sábado, 21 de outubro de 2023

Omaggio di Stefano Andreucci ai 75 anni di Tex - Homenagem de Stefano Andreucci aos 75 anos de Tex

Tex, o Ranger do Texas.
Jack Tigre, Tex Willer, Kit Carson e Kit Willer, os quatro pards, por Giovanni Ticci. 


Stefano Andreucci e Tex Willer.


Omaggio di Stefano Andreucci
ai 75 anni di Tex

Oh, un viaggio nella saga di Tex Willer, una storia che scaturisce come un raggio ardente nel deserto! Nel lontano anno del Nostro Signore 1978, al tempo della mia giovinezza, ho cimentato i primi tratti di Tex Willer, un'arte scolastica che, come goccia nell'oceano, ha generato un profondo legame con l'animo selvaggio di Tex.

Seguendo il corso dei venti della mia arte, ho poi intrapreso un cammino diverso, nel solco di "Dampyr", per un decennio intero, dal 2003 al 2013. Ma, come la luna che sorge nel cielo, il richiamo di Tex non ha mai cessato di riverberarsi nella mia mente e nel cuore.

Ed ecco, nel 2003, splendente come l'alba dorata, ho visto realizzarsi un sogno: la mia prima avventura di Tex fu pubblicata, e ciò divenne un momento cruciale nel corso della mia carriera artistica, legando il mio destino con l'immortale Ranger.

Tuttavia, dopo aver percorso l'arduo sentiero di "Dampyr" per tanti anni, giunto il 2013, ho fatto ritorno a Tex, come il falco che torna al suo nido. Fu una decisione che nacque nel profondo del mio essere, un sussurro del destino che mi guidò al selvaggio West, a seguire la via del mio cuore.

Questo ritorno, o miraggio che sia, è stato un capitolo essenziale nella mia passione per Tex, una fiamma che arde con il fuoco di mille soli. È stato un momento di emozioni intense, una sinfonia di sentimenti che danza come il vento tra le pagine dei fumetti, svelando l'amore immortale per il genere narrativo.

Così, come un viandante nel deserto, il mio spirito si è nutrito della grandiosità di Tex Willer e del West, e non posso che essere grato per l'opportunità di aver intrapreso questo sentiero, unico e inestimabile come il tesoro nascosto nelle terre sconfinate.

Tex Willer è diventato un compagno fedele nel mio viaggio artistico, un faro che guida la mia nave attraverso le onde tumultuose del creato. E mentre mi volto indietro, come il sole che cala all'orizzonte, il cuore brucia di gratitudine per questa passione feconda, destinata a crescere e prosperare come un fiore selvaggio nel giardino dell'immaginazione.

(Scusandomi con chi legge, e soprattutto con William Shakespeare, per aver tentato di copiare, senza riuscirci, il suo stile narrativo!)


Uma prancha de “Tex Romanzi a Fumetti” nº 6 “Il vendicatore”.
Argumento e roteiro de Mauro Boselli. Desenhos e capa de
Stefano Andreucci. Cores de Matteo Vattani. Publicado
pela editora Sergio Bonelli Editore em 16/09/2017.


Os quarto pards – da esquerda para a direita:
Kit Willer, Kit Carson, Tex Willer e Jack Tigre.


Stefano Andreucci em seu estúdio.


Homenagem de Stefano Andreucci
aos 75 anos de Tex

Oh, uma viagem na saga de Tex Willer, uma história que brota como um raio ardente no deserto! No distante ano do Nosso Senhor de 1978, no tempo da minha juventude, eu cimentei os primeiros traços de Tex Willer, uma arte escolástica que, como gota no oceano, gerou uma profunda ligação com o ânimo selvagem de Tex.

Seguindo o curso dos ventos da minha arte, depois eu tomei um caminho diverso, no sulco de “Dampyr”, por uma década inteira, de 2003 a 2013. Mas, como a lua que surge no céu, o chamado de Tex nunca cessou de reverberar-se na minha mente e no coração.

