sexta-feira, 2 de agosto de 2013

“Blueberry. Il Tesoro dei Confederati”

Capa.

Texto da orelha da capa:

É um tenente do exército nortista, mas a sua ficha militar diz que é um beberrão, um trapaceiro, um briguento, um desrespeitoso e um insolente: Mike S. Blueberry é um dos personagens mais celebrados da história em quadrinhos europeia. Nas suas histórias, roteirizadas por Jean-Michel Charlier e desenhadas por Jean Giraud, dois grandes mestres da narrativa em quadrinhos, que conseguiram fazer do western um território pulsante de vida, verdades e mentiras do homem convivem, se entrelaçam, se desencontram em contato com uma natureza selvagem e impiedosa. Blueberry ostenta sempre uma extraordinária coragem unida a uma desenfreada inteligência, mesmo se muito dá a impressão de olhar tudo aquilo que acontece com o ar sábio de quem preferiria soluções alternativas ao uso da violência e das armas. Nesse volume em cores é reunida a belíssima saga que vai de "Chihuahua Pearl", episódio realizado em 1973, a "Angel Face", de 1975. Mais de 200 páginas de emoções, tiroteios e saloons sobre os rastros da história do Oeste e de um maravilhoso personagem.
                  

I CLASSICI DEL FUMETTO DI REPUBBLICA
SERIE ORO

25



I CLASSICI DEL FUMETTO DI REPUBBLICA
SERIE ORO

25

BLUEBERRY
Jean-Michel Charlier – Jean Giruad

Chihuahua Pearl © Dargaud 1973, by Charlier & Giraud
L’Homme qui valait 500.000 $ © Dargaud 1973, by Charlier & Giraud
Ballade pour un cercueil © Dargaud 1974, by Charlier & Giraud
Le Hors-la-loi © Dargaud 1974, by Charlier & Giraud
Angel Face © Dargaud 1975, by Charlier & Giraud
www.dargaud.com
Blueberry é publicado na Itália por Alessandro Editore.
www.alessandroeditore.it
ae@ alessandroeditore.it
As ilustrações das páginas 5, 6, 8, 9, 10, 12, 13, 14, 15
são © STARDOM éditeur.
Para essa edição © 2005 Panini S.p.A.

Edição especial para la Repubblica
realizada em colaboração com Panini Comics

Diretor de Publicação na Itália SIMONE AIROLDI
Diretor Editorial MARCO M. LUPOI
Colaboram ENRICO FORNAROLI,
FRANCESCO MEO (revisão editorial),
SILVANO MEZZAVILLA (textos),
SONIA MINEN (redação),
MARIO CORTICELLI (projeto gráfico),
PAOLA LOCATELLI (paginação),
FRANCESCA AIELLO (produção),
MATTEO FORNASIERO (marketing)

Gruppo Editoriale L’Espresso S.p.A. – Divisione la Repubblica
Via Cristoforo Colombo 149 – oo147 Roma

Suplemento ao número hodierno de la Repubblica
Diretor Responsável: EZIO MAURO
Reg. Trib. Roma nº 16064 de 13/10/1975

Introdução e consulta editorial de LUCA RAFFAELLI

O presente livro deve ser vendido exclusivamente em conjunto
ao cotidiano la Repubblica. Todos os direitos de copyright são reservados.
Qualquer violação será condenada aos termos de lei.

