quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Jean-Michel Charlier, 30 anos já...

Jean-Michel Charlier, 30 anos já...


O muito grande e saudoso roteirista de histórias em quadrinhos e de telefilmes, Jean-Michel Charlier, faleceu há exatamente 30 anos atrás.

Eis um retrato no Festival de BD d’Angoulême em 1973:

Fotografia: Gérard Guégan.


Eu recordo que, nesse momento, decorre no hebdomadário especializado “Le Marin” uma série de artigos que eu realizei no seriado televisivo “La Mer est grande”, em cujo Jean-Michel Charlier foi o corroteirista; o último artigo está programado no número de 11 de julho de 2019, ou seja, 30 anos e 1 dia após o falecimento do roteirista; eis a primeira da página dupla do hebdomadário:


Nota-se a referência aos 30 anos do falecimento do roteirista, embaixo da 3ª coluna,
e eu falo de JM Charlier em um quadro na página da direita (não mostrada aqui).


À parte esse artigo, eu creio que, infelizmente, as homenagens ao roteirista não são numerosas. Os seus editores parecem tê-lo esquecido... Na Web, o amigo Afrânio Braga publica sua homenagem pessoal, estendida de junho último a dezembro próximo, à razão de um capítulo por mês, em seu site brasileiro consagrado a uma de suas principais série de história em quadrinhos, “Blueberry”. É, aliás, colocado online essa manhã mesmo o segundo capítulo: https://blueberrybr.blogspot.com/2019/07/jean-michel-charlier-et-moi-jean-michel.html com um texto-testemunho exclusivo de Gilles Ratier, jornalista de história em quadrinhos, grande especialista de JM Charlier, sobre o qual ele escreveu uma imponente obra, que faz referência, nas edições Le Castor Astral.

Eu não vou recordar a longa e rica carreira de JM Charlier, levando em conta que eu já a apresentei várias vezes nesse blogue, por exemplo, aqui: http://jybaventures.blogspot.com/2014/10/il-y-90-ans-naissait-jean-michel.html E, evidentemente, no copioso site que eu consagrei a ele: www.jmcharlier.com Sem contar numerosos artigos que eu publiquei aqui e ali, assim como as múltiplas intervenções em fóruns e diversas páginas do Facebook. Assim, eu quero apenas mostrar, dessa vez, algumas imagens pouco conhecidas mostrando JM Charlier, ou mostrando diversos trabalhos, de cujos ele é o autor ou o coautor.


Um documentário sobre uma de suas mais célebres séries de histórias em quadrinhos, “Buck Danny”, colocam em cena os pilotos militares americanos, filmou um verdadeiro piloto da US Air Force lendo um álbum e o comentando – a tradução em francês dos comentários figura embaixo das duas imagens:


Essas imagens foram extraídas da emissão “Les grands maîtres de la BD”, realizada por um amigo próximo de JMC, Georges Grod, para 1e Chaîne em 1981. A HQ que o piloto tem entre suas mãos foi desenhada por Victor Hubinon, o principal desenhista de JM Charlier. O álbum em questão, “Les Tigres volants à la rescousse”, faz parte de uma trilogia que os fãs consideram como uma das melhores histórias da série “Buck Danny” desenhada por Victor Hubinon.


Jean-Michel Charlier era, portanto, roteirista de seriados televisos, como “Les Chevaliers du ciel”, sua mais célebre produção televisiva, mas também, por exemplo, “Le fou du désert”, que conta, em quatro episódios, a vida e a morte misteriosa do explorador Conrad Kilian; eis um extrato do genérico desse seriado inencontrável de nossos dias, incluído no site do Institut National de l’Audiovisuel - INA:


O ator, herói do seriado, é Matthieu Carrière.


Ou “Capitaine Luckner”, série que tinha por título igualmente “Cap sur l’aventure” – isso resume bem o gênero eterno e preferido de Jean-Michel Charlier -; eis algumas imagens desse seriado, de cujo JMC de fato somente escreveu dois episódios dos 13 que foram transmitidos na França, e dos 39 do total que foram transmitidos na Alemanha:



Mas JMC igualmente realizou, a partir de 1975, documentários televisivos no quadro de sua série “Les Dossiers noirs”, com assuntos fortes; por exemplo, aqui, extratos dos episódios consagrados, na ordem de cima para baixo, a Menahem Begin, Al Capone, Edgar Hoover e Eva Braun, a companheira de Adolf Hitler:



Ele mesmo apresentou, em pessoa, seu mais forte documento sobre o assassinato de John Kennedy:


Apresentação em estúdio após o final da retransmissão, em
1983 na FR3, do mesmo documentário já transmitido em 1978.


JMC era igualmente romancista; eis uma ilustração original, devida a René Follet, ilustrando um de seus romances, “Les Samouraïs du soleil noir”, que saiu em seriado na revista “Tintin” em 1958 e 1959:


Ilustração proveniente do dossiê de apresentação do álbum de história em quadrinhos “SOS 
Bagarreur”, de René Follet, com roteiro de Maurice Tillieux, nas edições de l’Elan, 2019.


Eis um documento inédito: a colocação em cores feita a meu pedido, apenas “por diversão”, por Francis Nicole, desenhista e colorista da série de aviação “Missions Kimono”, da primeira prancha daquela que eu considero como uma das melhores histórias de JM Charlier, “Chasse à l’homme”, no seio da excelente, mas infelizmente esquecida, série “Marc Dacier”, publicada na revista “Spirou” a partir do fim dos anos 1950:


Marc Dacier é um jornalista que vive trepidantes aventuras
através do mundo, como o próprio JM Charlier em sua vida real.


E, para findar, a tumba de JM Charlier, no cemitério de Saint-Cloud em região parisiense – as fotografias datam há uma vintena de anos. A escultura, sobre a pedra tumbal, representa um livro aberto, cujas páginas parecem virar ao bel-prazer do vento ou folheadas por uma mão invisível:

Fotografias: Jean-Yves Brouard.

Jean-Yves Brouard

Fonte: Blogue JYB Aventures, 10 de julho de 2019:

Jean-Michel Charlier, 30 ans déjà... © Jean-Yves Brouard – JYB Aventures 2019

Afrânio Braga



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