensa jovem, permitem a Mœbius florescer.

Em 1974, ele publica com as éditions du Fromage (emanação de "L'Echo des Savanes") "Le Bandard fou". No mesmo ano, Etienne Robial publica o primeiro álbum de história em quadrinhos que mencionou sobre a capa o nome do autor (e não o de um personagem): Gir, em "Futuropolis".

O ano de 1975 é uma nova data histórica: ocorre a reunião de Mœbius, Druillet, Dionnet e Farkas para a criação de "Métal Hurlant" e de sua editora Les Humanoïdes Associés. A assinatura Moebius encontra totalmente seu sentido e procria, com um grande êxito experimental e uma nova força de expressão, as criações regularmente citadas, que estão entre as obras-prima incontestáveis dos quadrinhos: "Arzach" em 1976, "Cauchemar blanc" em 1977 (para "L'Echo des Savanes"), "Les yeux du chat",  com Alexandro Jodorowsky, em 1978 e "Major Fatal" ou "Le Garage hermétique" em 1979. Cada qual uma feição sua, essas obras revolucionam a compreensão das histórias em quadrinhos e impelem os limites criativos.

Um novo período começa então para Mœbius. Seu encontro com Alexandro Jodorowsky, sob o projeto inacabado do filme "Dune", de uma parte o conduz à criação de "L'Incal", de outra parte o lança firmemente para múltiplas colaborações cinematográficas: "Alien" de Ridley Scott, o desenho animado "Les Maîtres du Temps" de René Laloux  e "Tron" de Steven Lisberger, que integra as sequências animadas como trivial.

Paralelamente, Mœbius experimenta uma entrega em causa existencial radical: se apaixona pelas doutrinas espiritualistas, reúne-se brevemente com o grupo "Isozen" dirigido por Appel-Guéry. Ele abandona tabaco, álcool ou qualquer outra substância produzida nos paraísos artificiais para tornar-se vegetariano.

Estabelece-se durante vários anos em Béarn, próximo de Pau, depois se evapora para o Taiti quando o grupo se implanta ali. Sua estada é de breve duração. Atraído pelo cinema, ele se instala em Los Angeles e mantém distância do "Isozen". "L'Incal" torna-se um sucesso, é o equivalente em fama para Mœbius quanto de "Blueberry" para Gir! Divide então a sua existência entre Los Angeles e Paris.

Em 1984, cria com Jean Annestay e Gérard Bouysse uma editora em Paris, Ædena, que se consagra com tiragens limitadas das imagens de Mœbius, coletâneas de suas ilustrações, destarte um novo ciclo em quadrinhos: "Le Monde d'Ædena ", que é reeditado pela Casterman no início dos anos 2000.

Em Los Angeles, ele cria, com sua esposa Claudine, Jean-Marc e Randy Lofficier, uma empresa que o representa, Starwatcher Graphic, e que permite a tradução de seu obra completa em luxuosas "graphic novels" pela Marvel, coroando assim sua dimensão de artista internacional.

Submetido voluntariamente aos costumes locais, Mœbius desenha, em 1988, dois episódios de um super-herói lendário: o "Surfer d'Argent", com o roteiro de seu criador Stan Lee. Um de seus projetos mais importantes consiste em prosseguir seu personagem fetiche, o Major Grubert, e em estender "Le Garage hermétique" às dimensões de um ciclo com diversas facetas.

Os anos de 1988 e 1989 inauguram um novo período para Giraud/Mœbius. Ele põe um termo à sua "aventura americana", retorna à França e inflecte o curso de sua vida, tanto no que concerne à sua vida privada, quanto às suas atividades profissionais.

No terreno editorial, não fica inativo. A assinatura de Mœbius vai doravante aparecer muito regularmente nos catálogos das Éditions Casterman, através de múltiplas criações. O desenvolvimento do universo criado à época das edições Ædena, primeiramente com o ciclo "Le monde d'Ædena" (4 álbuns publicados). Em paralelo, sempre no registro onírico e instintivo que caracteriza seu tratamento da ficção-científica, Mœbius publica, para o mesmo editor, diversas coletâneas de imagens (a última se intitula "Fusions") reunindo uma boa parte de sua produção "extra HQ": rascunhos, estudos, aquarelas, ilustrações, etc.

Enfim, Casterman acolhe igualmente outro aspecto de sua inspiração: assaz admirador da obra de Winsor Mac Cay, Mœbius propõe uma nova adaptação em dois volumes do célebre "Little Nemo" ("Le bon roi" e "Le mauvais roi"), desenhados por Bruno Marchand.

Com seu velho cúmplice Alexandro Jodorowsky, ele inaugura algures, para Les Humanoïdes Associés, uma nova série, "Le coeur couronné": três álbuns foram publicados ("La Folle du Sacré-Coeur", "Le Piège de l'irrationnel" e “Le Fou de la Sorbonne”).

Durante esse período, sempre seduzido pelo audiovisual e a animação, Giraud/Mœbius entra em contato com o meio do cinema na França e nos Estados Unidos, porém, entre alguns dos grandes projetos que inicia, estavam "Le garage hermétique", com o desenhista japonês Otomo, e "Starwatcher", longa metragem integralmente em imagens de síntese, de cujas cinco minutos foram realizados, nos quais finalmente se viu a luz.

Enfim, na divisão, as atividades não se integram dentro de um ciclo pré-existente, Mœbius assina alguns livros atípicos como "Les Histoires de Monsieur Mouche" (com Jean-Luc Coudray, para as edições Hélyode), cria uma pequena estrutura editorial, Stardom (serigrafias, objetos, etc.), com sua ex-esposa Claudine e, devido se fundar um fã-clube, publica a "Mœbius Groove", revista produzida por causa da atualidade de sua produção.