E eis, em 2003, resplandecente como o amanhecer dourado, eu vi realizar-se um sonho: a minha primeira aventura de Tex foi publicada, e isso se torna um momento crucial no curso da minha carreira artística, ligando o meu destino com o imortal Ranger.

Todavia, após haver percorrido o árduo caminho de “Dampyr” por tantos anos, em 2013, eu retornei a Tex, como o falcão que torna ao seu ninho. Foi uma decisão que nasceu no profundo do meu ser, um sussurro do destino que me guiou ao Oeste selvagem, a seguir a estrada do meu coração.

Esse retorno, ou miragem que seja, foi um capítulo essencial na minha paixão por Tex, uma chama que arde com o fogo de mil sóis. Foi um momento de emoção intensa, uma sinfonia de sentimentos que dança como o vento entre as páginas das histórias em quadrinhos, revelando o amor imortal pelo gênero narrativo.

Assim, como um viajante no deserto, o meu espírito é nutrido da grandiosidade de Tex Willer e do Oeste, e eu não posso deixar de ser grato pela oportunidade de haver tomado esse caminho, único e inestimável como o tesouro escondido nas terras sem confins.

Tex Willer se tornou um companheiro fiel na minha viagem artística, um farol que guia o meu navio através das ondas tumultuosas da criação. E, quando eu me volto atrás, como o sol que se põe no horizonte, o coração arde de gratidão por essa paixão fecunda, destinada a crescer e prosperar como uma flor selvagem no jardim da imaginação.

(Desculpando-me com quem lê e, sobretudo, com William Shakespeare por haver tentado copiar, sem sucesso, o seu estilo narrativo!)


Tex Willer e índios.


A ilustração inédita para a capa da versão francesa de “Il magnifico
fuorilegge” publicada pela editora Fordis no tomo 3 da série “La Jeunesse
de Tex Willer”, na categoria western Colorado, em 18 de setembro de 2020.

Fontes: Stefano Andreucci: a homenagem, as fotografias e as imagens. Editora Sergio Bonelli Editore: o desenho dos quatro pards por Giovanni Ticci e a logomarca dos 75 anos de Tex.

O personagem Tex foi criado por Giovanni Luigi Bonelli e realizado graficamente por Aurelio Galleppini.
Tex © Sergio Bonelli Editore
Sergio Bonelli Editore S.p.A., Milano, Italia.

Ringraziamento a Stefano Andreucci per l’omaggio ai 75 di Tex per il blog Blueberry.
Agradecimento a Stefano Andreucci pela homenagem aos 75 de Tex para o blogue Blueberry.

Afrânio Braga

Artigo publicado também em Tex Willer Blog 




Edições Bonelli na Livraria Amazon Brasil. Acesse a livraria por um dos links abaixo:











sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Le Monde Hors-série “Blueberry, une légende de la bande dessinée”

 

« Le Monde » de la BD en kiosque : des classiques, toujours des classiques…

Par Didier Pasamonik (L’Agence BD) le 17 août 2023

Le quotidien « Le Monde » profite de l’été pour proposer deux hors-série consacrés à la BD, à la fois sur une bande dessinée iconique de l’univers du western : Blueberry, et aussi sur l’un des scénaristes essentiels de l’époque : Jean Van Hamme. De quoi augmenter notre culture BD en passant par un kiosque pendant vos vacances.
 
« Blueberry, une légende de la bande dessinée », tel est le titre de ce hors-série dont Le Monde s’est fait une spécialité. Il rappelle, ce titre, à quel point le western est par excellence le mythe du XXe siècle le plus vivace, un travail de communication très habile de mise en avant du rêve américain, d’abord une terre promise (et il fallait bien ce mythe énorme pour dissimuler la spoliation et l’ethnocide des Amérindiens), ensuite un Eden empreint de nostalgie. Prospérant sur ce terreau, Blueberry fait partie des séries qui se sont employées à le déconstruire.