Impressão e encadernação
PFG Grafiche
Roma



JEAN-MICHEL CHARLIER – JEAN GIRAUD
BLUEBERRY
Il tesoro dei confederati


I CLASSICI DEL FUMETTO DI REPUBBLICA

SERIE ORO



Mike, o tenente
pacifista


T
N. C.: Página 5. Blueberry.
anto para começar, Blueberry não é o verdadeiro nome de Mike S. Donovan. Ele o escolheu, inspirado por um cacho de mirtilos que era sob o seu olhar, quando teve necessidade de uma nova identidade para entrar a fazer parte do exército nortista. De fato, blueberry, em língua inglesa, é o nome do mirtilo. E já é o feito que um homem escolha o seu nome dá o sentido de uma personalidade forte e livre. Os seus genitores eram ricos plantadores da Georgia, por conseguinte do sul dos Estados Unidos, mas, como diz ele mesmo ao coronel Dickson na sua primeira aventura, intitulada “Forte Navajo”, “me renegaram e desertaram. De qualquer modo, a minha hereditariedade terminou com eles sob os canhonaços”. Livre de tudo: dos vínculos familiares, da própria terra, enfim, da riqueza de cuja não tem necessidade para ser livre. Além disso, Mike é contra a escravatura: isso ele quer enfatizar, e não só porque está diante de um coronel nortista.

    MAS PARA CLAREAR a sua personalidade é bom voltar sobre a primeira página da primeira história, quando Blueberry se apresenta aos leitores como jogador de pôquer. Vencedor, por demais. Na segunda página, foi acusado de ter trapaceado e, assim, é envolvido em um tiroteio. O ajuda a sair fora o tenente Graig, que reencontrará mais vezes ao longo da estrada. Mas, surpresa: logo após a briga, Blueberry admite candidamente a Graig ter trapaceado realmente, e de fazê-lo sempre com quem o merece, “mesmo se algum chato se escandaliza”. E não existe só aquilo. Beberrão, briguento, desrespeitoso, insolente: eis que coisa lê ainda na ficha militar o coronel Dickson. O salva só o seu excelente estado de serviço: dois ferimentos e seis condecorações, tanto para terminar a guerra civil com a patente de tenente.


N. C.: Página 6. Jimmy McClure. 
“Vítima ou
vencedor, se tem 
a impressão que 
Blueberry seria
de bom grado a 
menos da 
aventura, que 
não nasceu para 
aquilo, que ali 
se encontra 
sempre seu mal
grado.”



PORÉM, não nos há dúvidas, a relação de Blueberry com a guerra é antes estranha. Os seus dotes de coragem, a sua prontidão de reflexos, astúcia, capacidade estratégica e intuitiva no prever os movimentos do adversário, são de todo extraordinários e tornam as suas aventuras apaixonantes, envolventes, vivas. Para não falar pois da sua capacidade de resistência à dor, à tortura, ao sol do deserto, e a mil outras insídias que conceberam a Mãe Natureza ou os seres humanos. Mas, vítima ou vencedor, se tem a impressão que ele seria de bom grado a menos da aventura, que não nasceu para aquilo, que ali se encontra sempre seu mal grado.


N. C.: Página 6. Blueberry.
O FATO É QUE ELE é um bom, um justo, mas pleno de uma bondade e uma justiça superiores àqueles de quem vive (junto a ele, nas suas aventuras) as situações do presente. Ele tem a consciência de quais são as reais forças que desencadeiam uma guerra, da inutilidade de tantos morticínios e da injustiça que esses escondem. Por isso, nas suas primeiras histórias, faz de tudo para que a guerra com os Apaches (causada pela histeria e pelos imbróglios do major Bascom) não tome a rota. Por isso, será acusado e renegado do exército antes de obter razão e justiça. E, porventura, isso se deve a dois fatos importantes: que essa história em quadrinhos extrai a sua origem de uma longa viagem de Jean-Michel Charlier aos Estados Unidos da América, e que nasce quando a “questão indígena” começa a ser revisada pelo cinema. Em suma, Blueberry tem a vantagem que só as grandes sagas têm: poder viver o presente com o olhar revolto para trás. Como se fosse já passado e pudesse ensinar-nos algo.


Sinais

de estilo
N. C.: Página 7. "Chihuahua Pearl", prancha 1.




N
omen omen. Charlier é um roteirista conversador, os seus personagens falam sempre tanto porque também através das palavras (e dos pensamentos) mostram a própria personalidade: e as didascálias contam, antecipam, descrevem, preparam o leitor e o tornam partícipe de quanto acontece. Não se trata de uma fórmula, mas de um estilo, e bastante pessoal. Desejado, procurado, refinado através dos álbuns. Obviamente, junto àquele grande gênio do desenho que é Jean Giraud, o qual atinge uma plena, absoluta maturidade artística próprio com as histórias reunidas nesse volume.

N. C.: A frase Nomen omen (ou ao plural nomina sunt omina) é uma locução latina que, traduzida literalmente, significa “o nome é um presságio”, “um nome um destino”, “o destino no nome”, “de nome e de fato” e deriva da crença dos romanos que no nome da pessoa fosse indicado o seu destino. Hoje, a locução é usada quando no nome ou no sobrenome de uma pessoa se identificam palavras e significados que possam se reconectar à sua profissão, à sua personalidade, à sua conduta ou, mais em geral, a outros aspectos da sua vida. Fonte: Wikipédia.


NOS PRIMEIROS VOLUMES de Blueberry se sente fortíssima a mão de Jijé, artista de cujo Giraud era assistente e que tinha um traço mais essencial e caricatural. Nestas páginas, ao invés, Giraud consegue atingir um nível de 
N. C.: Página 7. Blueberry e Vigo, edição americana.
realismo extraordinário: tudo parece vivo, pulsante, e belíssimo, graças também a uma emocionante construção da página. Se olharmos já as pranchas de abertura às páginas 17 e 18. A primeira, com aqueles quatro grandes quadrinhos, de diversos formatos, que circundam o primeiro plano do protagonista. A segunda, com estes quadrinhos de diálogo em cujos Giraud dá um efeito de profundidade com o mexicano achatado em primeiríssimo plano e Blueberry pouco atrás, de uma cor neutra como aquela do fundo. Não acontece demais raramente, de fato que Gir (como assina às vezes Giraud) renuncia ao fundo realístico para colocar os personagens sobre uma só cor. Na página 47, por exemplo, a tensão se acende no quarto quadrinho, cujo fundo é uma simples mancha de vermelho inflamado.



N. C.: Página 8. Blueberry.
Atrás 
do nanquim


É
 um pelotão cheio aquele dos personagens da história em quadrinhos franco-belga, que por décadas tem cavalgado sobre as pistas do West. Fazem-no parte cowboy, chasseurs des bois e soldados nortistas cujas histórias atingem às convenções do melhor cinema americano (em particular às obras-primas de John Ford, Howard Hawks e Anthony Mann) adaptando-as à sensibilidade do público europeu com modalidades narrativas que colocam a ênfase sobre a efervescência dos diálogos, sobre o ritmo despreocupado das sequências, sobre a imprevisibilidade das reviravoltas.

N. C.: chasseurs des bois (francês): caçadores dos bosques.


N. C.: Página 6. Blueberry.
TODOS NASCERAM entre os anos Cinquenta e os Setenta e possuem as características que o imaginário pretende dos grandes heróis das histórias em quadrinhos: se chamam “Jerry Spring”, criado em 1954 por Joseph Gillain, em arte Jijé (autêntico fundador da história em quadrinhos realística de Além-alpes); “Comanche” (1969) desenhado por Hermann sobre textos de Greg; “Buddy Longway” de Derib e “Manos Kelly” de Antonio Hernández Palacios, ambos de 1973; “Mac Coy” (1974) escrito por Jean-Pierre Gourmelen e ilustrado por Palacios; “Jonathan Cartland” de Laurence Harlé e Michel Blanc-Dumont, que fez a sua estreia em 1975, e, enfim, o “Lieutenant Blueberry” (1963), ou o cavaleiro mais famoso do grupo não tanto pela sua semelhança com o ator Jean-Paul Belmondo, quanto pelo alto nível inventivo das histórias roteirizadas por Jean-Michel Charlier e pela espetacularidade dos quadrinhos realizados por um Jean Giraud na eminência de registrar seja o próprio nome verdadeiro que o nom de plume Mœbius entre aqueles dos intérpretes mais representativos da história em quadrinhos mundial.

N. C.: nom de plume (francês): nome de pena, nome de bico de pena.


N. C.: Página 9. Blueberry.




EM PARTICULAR, os cincos episódios que vos apresentamos – surgidos em capítulos sobre as páginas do semanal “Pilote” e depois reunidos em volume entre 1973 e 1975 – compõem um dos ciclos mais apreciados da saga (originalmente intitulada “Forte Navajo”) que tem por protagonista o tenente Mike Steve Donovan, apelidado Blueberry. Desde a partida, de fato, a hábil mise en scène de Charlier e Giraud funde os ingredientes do western clássico com situações carregadas de suspense e de mistério capazes de envolver emotivamente o leitor, de arrastá-lo em uma aventura de fôlego épico, de fasciná-lo com personagens inesquecíveis (como a belíssima entraîneuse Chihuahua Pearl) e de surpreendê-lo com situações assim inesperadas para deixá-lo realmente com a respiração suspensa.

N. C.: 1) mise en scène (francês): encenação. 2) Entraîneuse (francês): Jovem mulher cujo papel é estimular os clientes a beber ou a dançar, frequentemente empregada em bares ou casas noturnas. Fonte: Wiktionary. 3) Ilustração acima: Jethro "Steelfingers" Diamond, o Homem do Punho de Aço, página 9.


        DAQUELES HERÓIS da história em quadrinhos transalpina, Blueberry é o único que prossegue ainda hoje a sua cavalgada nos cenários do selvagem Oeste. Depois da morte de Charlier, e não obstante os empenhos artísticos sobre a vertente da ficção científica e da visionaridade, Jean Giraud continua a desenhar-lhe as aventuras e a realizar-lhe os roteiros, enquanto são afirmadas dois séries paralelas: “La giovinezza di Blueberry”, agora escrita por François Corteggiani e desenhada por Blanc-Dumont, e “Marshal Blueberry”, ilustrada por William Vance e Michel Rouge sobre textos fornecidos pelo incansável Giraud. Em 2003, o diretor Jan Kounen (“Dobermann”) levou sobre a tela do cinema uma aventura de Blueberry, atribuindo a Vicent Cassel o papel do ex-tenente da cavalaria nortista.

N. C.: “La giovinezza di Blueberry” (italiano): “A Juventude de Blueberry”.



No sinal de
Blueberry


N. C.: Página 10. Blueberry.


O
 roteirista Jean-Michel Charlier e o desenhista Jean Giraud são os criadores da saga que tem por protagonista o tenente Mike Blueberry. Charlier, nascido em Liège (Bélgica) em 30 de outubro de 1924 e falecido em Saint-Cloud (França) em 10 de julho de 1989, estreia na história em quadrinhos, aos vinte anos, colaborando com a revista “Spirou”, primeiro como desenhista humorístico, depois se dedicando ao roteiro de várias coleções, entre as quais “Buck Danny”, “La Patrouille des castors”, “Simba Lee”, “Fanfan et Polo”. Ao fim dos anos Cinquenta, está entre os artífices da revista “Pilote”, para a qual, no curso do tempo, inventará os populares personagens de séries como “Tanguy et Laverdure”, “Barbe Rouge”, “Guy Lebleu”, “Blueberry” e “Les Gringos”, ilustradas respectivamente por Uderzo, Hubinon, Poivet, Giraud e De La Fuente.


      JEAN GIRAUD, o artista francês que se esconde atrás dos pseudônimos Gir e Mœbius, nasce em Nogent-sur-Marne (às portas de Paris) em 8 de maio de 1938. Em 1954, publica a sua primeira história em quadrinhos e realiza ilustrações para o periódico católico “Coeurs Vaillants”. Em 1960, desenha uma aventura de “Jerry Spring” e trabalha para as Éditions Hachette. Em 1963, em dupla com Charlier, dá, enfim, vida à série “Lieutenant Blueberry”; no mesmo período adota o pseudônimo de Mœbius, com o qual assinará as autênticas obras-primas da história em quadrinhos fantástica, como “A Garagem
N. C.: Página 10. Blueberry.
Hermética”, “Arzach”, “The
 Long Tomorrow” e, sobre textos de Alejandro Jodorowsky, “O Incal”. Mœbius, além disso, colaborou com a realização do desenho animado “Les maîtres du temps” e dos filmes “Alien”, “Tron” e “O Quinto Elemento”, e desenhou uma graphic novel de “Surfista Prateado” sobre textos de Stan Lee.

N. C.: Jean Giraud faleceu em 10 de março de 2012.



Sinais e desenhos


 


 

Capas originais de “Chihuahua Pearl”, “L’Homme qui valait 500.000 $”, “Ballade pour un cercueil”, “Le Hors-la-loi” na edição Dargaud.

N. C.: As quatro capas são da página 11..




Capa original de “Angel Face”, na edição da Dargaud. Capa original de “L’Homme à l’étoile d’argent”, de 1969.



Acrílica para um pôster editado pelas edições Stardom.

N. C.: As duas capas e o pôster são da página 12.




Bico de pena e nanquins coloridos para o projeto da série de TV americana “Colt”.



Acrílica, pincel e bico de pena para um projeto de um filme de Jean Bruno.

N. C.: As duas imagens são da página 13.



 

      

Estudos. Bico de pena e nanquins coloridos.

N. C.: Página 14.



BLUEBERRY
Chihuahua Pearl


Textos: Jean Michel-Charlier
Desenhos: Jean Giraud
Tradução: Luca Basenghi

N. C.: A imagem da primeira página da história “Chihuahua Pearl” é de “Blueberry. Il Tesoro dei Confederati”, as demais são de álbuns franceses e americanos.


Página 17.
Página 18.


Página 19.
Página 20.

Página 21.
Página 22.

Página 23.
Página 24.

Página 25.
Página 26.

Página 27. 
Página 28.

Página 29. 
Página 30.

Página 31. 
Página 32.

Página 33.
Página 34.

Página 35.
Página 36.

Página 37.
Página 38.

Página 39.
Página 40.

Página 41.
Página 42.

Página 43.
Página 44.

Página 45.
Página 46.

Página 47.
Página 48.

Página 49.
Página 50.

Página 51. 
Página 52.


Página 54. 
Página 58.

Página 59.
Página 60.

Página 61.
Página 62.



BLUEBERRY

L’uomo che valeva 500.000 dollari




Textos: Jean Michel-Charlier
Desenhos: Jean Giraud
Tradução: Luca Basenghi


Página 65. 
Página 66.

Página 67.
Página 84.

Página 105.


BLUEBERRY
Ballata per una bara




Textos: Jean Michel-Charlier
Desenhos: Jean Giraud
Tradução: Luca Basenghi


Página 113.
Página 114.

Página 115.
Página 116.

Página 117.
Página 127.

Página 174.



BLUEBERRY

Il fuorilegge



Textos: Jean Michel-Charlier
Desenhos: Jean Giraud
Tradução: Luca Basenghi



Página 177.
Página 178.

Página 179.
Página 180.

Página 181. 
Página 189.

Página 190.



BLUEBERRY
Angel Face




Textos: Jean Michel-Charlier
Desenhos: Jean Giraud
Tradução: Luca Basenghi



Página 224. 
Página 225.

Página 226, 
Página 227.

Página 228.
Página 231.

Página 258.
Página 267.

Página 268.


Texto da orelha da contracapa:

Jean-Michel Charlier (1924-1989) é considerado um dos mais importantes roteiristas da assim chamada “escola franco-belga”. Nascido em Liège, inicia a trabalhar na redação da revista “Spirou”, em 1945, e, no curso da sua longuíssima carreira, cria dezenas de célebres personagens como o piloto Buck Danny e o pirata Barbe Rouge (junto a Victor Hubinon), Tanguy e Laverdure (junto a Albert Uderzo) e Blueberry (com Jean Giraud). Foi um dos fundadores do semanal “Pilote”, entre as importantes revistas em quadrinhos do mundo. Jean Giraud nasceu em 8 de maio de 1938 em Nogent-sur-Marne, nos arredores de Paris. Em 1960, se torna assistente de Jijé e já em 1963 cria, com Charlier, o seu primeiro personagem de grande sucesso: Blueberry. Começa assim a sua incrível, dupla carreira: como Giraud assina as aventuras do tenente nortista, com o pseudônimo Mœbius encanta os leitores com o seu estilo visionário e influenciado pela ficção científica. Ao fim de 1974, funda, com Philippe Druillet, Jean-Pierre Dionnet e Bernard Farkas, a revolucionária revista “Métal Hurlant”. Entre as suas obras mais famosas recordamos “Arzach” e o longo ciclo de John Difool, realizado em dupla com Alejandro Jodorowsky.

N. C.: Jean Giraud faleceu em 10 de março de 2012.

Imagens de capa:
Jean Giraud
© 2005 Dargaud


Contracapa.


Ficha técnica

“Blueberry. Il Tesoro dei Confederati”
(“Blueberry. O Tesouro dos Confederados”)
Roteiros: Jean-Michel Charlier.
Desenhos: Jean Giraud.
Cores: indeterminado.
Capa: Jean Giraud (“Blueberry” e “Serie Oro” em alto-relevo e em dourado, e o desenho em alto-relevo, cujo foi realizado por Giraud para as contracapas da série "Blueberry", ao lado dos títulos das histórias, a partir do álbum “Mister Blueberry”).
Contracapa: desenho de Giraud; e o pensamento de Blueberry, no último quadrinho de “Ballade pour un cercueil”: "A que coisa poderá jamais servir uma penitenciária, senão para fugir dela?".
Tradução: Luca Basenghi.
Número de páginas: 272 (248 de histórias em quadrinhos, sem incluir capa e contracapa).
Gênero: Documentário / Biografia, Western.
Preço: € 6,90 + o preço do cotidiano (“Repubblica” + livro € 7,80; com “D” ou “Il Venerdì” € 8,10).
Formato: 16,0x26,0cm (formato comics).
Edição lançada como suplemento do jornal “La Repubblica”, na Coleção “I Classici del Fumetto di Repubblica Serie Oro” ("Os Clássicos da História em Quadrinhos de Repubblica Série Ouro") volume 25, da parceria do “La Repubblica” com a Panini Comics.
Esse suplemento ao jornal “La Repubblica” reagrupa um caderno de 10 páginas de artigos e ilustrações sobre a série e edição em italiano de “Chihuahua Pearl”, “L’Homme qui valait 500000 $” (“L'uomo che valeva 500.000 dollari”), “Ballade pour un cercueil” (“Balada per una bara”), “Le Hors-la-Loi” (“Il fuorilegge”) e “Angel Face”, que compõem os Ciclos Chihuahua Pearl. O Tesouro dos Confederados (“Chihuahua Pearl”, volume 13, 1973, “O Homem que Valia $500.000”, volume 14, 1973 e “Balada para um Caixão”, volume 15, 1974) e do Primeiro Complô contra Grant. A Decadência de Blueberry (“O Fora da Lei”, volume 16, 1974 e “Angel Face”, volume 17, 1975). O integral italiano apresenta os dois ciclos completos, ao contrário da coleção portuguesa "Os Clássicos da Banda Desenhada" – publicada pelo jornal “O Correio da Manhã” em colaboração com a Panini Comics – que lançou, em 2003, o volume blueberryano faltando o último episódio, "Angel Face". Em 1996, nos Estados Unidos, o integral também foi publicado completo pela Mojo Press, em preto e branco a partir do colorido original dos álbuns franceses, com o título "The Blueberry Saga. Confederate Gold".
“Blueberry. Il Tesoro dei Confederati” publicado por Gruppo Editoriale L’Espresso S.p.A. – Divisione La Repubblica em colaboração com Panini S.p.A. – Panini Comics. Roma, Itália.



"Blueberry. Il Tesoro dei Confederati", segundo livro, da esquerda para a direita, em parte da minha BBteca/gibiteca.

