OS HOMENS-
BÚFALO
Por 30 anos, os sioux
lideraram a luta dos índios americanos
para defender seu
território, o Oeste dos Estados Unidos.
Acabaram exterminados,
vítimas do maior genocídio do século 19.
Por
FABIANO ONÇA
O
|
dia 25 de junho
de 1876 amanheceu com cheiro – e gosto – de glória para o general George Armstrong Custer e seus
647 homens da 7ª Cavalaria. Finalmente, a caça aos índios, que haviam se
rebelado contra o governo dos Estados Unidos, havia chegado ao fim. Ao longo do
vale do Rio Little Bighorn, no atual Estado de Montana, repousava o maior
acampamento indígena já visto naquelas bandas. Na frente dos olhos da
soldadesca, uma infinidade de tendas projetava-se num raio de mais de cinco
quilômetros. Estavam amontoados ali sioux oglalas, kunkpapas, sans arcs,
minneconjous, brulés e cheyennes. Ao todo, cerca de 10 mil almas, sob o comando
dos chefes sioux Touro Sentado e Cavalo Louco. A luta que se seguiu, conhecida
como a Batalha de Little Bighorn, entrou para a história da conquista do Oeste
americano. E, claro, inspirou Hollywood em muitos filmes de bangue-bangue.
Segundo
o plano original, Custer teria de encontrar os índios rebeldes, mandar um aviso
para o forte, esperar pela chegada de outras duas colunas do Exército e, só
então, avançar. Mas “Cabelos Longos”, como era chamado pelos índios,
transbordava de ambição. Em depoimento ao jornalista John Finerry, que, em
1890, publicou o livro War-Path and
Bivouac (“Em Pé de Guerra e Bivaque”, inédito no Brasil), o general
John Gibbon afirmou ter alertado Custer para que aguardasse por reforços. E o
comandante teria dito: “Não, eu não esperarei”. A vitória sobre os índios seria
sua glória pessoal. “Ele era implacável. Mudava de opinião o tempo todo e
sempre achava que estava certo. Nunca pedia palpite a seus oficiais. A nós,
restava obedecer”, relatou James Horner, cabo da 7ª Cavalaria e um dos
sobreviventes do massacre, também em depoimento a Finerty.
A obediência ao chefe custou
caro. Ao avistar o acampamento, o general ordenou o ataque sem pestanejar. De
fato, foi um dia de glórias. Mas não para Custer. E, sim, para as nações
indígenas. Como um formigueiro, mais de 3 mil guerreiros atiraram-se sobre os
pouco mais de 600 soldados da 7ª Cavalaria. Um pequeno grupo conseguiu fugir.
Só que o general foi cercado. O índio Cavalo Vermelho, em depoimento recuperado
em 1893 por Garrick Mallery, do Bureau Norte-Americano de Etnologia, contou que
“136 sioux morreram”. A 7ª Cavalaria, porém, pagou um preço bem mais alto: 263
soldados morreram. Custer também foi assassinado. Essa batalha, entretanto,
estava longe de ser decisiva. E os sioux estavam bem perto de seu fim como
povo. “Essa rebelião indígena tem relação direta com a colonização do Oeste.
Até por volta de 1840, os sioux, líderes da revolta, desfrutavam de uma boa
convivência com os homens brancos”, diz o professor Michael Tate, especialista
em nativos americanos, da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos.