Mas, se Mœbius se revela prolífico, Jean Giraud não desaparece do cenário para sempre. Contudo, enquanto roteirista, ele prossegue para a Casterman o personagem "Jim Cutlass", criado originalmente por Jean-Michel Charlier e desenhado por Christian Rossi. Sete álbuns são publicados, o título do quarto, "Tonnerre au Sud" se permite mesmo uma piscadela amigável a Blueberry.

O mesmo Blueberry, além disso, retoma rapidamente o serviço. A princípio, "Marshal Blueberry", desenhado por William Vance sob roteiros de Giraud (dois álbums lançados) e em seguida "Arizona Love", títulos inicialmente publicados pela Alpen e reeditados depois pela Dargaud, que, daqui por diante, publica todas os lançamentos da série, notadamente "Blueberry" e o terceiro volume de “Marshal Blueberry”, "Frontière sanglante", de Giraud e Michel Rouge.

É o retorno de Blueberry que Giraud festeja na virada do século? Alguém custa a acreditar, tanta gente o viu então multiplicar os trabalhos.

"Mister Blueberry", "Ombres sur Tombstone", "Géronimo, l’Apache”, “O.K. Corral” e “Dust” se sucedem a um ritmo suportável, mas, ao mesmo tempo Jean Giraud se revela no meio de numerosos outros domínios.

Com Luc Besson, colabora com a decoração de "Cinquième Élèment". Prossegue sua série "Le Coeur couronné" - com Jodorowsky - depois, inspirado por Paulo Coelho, concebe um duplo CD-Rom de jogos intitulado "Pilgrim". Enfim, a empresa Sony o escolhe para a cenografia de uma atração permanente que abre eminentemente suas portas em San Francisco. Isso é tudo? Não, Giraud encontra ainda tempo para publicar "Quatre-vingt-huit", uma coleção de pinturas abstratas (Casterman).

Entre essas condições, alguém entende e quis experimentar de lhe prestar homenagem, isso doravante foi feito com duas exposições capitais. A primeira, em Paris, no Espace Cartier, permite, em setembro de 1999, de descobrir seus cadernos de croquis, desvendados pela primeira vez ao público.

Enquanto que a segunda, de janeiro a setembro de 2000, transtornou o museu da história em quadrinhos de Angoulême, que lhe dedicou mais de 1000 m2 para recordar o conjunto de sua carreira. Uma bela maneira de entrar no terceiro milênio!

N. C.: Jean Giraud falece em 10 de março de 2012, em Paris, França.


Bibliografia

1995  Altor - Les Seigneurs force
1990  Altor - Le Secret d'Aurélys
1986  Altor - Le Cristal majeur
1998  Altor - Sur l'Ile de la licorne
1992  Altor - Les Immortels de ShinKara
1999  Altor - Les Voies du temps
1995  Monographies, livres d’études - Il était une fois Blueberry
2007  XIII – La Version irlandaise
1975  La Jeunesse de Blueberry - La Jeunesse de Blueberry
1978  La Jeunesse de Blueberry - Un Yankee nommé Blueberry
1979  La Jeunesse de Blueberry - Cavalier bleu
1991  Marshal Blueberry - Sur ordre de Washington
1993  Marshal Blueberry - Mission Sherman
2001  Marshal Blueberry - Frontière sanglante
1965  Blueberry - Fort Navajo
1966  Blueberry - Tonnerre à l'Ouest
1967  Blueberry - L' Aigle solitaire
1968  Blueberry - Le Cavalier perdu
1969  Blueberry - La Piste des Navajos
1969  Blueberry - L' Homme à l'étoile d'argent
1970  Blueberry - Le Cheval de fer
1970  Blueberry - L' Homme aux poings d'acier
1971  Blueberry - La Piste des Sioux
1971  Blueberry - Le Général Tête jaune
1972  Blueberry - La Mine de l'Allemand perdu
1972  Blueberry - Le Spectre aux balles d'or
1973  Blueberry - Chihuahua Pearl
1973  Blueberry - L'Homme qui valait 500.000$
1974  Blueberry - Ballade pour un cercueil
1974  Blueberry - Le Hors-la-loi
1975  Blueberry - Angel Face
1980  Blueberry - Nez Cassé
1980  Blueberry – La Longue marche
1982  Blueberry – La Tribu fantôme
1983 • Blueberry – La Dernière carte
1986 • Blueberry – Le Bout de la piste
1990  Blueberry - Arizona Love
1995  Blueberry - Mister Blueberry
1997  Blueberry - Ombres sur Tombstone
1999  Blueberry - Geronimo l'Apache
2003  Blueberry - OK Corral
2003  Blueebrry – Les Monts de la Superstition
2005  Blueberry – Dust
2007  Blueberry - Apaches
2012  Blueberry l’Intégrale tome 1
2013  Blueberry l’Intégrale tome 2
2015  Blueberry l’Intégrale tome 3
2015  Blueberry l’Intégrale tome 4
2015 • Blueberry tome 24 Mister Blueberry N&B
2015 • Blueberry tome 25 Ombres sur Tombstone N&B

2016 • Blueberry tome 26 Géronimo L’Apache N&B
2016 • Blueberry tome 27 OK Corral N&B
2016 • Blueberry l’Intégrale tome 5
2017 • Blueberry tome 28 Dust N&B
2017 • Blueberry l’Intégrale tome 6
2017 • Blueberry l’Intégrale tome 7
2018 • Blueberry l’Intégrale tome 8
2019 - Blueberry l’Intégrale tome 9

N. C.: Álbuns publicados por Dargaud Éditeur.

Fonte da imagem e dos textos: Dargaud Éditeur, Paris, França.

Afrânio Braga

Edições do grupo Média-Participations na Amazon Brasil. Acesse a livraria por um dos links abaixo: