Nas
fotografias acima: no centro, uma gigantesca pilha de crânios de bisões
abatidos durante as revoltantes décadas de caça desenfreada; à direita, Buffalo
Bill e, à esquerda, um espécime de búfalo.
O massacre
dos
bisões americanos
No século XIX, o mundo presenciou uma
das ações mais devastadoras do homem sobre a natureza. O número de bisões
americanos (Bison bison) - também conhecidos como búfalos -, antes estimados em
torno de 30 milhões, sofreu um declínio beirando a extinção em questão de
décadas. Dados da época mostram que o número populacional desses animais foi
derrubado para ridículos 325 sobreviventes, antes de campanhas de conservação ser adotadas.
E por que esse massacre? Durante 4 mil
anos, os nativos norte-americanos caçaram os búfalos de forma sustentável, mas
com a chegada dos euro-americanos e a introdução dos cavalos e armas de fogo, a
caça ganhou escalas industriais, tornando-se terrível a partir de 1800. A pele
(usada para vários fins) e a língua (usada em pratos muito apreciados) eram
praticamente as únicas partes de interesse na maior parte do tempo, com o resto
sendo deixado para trás apodrecendo. Muitos nativos recebiam pesado incentivo
para caçar os animais, assim como as famílias europeias que chegavam para se
fixar.
As pessoas matavam os bisões sem dó,
sem parar, dia e noite. Isso, somando-se à perda de habitat para os crescentes
assentamentos humanos no território norte-americano, competição com o gado,
caça por necessidade pelos nativos (eram animais sagrados para muitas tribos e
fonte inestimável de recursos) e mudanças climáticas, gerou ainda mais a carnificina.
Os bisões eram fáceis de matar, porque quando um morria, outros do grupo se
aglomeram em volta do corpo, deixando-os ainda mais vulneráveis. A adoção de
cavalos pelos nativos, trazidos pelos europeus, e a introdução das armas de
fogo também foram grandes fatores de destruição.
Durante a Guerra Civil, os bisões eram
caçados também para abastecer as tropas. Nesse período, surgiu também um dos
mais famosos caçadores desses animais, William "Buffalo Bill" Cody.
Mas também existia outro fomentador dessa caça desumana: a guerra contra os
nativos.
Em 1873, o Secretário do Interior
escreveu em nota: "Eu seriamente não me arrependeria se os búfalos
desaparecem completamente das nossas planícies do Oeste, considerando o efeito
que isso traria sobre os nativos." Sim, outro fator importante para a
dizimação das populações de búfalo foi a vontade de acabar com um dos
principais recursos utilizados pelos nativos norte-americanos. Muitas áreas
almejadas pelas forças governamentais eram protegidas pelos nativos e isso
gerava inúmeros conflitos.
Em 1874, o General Philip Sheridan, um
veterano da União e um fanático pelas guerras contra os nativos, aplaudiu a
carnificina contra os animais, gritando "Estamos acabando com os recursos
dos nativos!" e "Matem, escalpelem e vendam o que puderem até os
búfalos serem exterminados!" E eles quase conseguiram.
Fonte:
Vamos falar de História? - página do Facebook.
Prancha
1 de “Les sœurs Austin”, roteiro de Tiburce Oger, desenhos e cores de Dominique
Bertail, em “Go West Young Man”, editora Bamboo Édition, coleção Grand Angle,
2021.
Vinheta
1: “As Irmãs Austin”. Norte do Texas, novembro de 1875.
Vinheta
2: “É por isso que nós estamos aqui!...”
Vinheta
3: “Esses fodidos caçadores de bisões!
Eles massacram o alimento dos índios. Então, esses, morrendo de fome, atacam as
fazendas e matam os colonos.”
Vinheta
4: “E esses selvagens assassinam os bebês
e violentam as jovens moças... Bom Deus!!!”
Bisão-americano. O bisão-americano, bisonte-americano ou búfalo-americano (Bison bison) é
uma espécie de bisão (bisonte)
que habita a América do Norte. Pastam nas pradarias, em grandes manadas,
migrando para o sul durante o inverno, e já foi extremamente abundante. Fonte: Wikipédia.
No
sentido horário:
§ Tanned hide – couro
curtido: mocassins, berços, mantos de inverno, camisas, perneiras, cintos,
vestidos, bolsas de cachimbo, aljavas, coberturas de tendas tipi, coberturas de
arma de fogo, brinquedos de criança.
§ Rawhide – couro cru: recipientes,
escudos, baldes, solas de mocassim, cintos, coberturas para a cabeça, bolsas de
medicamentos, tambores, cordas, selas, estribos, coldres de faca, chicotes,
braçadeiras, cartucheiras de balas.
§ Horns - chifres: copos,
colheres, conchas, ornatos para a cabeça.
§ Brains – miolos: preparação
de couro.
§ Skull – crânio: altar
e cerimônias religiosas.
§ Tongue – língua:
melhor parte do alimento.
§ Beard – barba:
ornamentos de armas.
§ Hair – pelo: ornatos
para a cabeça, enchimento de almofada de sela, travesseiros, cordas, cabrestos.
§ Hooves – cascos: colas,
chocalhos.
§ Stomach – estômago: baldes,
copos, pratos, panelas para cozinhar.
§ Dung – esterco:
combustível.
§ Bones – ossos: facas,
pontas de flecha, pás, raspadores, trenós de inverno, colunas de sela, clavas
de guerra, jogo de dados.
§ Fat – gordura: sabão,
óleo para cozinhar.
§ Tail – rabo:
decorações, espanador de mosca, chicotes.
§ Muscles – músculos: fonte
de energia, carne para carne-seca.
Fonte:
South Dakota State Historical Society, Pierre, Dakota do Sul, Estados Unidos da
América.
Índios caçando bisões por Don Oelze, pintor
americano.
Os bisões em “Blueberry” nº 7 “Le Cheval de fer” – “O Cavalo de Ferro”. Mike Blueberry e Red Neck fugindo do
estouro de uma manada; depois os dois companheiros encontram diversos cadáveres
de bisões. Pranchas 6, 7, 8 e 9.
A
série Blueberry foi criada por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud.
Blueberry tome 7 Le
Cheval de fer © Jean-Michel Charlier / Jean Giraud – Dargaud Éditeur
Go West Young Man © 2021
Tiburce Oger et al. – Bamboo Édition
O
Massacre dos Bisões Americanos © Vamos Falar de História?
Indians Hunting Bisons
© Don Oelze
Edições
do grupo Média-Participations na Livraria Amazon Brasil
Bela postagem. A foto da pilha de crânios é impressionante. Bacana ver o momento histórico também capturado nas pranchas. Quadrinho é cultura !
ResponderExcluirCada tempo com seu massacre. Hoje as espécies que estão caminhando para desaparecer são outras, e infelizmente são muitas.