Une vision plus moderne

Il fallait pour cela un passeur venu de « l’ancien monde », biberonné aux westerns de John Ford et encore dans l’admiration de ces sauveurs du monde libre qu’étaient les USA : Jean-Michel Charlier (1924-1989), juriste de formation et l’un des meilleurs raconteurs d’histoires de sa génération. Le dossier du monde revient notamment sur le premier de ses manuscrits, Fort Navajo, pour raconter la « Saga Blueberry ». Charlier, qui dessinait aussi, n’hésite pas à donner à son dessinateur des croquis très précis de l’image qu’il désire. Un travail méconnu et impressionnant.

Il fallait ensuite un dessinateur d’exception, le meilleur de l’époque selon André Franquin. Jean Giraud (1938-2012), alias Gir, alias Moebius, dont le dessin part de celui de Jijé (1914-1980), lui-même nourri aux racines de la BD américaine, celle de Milton Caniff, à la fois réaliste et classique dans le dessin et expressionniste dans l’encrage. Jijé est le mentor du jeune Giraud qui découvre grâce à lui les codes de la bande dessinée classique. Mais très vite, l’élève dépasse le maître tant dans la puissance de son expression que par la musicalité de son trait. Son influence sera profonde et durable, comme en témoignent les artistes interrogés (Matthieu Bonhomme, François Boucq, Emmanuel Lepage, Philippe Xavier…) dans cet excellent numéro.

Fonte: ActuaBD


“Le Monde” da história em quadrinhos em banca: os clássicos, sempre os clássicos...

Por Didier Pasamonik (L’Agence BD) em 17 de agosto de 2023

O quotidiano “Le Monde” aproveita o verão para propor dois fora de série consagrados à história em quadrinhos, tanto sobre uma história em quadrinhos icônica do universo western: “Blueberry”; quanto sobre um dos roteiristas essenciais da época: Jean Van Hamme. O suficiente para aumentar a nossa cultura de história em quadrinhos passando por uma banca durante as nossas férias.

“Blueberry, une légende de la bande dessinée”, tal é o título desse fora de série de cujo “Le Monde” fez uma especialidade. O quotidiano recorda, nesse título, a qual ponto o western é por excelência o mito mais vivaz do século XX, um trabalho de comunicação muito hábil em colocar adiante o sonho americano, a princípio uma terra prometida (e foi muito necessário esse mito enorme para dissimular a espoliação e o etnocídio dos ameríndios), em seguida um Éden marcado de nostalgia. Prosperando sobre esse terreno fértil, “Blueberry” fez partir as séries que se empregaram para desconstruí-lo.
 
Uma visão mais moderna

Era necessário para isso um barqueiro vindo do “Velho Mundo”, amamentado pelos westerns de John Ford e ainda na admiração desses salvadores do mundo livre que eram os Estados Unidos da América: Jean-Michel Charlier (1924-1989), jurista de formação e um dos melhores contadores de histórias de sua geração. O dossiê do mundo volta notadamente no primeiro de seus manuscritos, “Forte Navajo”, para contar a “Saga Blueberry”. Charlier, que também desenhava, não hesita em dar ao seu desenhista os croquis muito precisos da imagem que ele deseja. Um trabalho desconhecido e impressionante.

Em seguida, era necessário um desenhista de exceção, o melhor da época conforme André Franquin. Jean Giraud (1938-2012), aliás Gir, aliás Moebius, cujo desenho parte daquele de Jijé (1914-1980), ele mesmo alimentado pelas raízes da história em quadrinhos americana, aquela de Milton Caniff, ao mesmo tempo realista e clássica no desenho e expressionista na arte-final. Jijé é o mentor do jovem Giraud que descobre, graças a ele, os códigos da história em quadrinhos clássica. Mas, muito rápido, o aluno ultrapassa o mestre tanto no poder de sua expressão quanto na musicalidade do seu traço. A sua influência será profunda e durável, como testemunham os artistas entrevistados (Matthieu Bonhomme, François Boucq, Emmanuel Lepage, Philippe Xavier…) nesse excelente número.

« Le Monde » de la BD en kiosque : des classiques, toujours des classiques… © 2023 Didier Pasamonik (L’Agence BD) – ActuaBD



Blueberry, une légende de la bande dessinée


A propósito desse produto

“Le Monde” apresenta o fora de série Blueberry, anti-herói carismático criação de dois autores lendários da história em quadrinhos, Jean-Michel Charlier e Jean Giraud. Um passaporte para a grande epopeia do Oeste.