CAÇA E CAÇADOR
Antes
dos colonizadores rumarem para o Oeste americano, os sioux viviam em paz – com
a natureza e com os búfalos que dominavam aquelas planícies. Caçadores nômades,
desfrutavam de total comunhão com os animais. Comiam sua carne e usavam sua
pele para confeccionar as tendas, chamadas de tipis. Os búfalos tinham
importância fundamental na cultura sioux. Uma índia, por exemplo, só era
considerada uma boa mulher se soubesse esquartejar um búfalo, extrair sem
danificar a pele e ainda preparar o pemicãn, uma iguaria feita da carne. Já
para os homens a caça ao búfalo era um ritual de passagem da adolescência para
a idade adulta. Não é à toa que a tribo ganhou o nome “siuks” dos outros índios
que habitavam os Estados Unidos. A palavra significa homens-búfalo – e virou
“sioux” na versão dos colonos franceses. O búfalo fazia parte ainda dos mitos
daqueles índios. Eles acreditavam que, no início dos tempos, o povo sioux vivia
no centro da terra com os búfalos. Quando vieram para a superfície, Wakan
Tanka, o Grande Espírito, ordenou aos animais que servissem de alimento para a
tribo. Mas advertiu os últimos: não deveriam caçar de forma desenfreada, pois
no dia em que os animais desaparecessem da face da terra, os sioux também se
extinguiriam.
A
profecia tão improvável se cumpriu – de certa forma. Calcula-se que, em 1575,
quando os colonizadores travaram o primeiro contato com os sioux, o número de
búfalos nas pradarias americanas superava 75 milhões de cabeças. O explorador
francês Jacques Cartier (1491 – 1557) relata em suas memórias que, numa
ocasião, ele presenciou um estouro de manada que demorou um dia inteiro para
passar diante de seus olhos. Em 1890, ano da derrocada sioux, os búfalos da
planície não somavam mais do que 3 mil cabeças. “O processo de destruição dos
índios americanos ocorreu de forma gradual. Começou em 1834, quando o governo
empurrou todos os índios para oeste do Mississipi, decretando que, do rio em
diante, a terra seria deles para sempre, o que não aconteceu”, diz o professor
Tate.
O acordo não durou muito. Em 1843, cerca de mil
colonos abriram a trilha do Oregon, violando o território indígena. Pouco
depois, em 1846, os Estados Unidos declararam guerra ao México e suas tropas
utilizaram as terras destinadas aos índios para chegar à área do conflito. Dois
anos depois, foi descoberto ouro na Califórnia, e uma enxurrada de aventureiros
em carroções penetrou em território indígena novamente. Durante este período,
os colonizadores foram abocanhando o território das tribos e criaram os estados
da Califórnia, Kansas e Nebraska. “Como resultado, no início de 1860, havia
cerca de 300 mil índios nos Estados Unidos, pressionados por pelo menos 30
milhões de brancos”, escreveu o historiador Dee Brown, autor do clássico
“Enterrem meu Coração na Curva do Rio”.
VITÓRIA VERMELHA
O ano de 1862 marcou, de fato,
o fim do sossego dos sioux, quando foi descoberto ouro nas montanhas Rochosas,
em Montana, território da tribo. Em questão de dias, uma multidão de mais de
mil mineiros garimpava as margens do riacho Gold Creek, perto da atual cidade
de Salt Lake City. Para abastecê-los, uma rota de suprimentos acabou sendo
aberta, o Caminho Bozeman, assim chamado em homenagem ao pioneiro explorador da
região, John Bozeman.
A rota passava exatamente pelos
campos de caça dos sioux, cheyennes e arapahos. As hostilidades entre brancos e
peles-vermelhas tornaram-se então inevitáveis. Porém, a gota d'água para os
sioux, na época liderados pelo chefe Nuvem Vermelha, veio quando os invasores
atraiçoaram Chaleira Preta, chefe dos cheyennes, que havia decidido não lutar
mais e concordado em ir para a reserva indígena de Sand Creek. Lá, sua tribo,
indefesa, acabou massacrada sob as ordens do coronel Chivington, um militar
linha-dura que costumava dizer que índio bom era índio morto. A matança,
ocorrida em 29 de novembro de 1864, foi tão injustificada que até mesmo o
governo dos Estados Unidos instaurou um processo contra o coronel. Para os
índios, no entanto, o julgamento já havia sido feito. Eles iriam à guerra,
liderados por Nuvem Vermelha.
