Capa. N. C.: Jean Giraud se inspirou no visual do ator Martin Cove para fazer esse desenho de Blueberry. |
Página de guarda. N. C.: Desenho western, originalmente a cores, feito por Jean Giraud em 1971. |
AGRADECIMENTOS:
Jean-Michel Charlier - Senha - Aedena - Dargaud -
Michel Gillet - Alain David - Geoff Darrow - Liberatore - Colin Wilson - Gérard
Bouysse - Guy Delcourt - Michel Rouge - Thierry Smoldoren - Bruno Lecigne -
Claude Moliterni - Jean Annestay - Cadelo.
Página
5. N. C.: Jean Giraud, aliás, Gir.
|
Foi de uma maneira muito singular que, de Jean
Giraud a Gir, de Gir a Mœbius, se estabelecem as relações que, a serviço de uma
mesma técnica gráfica, unem os universos mentais de uma riqueza surpreendente e
paradoxal.
(...)
Mais que um estilo propriamente dito, foi
justamente essa pluralidade de estilos, que reenvia aos pseudônimos, que funde
uma obra eclética e, portanto, reconhecível, a exemplo das figuras do Tenente
Blueberry ou aquela do Major Grubert.
(...)
Jack Lang.
N. C.: 1) Trechos do prefácio escrito por Jack
Lang. 2) Os pseudônimos de Jean Giraud são dois: Gir e Mœbius. 3) O Major
Grubert é um personagem criado juntamente com "A Garagem Hermética".
JEAN
GIRAUD
(BIOGRAFIA)
De "Coeurs Vaillants" a
"Pilote"
Blueberry e Moebius
De "Métal Hurlant" ao cinema
Jean Gir
De um Mœbius a outro
Página 12. Gir "Blueberry, McClure e Red Neck", Portfolio Gentiane, 1983. |
O CICLO DE FORTE NAVAJO.
“Forte Navajo”, “Tempestade no Oeste”, “A Águia Solitária”, “O Cavaleiro Perdido” e “A Pista dos Navajos”.
“Forte Navajo”, “Tempestade no Oeste”, “A Águia Solitária”, “O Cavaleiro Perdido” e “A Pista dos Navajos”.
1962.
"La
route de Coronado" - "Jerry Spring" em "Spirou". Desenhos
a lápis de Jijé e arte-final de Giraud.
Joseph
Gillain participará de “Blueberry” mais tarde, notadamente em "O
Cavaleiro Perdido", quando Jean Giraud estava na América.
1963.
"Blueberry" aparece,
em "Pilote", com roteiro de Jean-Michel Charlier. O
modelo físico era Belmondo, símbolo então de uma geração.
Eixo em torno das guerras indígenas, Blueberry
tenta restabelecer a paz entre as tribos Navajos e os militares de Forte Navajo
onde ele era tenente. Em "O Cavaleiro Perdido" aparece Mac Clure,
velho beberrão, simpático companheiro de Blueberry. Com "A Pista dos
Navajos", Giraud começará a mostrar a força de seu senso de espaço.
O CICLO DO CAVALO DE FERRO.
“O Cavalo de Ferro”, “O Homem do Punho de Aço”, “A Pista
dos Sioux” e “O General Cabeça Amarela”.
Precedido por "O Homem da Estrela de Prata",
um álbum de transição com o ciclo de Forte Navajo e cuja história é um
"remake HQ" de "Rio Bravo" (N.C.: “Onde Começa o Inferno”,
no Brasil), o ciclo do Cavalo de Ferro conta o massacre dos Sioux pelo General
Allister (espécie de Custer).
A chegada de Red Neck, que irá juntar à dupla
Blueberry-Mac Clure. O estilo de Giraud se coloca definitivamente no lugar com
sua precisão nos detalhes, sua capacidade de colocar bolhas enormes em quadrinhos
minúsculos sem prejudicar o equilíbrio da imagem, sua arte de sugerir uma
multidão em redução.
O CICLO DA MINA DE OURO.
"A Mina do Alemão Perdido” e “O Espectro das Balas
de Ouro”.
Página 15. N. C.: “Le Spectre aux balles d’or”, Jean-Michel Charlier e Jean Giraud, 1972, prancha 22A, quadrinho 5; “O Espectro das Balas de Ouro” foi publicado em cores. |
Episódio de transição mais que ciclo, esses dois álbuns assinalam-se como o máximo da saga de Blueberry aos olhos de muitos leitores. O western se forra de uma atmosfera fantástica e Giraud desenvolve seu trabalho sobre a matéria através da decoração roída da Mesa e os truques dos velhotes que marcam essa aventura. O jogo dos escuros e dos claros é dos mais impactantes.
O CICLO DO TESOURO (Primeira Parte).
