domingo, 1 de dezembro de 2019

Homenagem aos 30 anos do último voo de Jean-Michel Charlier

Jean Giraud, Jean-Michel Charlier e Peyo. (1)


Homenagem aos 30 anos do último voo de
Jean-Michel Charlier


Ele obteve a graduação em Licenciatura em Letras, o doutorado em Direito, o brevê de piloto de avião comercial e, sobretudo, a admiração de milhões de leitores, em todo o mundo, por seu ofício de contador de histórias.

Ele é o maior roteirista da história em quadrinhos franco-belga, em cuja ele foi o criador de diversas séries de sucesso como “Blueberry”, “Tanguy et Laverdure”, “Buck Danny”, “Barbe Rouge”, “La Patrouille des Castors”, “Marc Dacier” – obras literárias que encantaram e continuam a encantar gerações de amantes da 9ª arte.

Ele foi o criador da revista semanal “Pilote” juntamente com outros profissionais da história em quadrinhos da época, entre os quais François Clauteaux, René Goscinny e Albert Uderzo. Esse hebdomadário foi publicado de 1959 a 1989 (ano em cujo ele cavalgou para as pradarias celestiais).

Ele viu as aventuras dos pilotos Michel Tanguy e Ernest Laverdure serem mostradas na série televisiva francesa “Les Chevaliers du ciel” (ou “Les Aventures de Tanguy et Laverdure”, um dos títulos da bande dessinée – história em quadrinhos), a qual teve 39 episódios, de 1967 a 1970. Ele não viu o filme “Les Chevaliers du ciel” (“Sky Fighters”, título em inglês; “Os Cavaleiros do Ar”, título no Brasil), lançado em 2005, ser inspirado livremente nas histórias desses dois pilotos.

Ele também não viu a adaptação de dois episódios da série “Blueberry” – “La Mine de l’Allemandu perdu” e “Le Spectre aux balles d’or” (“A Mina do Alemão Perdido” e “O Espectro das Balas de Ouro”, díptico que compõe o ciclo do Ouro da Sierra) – para o cinema, em 2004, no filme “Blueberry, l’expérience secrète” (“Blueberry. Desejo de Vingança”, título no Brasil), de cujo o seu filho, Philippe, pediu para retirar o seu nome dos créditos por considerar que o roteiro da produção cinematográfica distorcera a sua obra literária; ficando, nos créditos, apenas o nome de Jean Giraud, o seu parceiro, por 26 anos, nessa famosa série western da literatura em quadrinhos.

Ele foi diretor de programas de televisão, nos quais ele realizava tudo – da filmagem à edição, da narração à mixagem – com o seu entusiasmo característico. Christine, a sua esposa, disse que ele estava uma dezena de anos adiante do desenrolar dos acontecimentos.

Ele nasceu em 30 de outubro de 1924, em Liège, Bélgica, e alçou o seu último voo em 10 de julho de 1989, em Paris, França, às vésperas dos fogos de artifício do 14 de julho. Quase um adeus em meio ao foguetório do feriado nacional francês, mas, certamente, em meio a perseguições, tiroteios, trens, aviões, embarcações, tramas, reviravoltas e muita aventura na arte sequencial de sua autoria.

Ele, um dos mais prolíficos roteiristas da história em quadrinhos, recebeu uma série de homenagens, do blogue Blueberry, por ocasião do 30º aniversário do seu falecimento. Nesta homenagem, é listada, em ordem de publicação, as postagens do blogue, com os respectivos links, que tratam, mais especificamente, sobre a vida e a obra do Alexandre Dumas da bande dessinée: JEAN-MICHEL CHARLIER.






























Jean-Michel Charlier, criador literário das séries “Blueberry”
e “La Jeunesse de Blueberry”, e François Corteggiani, atual
roteirista das histórias de Blueberry jovem, em 1983. (2)


N. A.: 1) Jean Giraud, Jean-Michel Charlier e Peyo, criador dos “Les Schtroumpfs” (“Os Smurfs”, no Brasil), na comemoração do 50º aniversário de Victor Hubinon, desenhista da série “Buck Danny”, em um restaurante próximo à casa do aniversariante, o Hostellerie Saint Roch, em Combain-la-Tour, Bélgica, em 1974 - fotografia de François Walthéry, criador de “Natacha”. 2) Jean-Michel Charlier e François Corteggiani – arquivo pessoal do atual roteirista de “La Jeunesse de Blueberry”.

© Os autores, os editores, e os seus herdeiros legais.

Afrânio Braga


«Eu me defino simplesmente como um contador de histórias! Existem contadores árabes de histórias, os contadores de histórias nos saraus, aqueles que fazem os estilos definidos e que alguém pagaria para contar as histórias que os povos ouvem religiosamente. É exatamente como isso que eu me considero...»

Jean-Michel Charlier em “Un réacteur sous la plume”.




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