 

116 páginas
Publicação em 29 de junho de 2023

Preço: 10,90 €

Fonte: Le Monde, Paris, France.

N. C.: Formato (largura X altura): 23,1 X 29,9 cm. Blueberry, une légende de la bande dessinée: Blueberry, uma lenda da história em quadrinhos.

Blueberry, une légende de la Bande Dessinée © 2023 Société Éditrice du Monde – Dargaud Éditeur

A série “Blueberry” foi criada por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud.

“Blueberry” © Jean-Michel Charlier / Jean Giraud – Dargaud Éditeur

Agradecimento à redação do site ActuaBD e a Didier Pasamonik (L’Agence BD) pela gentil permissão de publicar parte do artigo « Le Monde » de la BD en kiosque : des classiques, toujours des classiques… no blogue Blueberry.

Afrânio Braga

Edições do grupo Média-Participations na Amazon Brasil. Acesse a livraria por um dos links abaixo:







sexta-feira, 6 de outubro de 2023

“Noir Burlesque” tome 2/2 – Enrico Marini

Capa do tomo 2/2. 


POLAR & THRILLER

NOIR BURLESQUE
Noir Burlesque
Noir Burlesque 2/2
 
Enrico Marini 
Roteiro, Desenho, Cores


Página de guarda.


Folha de rosto.


Páginas 4 e 5.


Páginas 6 e 7.


Páginas 8 e 9.


Páginas 10 e 11.


DETALHES DA OBRA

Público: adolescente – adulto
Data de publicação: 10/11/2022
Coleção: Hors Collection Dargaud
Formato: 22,5 x 29,8 cm
Número de páginas: 128
Tipo de acabamento: BD Capa Cartonada
Preço: 20,50€

N. C.: Em 10 novembro de 2022, a editora Dargaud publicou uma edição especial numerada e limitada a 700 exemplares, para a livraria Momie, com capa alternativa e caderno gráfico de 8 páginas.


RESUMO

Para Slick, as coisas não se arranjam. Até ao presente, ele tinha negócio com os criminosos irlandeses. Mas, dessa vez, ele muda de dimensão: ei-lo confrontado à máfia italiana.

Rex, para quem ele trabalhou uma única vez, pede a ele dessa vez, sob ameaça, furtar uma obra de arte. E não importa qual: além de seu imenso valor, ela pertence à máfia.

Em um mundo ideal, Slick picaria a mula com Caprice, a mulher da sua vida. Mas nós não estamos em um mundo ideal. Capriche se encontra acuada também: Rex retém ela com um segredo que poderia arruinar a sua carreira eternamente.

E os aborrecimentos de Slick não param ali: ele deve fazer equipe com um bando de verdadeiros perturbados. Notadamente Crazy Horse, um dos assassinos incontroláveis de Rex, que parece ter partido sobre o caminho da guerra. O quê é certo é que sangue e lágrimas vão escorrer...

Entre mulheres fatais, tiroteios sangrentos e acertos de contas, Enrico Marini prossegue a sua homenagem ao filme noir americano dos anos 1950.


NOIR BURLESQUE EM VÍDEO

Noir Burlesque d'Enrico Marini - Une histoire complète en deux tomes
N. C.: “Noir Burlesque” de Enrico Marini – Uma história completa em dois tomos

Dargaud apresenta: Entre assaltos e clubes de strip-tease se rodeiam gângsters e pin-ups... “Noir Burlesque”. Entre traições, vingança e ciúme o primeiro romance gráfico de Enrico Marini. História completa em dois tomos.



ANÁLISE DA IMPRENSA
     Eles amaram...

L’HUMANITÉ

22/12/2022

EUROPE 1 – LA VOIX EST LIVRE

04/12/2022

“Tudo rola à perfeição, do desenho às cores, do roteiro aos diálogos”.
 
“Nós estamos nesse polar até ao pescoço”.