Ele conduziu uma guerra de guerrilha que fechou
a rota Bozeman e obrigou o governo dos Estados Unidos a negociar. Em 1866, os
dois lados sentaram-se na mesa de conversações. O local escolhido para o
fechamento do acordo de paz foi o forte Laramie, no atual estado do Wyoming. No
meio das negociações, Nuvem Vermelha presenciou a chegada de uma grande
caravana de soldados armados. Irritado, levantou-se e declarou guerra sem
trégua: “O Grande Pai Branco nos manda presentes e quer que nós lhe cedamos a
estrada. Mas o Chefe Branco vem com mais soldados para roubá-la, antes que os
índios digam sim ou não. A partir de hoje, enquanto eu viver, lutarei. Lutarei
até a morte pelo último campo de caça de meu povo”, disse o guerreiro, conforme
registrado por testemunhas em relato publicado posteriormente por John Finerty
em sua obra.
E o chefe indígena não estava blefando. Nuvem
Vermelha reuniu 3 mil guerreiros, entre eles dois jovens líderes: Touro Sentado
e Cavalo Louco. O governo revidou à mobilização indígena construindo três
fortes para vigiar a rota Bozeman. A situação ficava cada dia mais tensa, até a
chegada do tenente-coronel William Fetterman. Em 21 de dezembro de 1866, o
militar ordenou um ataque contra guerreiros indígenas que haviam capturado um
comboio de madeira na rota Bozeman. O que o tenente não sabia é que os índios haviam
lançado uma isca para atraí-lo até o acampamento. Cercado por mais de 2 mil
guerreiros, Fetterman e seus homens foram mortos. Um ano depois, em 1888, o
governo dos Estados Unidos, desgastado pela recente Guerra Civil (1861-1865),
clamou novamente pela paz, chamando Nuvem Vermelha para conversar.
O líder sioux impôs seus termos: a estrada
Bozeman seria fechada, os índios teriam direito a um grande território em
Dakota do Sul para caçar e os fortes desapareceriam da paisagem. E mais:
ocupariam as montanhas chamadas de Black Hills – ou Colinas Negras, o lugar
sagrado dos ancestrais dos sioux. O governo dos Estados Unidos aceitou o acordo
imediamente. Nuvem Vermelha havia conseguido uma vitória nunca antes
conquistada por nenhum outro chefe indígena. Só que a tal vitória teve sabor
amargo. Durante os anos seguintes, protegida pelo acordo de paz, a empresa
Union Pacific construíu uma série de ferrovias ligando a costa leste à oeste. O
trilhos passavam pelas pradarias do meio-oeste, onde habitavam os búfalos – o
sustento dos sioux. Para se divertirem, os passageiros eram estimulados pela
própria Union Pacific a passar o tempo atirando nas manadas. A matança foi tão
indiscriminada que até o próprio general Custer, em seu diário, anotou que “as
pradarias converteram-se num grande chiqueiro coberto por ossadas putrefatas de
búfalos abatidos”.
O pior ainda estava por vir. Em 1874,
espalhou-se o boato de que havia muito ouro nas Colinas Negras. O governo
americano mandou, então, o general Custer confirmar o fato. Um ano depois, em
1875, tentou comprar as montanhas dos sioux. A proposta foi rejeitada. Isso,
entretanto, não impediu os mineiros de assaltarem o território sagrado dos
índios e iniciarem a garimpagem desenfreada. Nuvem Vermelha, então com 53 anos,
tentou dialogar com o governo para a expulsão dos mineiros. Em vão. Touro
Sentado e Cavalo Louco, os dois novos chefes, decidiram, então, tomar uma
atitude.
Revoltados com a invasão, passaram a perambular
fora das reservas indígenas, o que estava proibido pelo governo dos Estados
Unidos. Era a desculpa que os militares precisavam. Em 7 de fevereiro de 1876,
o Departamento de Guerra, alegando que os sioux que caçavam fora das reservas
indígenas estavam “causando problemas”, enviou uma força militar para esmagar
os rebeldes – incluindo aí a 7ª Cavalaria do general Custer.