A narrativa sobre o lendário Tesouro dos Confederados é a mais notória, ao lado daquela sobre o Ouro da Sierra (Ciclo Prosit Luckner, álbuns "A Mina do Alemão Perdido" e "O Espectro das Balas de Ouro", que inspirou o filme de Blueberry), da saga do teimoso, insubordinado, mas com o sentimento amizade à flor da pele, Tenente Blueberry. A trama apresenta várias cavalgadas, explosões, traições e mudanças repentinas, dignas de um clássico filme de "western" rodado na fronteira dos Estados Unidos e o México, em uma região inóspita.

Os dois ciclos, que compõem a história da busca pelo ouro dos sulistas, trazem a estreia de novos personagens na saga do Tenente mais amado do Oeste e esses serão muito importantes na série "Blueberry". Destacam-se entre os debutantes, a bela loira Chihuahua Pearl – apelido da cantora e dançarina Lily Calloway – e Vigo, comandante do exército mexicano, cujas participações se estenderiam para os dois ciclos seguintes e aquela de Pearl até o álbum isolado "Arizona Love". A relação inicial entre Blueberry e Pearl não é nada amistosa, beirando o ódio, a raiva e os dois chegam a brigar – o galante Mike perde a cabeça e dá um safanão na linda sedutora –, porém o futuro reserva uma intensa paixão entre o casal.

Mike Steve Donovan é falsamente expulso dos Casacas Azuis para investigar o paradeiro do ouro do exército sulista, entretanto havia muita gente atrás desse meio milhão de dólares. As coisas não andaram bem para o nosso herói, sendo ele acusado de traição e roubo do tesouro, então é preso em uma rígida penitenciária militar de cuja foge em uma trama secreta armada por aqueles que desejavam a morte do Presidente dos Estados Unidos. Além dessas acusações, pesa contra Blueberry a tentativa de assassinato de Ulysses Simpson Grant, o presidente, e, no final do último episódio, é dado como morto, inclusive por seus milhares de fãs em todo o planeta.

Afrânio Braga


Fontes das imagens: Bedetheque: capa, páginas 7 (página 1 de “Chihuahua Pearl”), página 11 (as quatro capas), página 12 (capa de “Angel Face”), 17, 105, 189, 268 e contracapa; BDgest: páginas 3, 12 (pôster Stardom Éditeur) e 13 (pôster “Colt”); Delete this now 123: página 5; Comic Historietas: páginas 6 (Jimmy McClure), 10 e 14; neuviemeart.citebd: página 10 (Blueberry, em preto e branco); The Airtight Garage: páginas 6 (Blueberry), 7 (Blueberry e Vigo), 13 (ilustração para o filme de Jean Bruno) 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 31, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 54, 58, 59, 60, 61 e 62; Philippe Poison: página 8 (Blueberry); La Repubblica: página 8 (Blueberry a cavalo); Cine Cheonicle: página 9 (Blueberry); Passion Collections Superforum: página 9 (Jethro Steelfingers); Mister Jacq: página 12 (capa de “L’Homme à l’étoile d’argent); Profiles: página 15; Dargaud Éditeur: páginas 18, 19, 20, 21, 65, 66, 67, 113, 114, 115, 116, 117, 177, 178, 179, 180, 181, 224, 225, 226, 227 e 228; Renaud-Bray: páginas 84 e 258; BDnet: páginas 127 e 231; Booknode: página 174; BDzone: página 190; La Canción de Tristan: página 267; Afrânio Braga: parte de sua BBteca.


Blueberry © Jean-Michel Charlier, Jean Giraud, Dargaud Éditeur 1973, 1974, 1975
Blueberry. Il Tesoro dei Confederati © Panini S.p.A. 2005
Blueberry 1: Chihuahua Pearl. Story and Art © 1971 Dargaud Éditeur, Jean-Michel Charlier and Jean Giraud. Translations and text © 1989 Starwatcher Graphics. Publishers © 1989 Titan Books and Marvel Comics
Blueberry 3 – Angel Face. Story and Art © 1975 Dargaud Éditeur, Jean-Michel Charlier and Jean Giraud. Translations and text © 1989 Starwatcher Graphics. Publisher © 1989 Epic Comics


A série “Blueberry” foi criada por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud.



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