ACTUABD

19/11/2022

DBD

01/11/2022

“Do grande polar!”
“Burlesco e noir à vontade”.

Fonte: Dargaud Éditeur, Paris, França.

N. C.:

Noir. Termo francês que designa os assim ditos “romances sombrios”, ou seja, aqueles que contam histórias do ponto de vista criminal. Para os franceses, a palavra noir é também sinônimo de literatura policial em sentido lato, e precisamente “Série Noire” é o nome da mais popular coleção dedicada a esse gênero narrativo, nascida nos anos 1940 junto às edições Gallimard por vontade de Marcel Duhamel, e comparável, por longevidade e conteúdos, àquela italiana dos “Libri Gialli” Mondadori. Dos anos 1940 em diante, o termo foi apropriada pela gíria cinematográfica de língua anglo-saxônica para indicar os filmes de roteiro “fosco” que tratam de gângsteres, detetives, assaltos, chantagens, intrigas, histórias de adultério que findam em delito. No uso italiano, noir se contrapõe a “giallo”, distinguindo aquele particular filão da literatura policial no qual os crimes ficam impunes, ou o protagonista é o delinquente ou um personagem que assume as suas atitudes.

Polar. Termo francês que designa a literatura (e o cinema) policial; nasce da contração das palavras policier e littérature.

Thriller. Termo inglês derivado do verbo to thrill (palpitar, estremecer) usado para indicar a literatura policial e de suspense.

Fonte: “Enciclopedia della Letteratura”, Garzanti, em Gli articoli di Wuz.it – Maremosso.

Noir Burlesque tome 2/2 © 2022 Enrico Marini - Dargaud Éditeur

A editora Trem Fantasma publica “Noir Burlesque” no Brasil.

Afrânio Braga

Edições do grupo Média-Participations na Livraria Amazon Brasil. Acesse a livraria por um dos links abaixo:






domingo, 1 de outubro de 2023

60 anos de Blueberry 1963 - 2023

Base da Força Aérea em Edwards, Califórnia, Estados Unidos da América. 


60 ANOS DE
BLUEBERRY
1963 - 2023


Jean-Michel Charlier em seu escritório.


Em 1962, durante a sua viagem da primeira volta ao mundo, Jean-Michel Charlier descobriu o encanto do Velho Oeste depois de uma reportagem na Base Aérea de Edwards, Califórnia, Estados Unidos da América, ao fazer uma excursão pela região vizinha àquele centro de treinamento aeroespacial. Ele que nunca pensara em realizar uma história em quadrinhos western, regressou à França com a intenção de escrever uma.

A base da Força Aérea americana poderia ter inspirado Jean-Michel Charlier em mais um roteiro de “Bucky Danny” ou de “Tanguy et Laverdure”, suas séries de sucesso justamente com pilotos militares americanos e franceses respectivamente. Entretanto, ele procurou Joseph Gillain, em arte Jijé, para desenhar uma série western; para tal, o mestre belga indicou o seu assistente Jean Giraud que colaborou também em um episódio da série western “Jerry Spring”.

Coincidentemente Jean Giraud, o futuro Moebius, procurou, anos antes, Jean-Michel Charlier para escrever uma história em quadrinhos western, ao quê o roteirista recusou porque esse não era o seu negócio e ele não tinha interesse em ingressar no gênero. O destino proporcionou o encontro desses dois apaixonados pelo Velho Oeste e, por conseguinte, o surgimento do Tenente Blueberry.


Jean-Michel Charlier e Jean Giraud em 1974, em plena sessão de
trabalho no ateliê do desenhista, para fins de uma reportagem televisiva.


A nova aventura desenhada estreou na revista semanal “Pilote” nº 210, de 31 de outubro de 1963, intitulada “Fort Navajo” cujas histórias contariam as vicissitudes daquele forte da Fronteira. Contudo, o tenente Mike T. Blueberry - mudado posteriormente para Mike S. Blueberry - se destacou causando a alteração do título para “Fort Navajo, une Aventure du Lieutenant Blueberry” até chegar a “Blueberry”.