O velho Nuvem Vermelha, que
tentava uma solução pacífica, viu os jovens guerreiros unirem-se a Touro
Sentado e Cavalo Louco. Os sioux rebeldes estavam, assim, de volta aos velhos
tempos de nomadismo. A idéia era romântica demais para os novos tempos: como
seus ancestrais, eles migrariam para onde estivessem os búfalos. A reação das
autoridades foi rápida – e implacável. Custer, na vanguarda da força militar
designada para suprimir a rebeldia indígena, passou a perseguir as tribos em
marcha. O confronto, que culminou na morte do general Custer, finalmente
ocorreu na manhã de 25 de junho de 1876, às margens do rio Little Bighorn.
“DESTERRADOS”
Os sioux venceram a batalha, mas não a guerra.
Menos de um mês depois de Little Bighorn, como punição pela morte do general
Custer, o general Sherman recebeu ordens do congresso para confiscar todas as
terras indígenas. Nuvem Vermelha foi obrigado a assinar um acordo entregando as
sagradas Colinas Negras, de certa forma, a pátria da nação sioux. A partir daí,
eles viveriam confinados em uma pequena reserva ao sul. Touro Sentado e Cavalo
Louco fugiram das tropas do governo durante um ano. Em 8 de maio de 1877,
Cavalo Louco entregou-se. Preso no Forte Robinson, no Estado de Nebraska,
acabou assassinado por um soldado em 5 de setembro daquele mesmo ano. Touro
Sentado conseguiu alcançar a fronteira com o Canadá, onde ficou com seus homens
até 1881. Depois de um inverno severo, quando vários de seus homens morreram,
retornou aos Estados Unidos, foi anistiado pelo governo e colocado na reserva
de Standing Rock, na Dakota do Sul.
Famosos até os dias de hoje pelos ritos e
crenças, os sioux, liderados pelo feiticeiro Wowoka, lançaram mão de sua última
arma: a “Dança dos Espíritos”. Com a prática do ritual de seus ancestrais, eles
acreditavam que a terra se abriria, tragaria o homem branco, traria novamente
os búfalos e tudo retornaria ao que era antes. Os colonizadores, preocupados,
viram na estranha dança um sinal de conspiração. Pensaram tratar-se de uma
preparação para a guerra. No dia 29 de dezembro, em Wounded Knee, o Exército
americano fuzilou velhos, mulheres e crianças. Ao final do massacre, centenas
de índios sioux estavam mortos. “Wounded Knee foi a pedra final no extenso e
doloroso genocídio praticado contra os povos nativo-americanos durante o século
19”, diz o professor Tate. A profecia havia se cumprido. Nem os búfalos nem os
sioux habitavam mais as pradarias do Oeste dos Estados Unidos. □
□ SAIBA MAIS
LIVROS
Indian Wars, Robert M. Utley, Simon & Schuster, 2002
O historiador é um dos maiores
especialistas em colonização do Oeste. Já escreveu, além deste livro, as
biografias do general Custer e de Touro Sentado.
Enterrem meu Coração na Curva do
Rio, Dee Brown, Melhoramentos, 2003
Obra fundamental para entender a
história dos índios americanos e sua luta pela sobrevivência no século 19. Um
tratado sobre a conquista do Oeste.
Fonte do texto: Aventuras na História. Edição 4, agosto 2005. São Paulo: Editora
Abril, 2005.
Aventuras na História © Editora Abril
2005
Fontes das imagens: Cwildlife: gravura
de índios e búfalos; Magellanlifecoaching: búfalo; Mais Objetiva: Touro Sentado
e Buffalo Bill, 1885; Chrisdenengelsman: Touro Sentado; Poorwilliam: General
George Custer; Dlncoalition: Nuvem Vermelha; Lbhaproboards: Nuvem Vermelha e
seus guerreiros; Bebo: Nuvem Vermelha e sioux em Forte Robinson; Picstopin:
tipis sioux; Neyedc: Família de Touro Sentado; Arkpool: Dança do Sol Sioux; Dissidentvoice:
Exército em WoundedKnee; Sweetcherry: Sioux.
