Jean Giraud, Jean-Michel Charlier e Peyo. (1)
Homenagem aos 30 anos do último voo de
Jean-Michel Charlier
Ele obteve a graduação
em Licenciatura em Letras, o doutorado em Direito, o brevê de piloto de avião
comercial e, sobretudo, a admiração de milhões de leitores, em todo o mundo,
por seu ofício de contador de histórias.
Ele é o maior roteirista
da história em quadrinhos franco-belga, em cuja ele foi o criador de diversas séries
de sucesso como “Blueberry”, “Tanguy et Laverdure”, “Buck Danny”, “Barbe
Rouge”, “La Patrouille des Castors”, “Marc Dacier” – obras literárias que
encantaram e continuam a encantar gerações de amantes da 9ª arte.
Ele foi o criador da
revista semanal “Pilote” juntamente com outros profissionais da história em
quadrinhos da época, entre os quais François Clauteaux, René Goscinny e Albert
Uderzo. Esse hebdomadário foi publicado de 1959 a 1989 (ano em cujo ele
cavalgou para as pradarias celestiais).
Ele viu as aventuras dos
pilotos Michel Tanguy e Ernest Laverdure serem mostradas na série televisiva
francesa “Les Chevaliers du ciel” (ou “Les Aventures de Tanguy et Laverdure”, um
dos títulos da bande dessinée – história em quadrinhos), a qual teve 39
episódios, de 1967 a 1970. Ele não viu o filme “Les Chevaliers du ciel” (“Sky
Fighters”, título em inglês; “Os Cavaleiros do Ar”, título no Brasil), lançado
em 2005, ser inspirado livremente nas histórias desses dois pilotos.
Ele também não viu a
adaptação de dois episódios da série “Blueberry” – “La Mine de l’Allemandu
perdu” e “Le Spectre aux balles d’or” (“A Mina do Alemão Perdido” e “O Espectro
das Balas de Ouro”, díptico que compõe o ciclo do Ouro da Sierra) – para o
cinema, em 2004, no filme “Blueberry, l’expérience secrète” (“Blueberry. Desejo
de Vingança”, título no Brasil), de cujo o seu filho, Philippe, pediu para retirar
o seu nome dos créditos por considerar que o roteiro da produção cinematográfica
distorcera a sua obra literária; ficando, nos créditos, apenas o nome de Jean
Giraud, o seu parceiro, por 26 anos, nessa famosa série western da literatura
em quadrinhos.
Ele foi diretor de
programas de televisão, nos quais ele realizava tudo – da filmagem à edição, da
narração à mixagem – com o seu entusiasmo característico. Christine, a sua
esposa, disse que ele estava uma dezena de anos adiante do desenrolar dos
acontecimentos.
Ele nasceu em 30 de outubro de 1924, em
Liège, Bélgica, e alçou o seu último voo em 10 de julho de 1989, em Paris,
França, às vésperas dos fogos de artifício do 14 de julho. Quase um adeus em
meio ao foguetório do feriado nacional francês, mas, certamente, em meio a
perseguições, tiroteios, trens, aviões, embarcações, tramas, reviravoltas e
muita aventura na arte sequencial de sua autoria.
Ele, um dos mais prolíficos roteiristas da história
em quadrinhos, recebeu uma série de homenagens, do blogue Blueberry, por
ocasião do 30º aniversário do seu falecimento. Nesta homenagem, é listada, em
ordem de publicação, as postagens do blogue, com os respectivos links, que
tratam, mais especificamente, sobre a vida e a obra do Alexandre Dumas da bande
dessinée: JEAN-MICHEL CHARLIER.
Jean-Michel Charlier, criador literário das séries
“Blueberry”
e “La Jeunesse de Blueberry”, e François Corteggiani,
atual
roteirista das histórias de Blueberry jovem, em 1983. (2)
N. A.: 1) Jean Giraud, Jean-Michel Charlier e Peyo, criador
dos “Les Schtroumpfs” (“Os Smurfs”, no Brasil), na comemoração do 50º
aniversário de Victor Hubinon, desenhista da série “Buck Danny”, em um
restaurante próximo à casa do aniversariante, o Hostellerie Saint Roch, em Combain-la-Tour,
Bélgica, em 1974 - fotografia de François Walthéry, criador de
“Natacha”. 2) Jean-Michel Charlier e François Corteggiani – arquivo pessoal do
atual roteirista de “La Jeunesse de Blueberry”.
© Os autores, os editores, e os seus
herdeiros legais.
Afrânio Braga
«Eu me
defino simplesmente como um contador de histórias! Existem contadores árabes de
histórias, os contadores de histórias nos saraus, aqueles que fazem os estilos
definidos e que alguém pagaria para contar as histórias que os povos ouvem
religiosamente. É exatamente como isso que eu me considero...»
Jean-Michel
Charlier em “Un
réacteur sous la plume”.
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