Os desenhos das primeiras aparições nas capas do hebdomadário “Pilote” e em álbum da série “Blueberry” – “Fort Navajo” – foram realizados por Jijé, cuja influência na arte de Jean Giraud se evidencia nos cavalos que perdura até os últimos álbuns da saga do mítico tenente em cujos se percebe uma ligeira miscelânea dos estilos de Gir e de Moebius.


A capa de “Pilote” nº 210. Desenho de Jijé.


No decorrer da saga blueberryana, os criadores e o protagonista evoluem: os roteiros de Jean-Michel Charlier se tornam mais complexos, densos e repletos de reviravoltas; a arte de Jean Giraud incorpora elementos de Moebius, o seu outro eu artístico, fazendo escola até hoje; e o Tenente Blueberry envelhece, ao contrário da grande maioria dos personagens da arte sequencial, e amadurece ficando mais introspectivo.

Inspirado, por Jean-Michel Charlier, em soldados reais insubordinados que eram enviados a postos da Fronteira para serem isolados ou até morrer nos conflitos com os Índios, Blueberry vive as suas aventuras como militar, xerife, marshal, foragido da lei, amigo dos índios e jogador profissional de pôquer ao lado de amigos como Jimmy McClure e Red Neck e mulheres distintas a exemplo de Katie Marsh, professora do ensino fundamental, Chini, filha do chefe Apache Chiricahua Cochise, Chihuahua Pearl, cantora e dançarina, e Dorée Malone, cantora e violonista.

Jean-Michel Charlier, o Alexandre Dumas da Bande Dessinée, o maior roteirista da história em quadrinhos franco-belga, escreveu as narrativas de “Blueberry” mostrando o Velho Oeste verdadeiro e selvagem e Jean Giraud, dito Moebius, considerado por muitos dos seus pares e por milhões de leitores como o melhor desenhista da Nona Arte de todos os tempos, desenhou as pranchas expondo as atmosferas e as ambientações da época em aventuras que revolucionaram a história em quadrinhos western.

Nascido há 180 anos, Michael Stephen Donovan se tornou Mike Steve Blueberry, o lendário tenente mais amado do Oeste, as suas histórias são publicadas em quase todas as línguas do mundo inteiro, nas quais ele acompanha gerações de leitores há 60 anos, igualmente como Tsi-Na-Pah - o apelido dado pelos Apaches Chiricahuas por causa do seu nariz quebrado na juventude pelo general Dodge -, e ele continuará a cavalgar ao flanco de milhões de fãs, em todo o planeta, da infância à idade adulta, sendo a obra-prima de uma dupla genial.


Katie Marsh, a valente professora, na vinheta 1 da prancha 34 de
do nº 337 (7 de abril de 1966) ao nº 360 (15 de setembro de 1966) e
publicado em álbum pela editora Dargaud no 4º trimestre de 1969.
“O Homem da Estrela de Prata”, título em português, história inspirada
no filme “Rio Bravo” (“Onde Começa o Inferno”, título no Brasil).


A vinheta da primeira prancha do episódio "Général Tête Jaune" publicado
em "Pilote" nº 453, de 11/07/1968. No álbum, a primeira prancha e a
segunda tira da prancha 2 foram suprimidas; as mesmas apareceram
em “Lieutenant Blueberry” nº 3 “General Golden Mane” (ver a ilustração
da capa em Portfolio Blueberry Stardom), editora Epic Comics, Estados
Unidos da América, 1991 e, pela primeira vez em álbum, na França,
em “Blueberry L’Intégrale” volume 4, editora Dargaud, 2015.


Dois batedores do exército americano encontram uma aldeia
Cheyenne. A vinheta 3 da prancha 5 do álbum “Lieutenant Blueberry”
nº 3 “General Golden Mane”, editora Epic Comics, Estados Unidos
da América, 1991. “Blueberry” nº 10 “Général Tête Jaune” foi
pré-publicado em “Pilote” do nº 453 (11 de julho de 1968) ao nº 476
(19 de dezembro de 1968) mais duas capas nos nº 453 e nº 460
(29 de agosto de 1968) e publicado em álbum pela editora Dargaud
no 4º trimestre de 1971; “General Cabeça Amarela”, título em português.