‘A nós, a terra parecia doce’
“As vastas planícies abertas, as belas
colinas e os rios que serpenteavam em meandros complicados não eram “selvagens”
a nossos olhos. Só o homem branco achou a natureza selvagem, e, para ele, só a
terra era “infestada” de animais “selvagens” e de tribos “selvagens”. A nós, a
terra parecia doce, e nós vivemos repletos dos benefícios do Grande Mistério.”
Luther Standing Bear
Chefe
Sioux Oglala
Capa. |
“Blueberry” volume 9
“La Piste des Sioux” -
“A Pista dos Sioux”
Roteiro: Jean-Michel Charlier
Desenhos: Jean Giraud
Ano de lançamento:
1971
Editora: Dargaud Éditeur
Terceiro álbum do
ciclo Cavalo de Ferro. As Segundas Guerras Indígenas (álbuns 7 a 10).
Locais: Colorado,
Nebraska e Wyoming.
Data: outono de 1868.
Acontecimentos
históricos: Ataque ao acampamento Cheyenne de Black Kettle pelo Exército Americano
e A Construção do Caminho de Ferro.
Jethro Dedos de Aço
encontra a morte entre os seus antigos aliados índios, que estavam em seu
encalço. A sua mão artificial, feita de aço, aparece pendurada no peito de
Touro Sentado (Sitting Bull), que chegava com os outros chefes – Nuvem Vermelha
(Red Cloud), Gal, Cauda Pintada (Spotted Toil), Duas Luas (Two Moons), Cavalo
Louco (Crazy Horse), Chuva-na-cara (Rain-in-the-face) e Caldeirão Negro (Black
Kettle) – para uma reunião com o chefe Cavalo de Ferro, o General Dodge, com o
intuito de negociar a paz.
Jethro
"Steelfingers" foi eliminado por suas próprias traições, todavia
surgiu um inimigo mais poderoso para Blueberry: o General Mac Allister, chamado
pelos índios de “Cabeça Amarela”, por causa dos seus longos cabelos loiros, e
que tipifica o General George Custer, tanto fisicamente, quanto como caçador de
glória.
Prancha 1. |
Prancha 2. |
Prancha 3. |
Prancha 4. |
Prancha 5. |
Fonte das imagens: Dargaud Éditeur.
Blueberry nº 9 La Piste des Sioux © Jean-Michel Charlier / Jean
Giraud - Dargaud Éditeur 1971
Touro Sentado
A fotografia que
inspirou a ilustração, feita por Jean Giraud, publicada em “Laissé pour mort”,
Stardom Éditeur, 1994.
Nuvem Vermelha
A fotografia que
inspirou a ilustração, em nanquim e pincel, feita por Jean Giraud, em 1996,
publicada em “Blueberry’s”, Stardom Éditeur, 1997.
Blueberry e Chefes Indígenas
A fotografia de Nuvem
Vermelha que inspirou o seu retrato (Red Cloud) na ilustração, em bico de pena e nanquim,
feita por Jean Giraud, em 1996, publicada em “Blueberry’s”, Stardom Éditeur,
1997.
Fontes das imagens: Mister Jacq: Touro
Sentado, Nuvem Vermelha e Chefes Indígenas; American Native Art: Nuvem
Vermelha, sentado.
Laissé pour mort © Jean Giraud - Stardom
Éditeur 1994
Blueberry’s © Jean-Michel Charlier / Jean Giraud - Stardom Éditeur 1997
A série “Blueberry” foi criada por
Jean-Michel Charlier e Jean Giraud.
Afrânio
Braga
Edições
do grupo Média-Participations na Livraria Amazon Brasil
Editora Trem Fantasma
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