A primeira edição do volume 11 com uma tarja removível dos prêmios
Phenix 1969 e 1970 de melhor série de aventuras e Saint Michel de 1971.
“Pilote” do nº 497 (15 de maio de 1969) ao nº 519 (16 de outubro de 1969)
mais uma capa no nº 497 e publicado em álbum pela editora Dargaud no
1º trimestre de 1972; “A Mina do Alemão Perdido”, título em português.



A vinheta 5, da prancha 22 do volume 12, cuja foi a inspiração para
capa da edição francesa – aqui em “The Ghost With TheGolden Bullets”,
história publicada em uma edição americana da editora Epic Comics.
 “Blueberry” nº 12 “Le Spectre aux balles d’or” foi pré-publicado em “Pilote”
do nº 532 (15 de janeiro de 1970) ao nº 557 (9 de julho de 1970) mais um
anúncio no nº 531 (8 de janeiro de 1970) e duas capas nos nº 532 e nº 555
(25 de junho de 1970) e publicado em álbum pela editora Dargaud em
janeiro de 1972; “O Espectro das Balas de Ouro”, título em português.


A primeira edição do volume 14 com uma tarja removível do prêmio
Shazam 1973 de melhor desenhista estrangeiro concedido a Gir pela
Academy of Comic Book Art New York, Estados Unidos da América, com
um erro: o prêmio Shazam foi dado em 1973, mas era para o ano 1972. LJM.
“Pilote” do nº 605 (10 de junho de 1971) ao nº 627 (11 de novembro
De 1971) mais um anúncio no nº 604 (3 de junho de 1971) e uma
capa no nº 605 e publicado em álbum pela editora Dargaud em julho
de 1973; “O Homem Que Valia $ 500.000”, título em português.


A capa do disco de vinil compacto simples 7” 45 RPM
estéreo “Blueberry / L’Echo des Savanes” de Marcel Dadi
com o selo RCA Victor lançado na França em 1973.


A contracapa do disco de vinil com as faixas
A: Blueberry e B: L’Echo des Savanes.


A capa da caixa do quebra-cabeça “Les Maîtres du Westen – Jean Giraud”
com mil pedaços, formato 46 X 71 cm e lançado pela editora Dargaud em 1974.


A ilustração do quebra-cabeça “Les Maîtres du Westen – Jean
Giraud”, em preto e branco e em cores, com Mike Blueberry
e Jimmy McClure a cavalo; o puzzle é em cores. 


edição, publicado no 1º trimestre de 1974, acompanhado da brochura,
de 4 páginas, para o seu lançamento e os 10 anos de Blueberry. LJM.


Um cartaz do volume 18 lançado pela editora Dargaud em 1980.
“Blueberry” nº 18 “Nez Cassé” foi  pré-publicado em “Super As”
do nº 1 (fevereiro de 1979) ao nº 10 (abril de 1979), em seguida
em “Métal Hurlant” nº 38 (1º de fevereiro de 1979) e nº 40
(1º de abril de 1979) e publicado em álbum pela editora Dargaud
no 1º trimestre de 1980; “Nariz Partido”, título em português.


A capa de “Gebroken Neus”, edição dupla holandesa
do volume 18 de “Blueberry” publicada pela editora Sherpa,
em 2018, com a história em preto e branco e um dossiê sobre
o universo de Jean Giraud em preto e branco e em cores.


A vinheta 1 da prancha 1 do volume 19 em uma edição em espanhol.
“Blueberry” nº 19 “La Longue marche” foi pré-publicado em “Super As” do
nº 69 (3 de junho de 1980) ao nº 72 (24 de junho de 1980), em seguida
do nº 85 (23 de setembro de 1980) ao nº 87 (7 de outubro de 1980) e
publicado em álbum pela editora Fleurus no 4º trimestre de 1980;
“A Longa Marcha”, título em português. Jean-Michel Charlier se inspirou
em The Long Walk of the Navajos para escrever o roteiro dessa história.


Uma ilustração inspirada naquela da histórica página de guarda da série
“Blueberry”; dessa vez Jean Giraud inseriu um cavaleiro atrás de Blueberry.


Mike BlueberryJimmy McClure e Red Neck. Vinhetas 8, 9 e 10 da prancha 21
de “Blueberry” nº 22 “Le Bout de la piste”; “O Fim da Pista”, título em português.


A capa do dossier de presse de “Blueberry” nº 23 “Arizona Love”, editora
Novedi, 1990. Mike Blueberry e Lily Calloway, aliás, Chihuahua Pearl.


A prancha 12 de “Arizona Love”. Blueberry e Chihuahua Pearl.


A capa de “Blueberry” nº 1 “The Iron Horse”, Epic Comics, 1991;
a ilustração dessa capa foi publicada no artbook “Blueberry’s”.
“Blueberry” nº 7 “Le Cheval de fer” foi pré-publicado em “Pilote” do
nº 370 (24 de novembro de 1966) ao nº 392 (27 de abril de 1967)
mais uma capa no nº 370 e publicado em álbum pela editora Dargaud
no 1º trimestre de 1970; “O Cavalo de Ferro”, título em português.


A prancha 1 de “Marshal Blueberry” nº 2 “The Ghost With The
Golden Bullets”, editora Epic Comics, Estados Unidos da América.


A primeira e a quarta capa de uma edição indiana do
Captain Tiger – como o Tenente Blueberry é chamado
na Índia – publicada pela editora Lion Muthu Comics.


Marca página “Le Monde” – Blueberry faz sua entrada em “Le Monde”
nesse verão. Cada dia, a partir de 14 de julho até 8 de agosto, o novo
“Blueberry”“Ombres sur Tombstone”, que tem feito o objeto de uma
pré-publicação em “Le Monde”, o jornal francês de maior prestígio
internacional, sendo distribuído, diariamente, em várias partes do mundo.


Gerônimo, chefe Apache Chiricahua. Extrato da vinheta 7
da prancha 46 de “Blueberry” nº 25 “Ombres sur Tombstone”


O original a lápis da prancha 10 B de “Blueberry” nº 26 “Gerónimo l’Apache”.
O tomo 26 “Gerónimo, l’Apache” foi pré-publicado na revista “BoDoï”
do nº 22 (30 de julho de 1999) ao nº 24 (23 de outubro de 1999)
e publicado em álbum pela editora Dargaud em 9 de outubro
de 1999; “Gerônimo, o Apache”, título em português.


Jean Giraud e uma estatueta de Blueberry
cujo esboço foi concebido pelo Mestre.


A vinheta 4 da prancha 4 de “Blueberry” nº 27 “OK Corral”.
Dorée Malone, a última namorada de Blueberry, da qual o nome é
em homenagem a uma atriz americana admirada por Jean Giraud.


Jean Giraud desenhou Blueberry, nessa vinheta, com o visual do ator Vicent
Cassel que interpretou o Tenente no filme “Blueberry, l’expérience sècrete”
(“Blueberry. Desejo de Vingança”, título no Brasil), dirigido por Jan Kounen.


A prancha 60 de Blueberry tome 28 Dust N&B.


O Tenente Blueberry na capa de “Pilote” edição especial do 40º
aniversário de maio de 1968, publicado pela editora Dargaud em 2008.


A capa de “Blueberry” tom 3 publicado pela editora Egmont, em polonês,
com os episódios “Chihuahua Pearl”, “Człowiek wart 500 000 dolarów” e
“Trumienna ballada” que compõem ciclo do Tesouro dos Confederados.


Abaixo: a vinheta 1 da prancha 36 de “Inside Moebius” tome 1 com
MoebiusMajor GrubertJean GiraudBlueberry e Arzak;





A série “Blueberry” foi criada por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud.
“Blueberry” © Jean-Michel Charlier / Jean Giraud – Dargaud Éditeur
“Inside Moebius” tome 1 © 2004 Jean Giraud Moebius – Édition Stardom
Imagens © Editores, autores, gravadora, produtores, diretores e os seus herdeiros legais

Afrânio Braga




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