“Chihuahua Pearl”, “O Homem que Valia 500.000 Dólares”,
“Balada por um Caixão”, “O Fora da Lei” e “Angel Face”.
Página 16. N. C.: Três quartos da página 25 do álbum “Angel Face”, lançado a cores em 1975. |
Na busca do tesouro sulista, Blueberry se
encontrará como o joguete de um complô que o conduzirá a ser tomado como o
assassino do Presidente dos Estados Unidos e procurado como fora da lei.
Blueberry, lançado ao exílio da sociedade, tomará os traços do anti-herói
miserável abatido pelo destino. A primeira parte do ciclo terminará de maneira
misteriosa, Blueberry desaparece, pode ser que esteja morto.
O ciclo foi escandalizado pela presença de
Chihuahua Pearl cujos traços são próximos àqueles de Claudine Giraud - a
identificação Gir-Blueberry se desenvolve com a apropriação cada vez mais forte
do personagem pelo desenhista. O último volume assinala-se pela fusão dos
estilos Gir e Mœbius em determinadas pranchas.
N. C.: Na época, Claudine Giraud era a esposa de
Jean Giraud, depois ele se casou com Isabelle Champeval.
O CICLO DA JUVENTUDE DE BLUEBERRY.
“A Juventude de Blueberry”, “Um Ianque Chamado Blueberry”
e “Cavaleiro Azul”.
Composto por histórias breves de 15-16 páginas e desenhadas originalmente para
uma coleção de bolso, esses episódios contam as origens de Blueberry, filho de
sulistas, sua passagem entre os nortistas, a Guerra de Secessão e o período que
precede o ciclo de Forte Navajo. O desenho é bastante rápido e renovado, frequentemente
no limite do rascunho. No mesmo espírito e com um resultado mais satisfatório,
Giraud realizou também um western muito ativo e bem conduzido (sempre com
roteiro de Charlier) "As aventuras de Jim Cutlass", nas quais se
encontram as bases do Gir despojado da segunda parte do Ciclo do Tesouro.
A observar que os episódios de "A Juventude de
Blueberry" são hoje prosseguidos por Colin Wilson e Charlier em uma série
de álbuns paralelos a esses realizados pela dupla Gir-Charlier.
N. C.: Colin Wilson desenhou seis álbuns da série “A
Juventude de Blueberry” - três com roteiros de Charlier e três de Corteggiani.
Os autores atuais são François Corteggiani e Michel Blanc-Dumont, que já realizaram
onze álbuns, estando o volume 21 em preparação.
O CICLO DO TESOURO (Segunda Parte).
“Nariz Partido”, “A Longa Marcha”, “A Tribo
Fantasma”, “A Última Cartada” e “O Fim da Pista”.
Página 18. "Nez Cassé", Charlier, Giraud, Dargaud Éditeur. N. C.: "Nariz Partido", prancha 21, quadrinho 4, 1980. |
Sua cabeça colocada a prêmio e perseguido por
todos, Blueberry reúne os índios Navajos e acompanha o êxodo deles, o ciclo se
conclui por sua reabilitação revestida de sua vingança. "Nariz
Partido" assinala-se por seu estilo muito polido e preciso que Giraud
abandonará em outros álbuns. "Se eu
persistisse nesse sentido, eu não teria mais que gravar sobre bronze os volumes
seguintes." declara Giraud. Notamos uma tentativa infeliz de suprimir
os contrastes claro e escuro em "A Última Cartada", magistralmente
recuperados no final do ciclo, "O Fim da Pista".
N. C.: Após esse ciclo, foram lançados o fora de
ciclo “Arizona Love”, o Ciclo OK Corral (“Mister Blueberry”, “Sombras sobre
Tombstone”, “Gerônimo, o Apache”, “OK Corral” e “Dust”, com roteiros desenhos
de Jean Giraud) e a série ciclo “Marshal Blueberry” (“Sob Ordem de Washington”,
“Missão Sherman”, com roteiros de Giraud e desenhos de William Vance, e
“Fronteira Sangrenta” com roteiro de Giraud e desenhos de Michel Rouge).
Página 20. A evolução de Blueberry após a sua criação. Giraud, Dargaud Éditeur. |
Página 21. N. C.: Retrato de J.-M. Charlier por Gir. © Aedena, 1986. |
JEAN-MICHEL CHARLIER
ROTEIRISTA DE BLUEBERRY
J.-M.
Charlier
Entrevista de Guy Delcourt
Página 23. N. C.: "Chihuahua Pearl", prancha 1, quadrinho 3, Jean-Michel Charlier, Jean Giraud, Dargaud Éditeur, 1973. |
HOMENAGENS
BLUEBERRY VISTO POR A. JODOROWSK
N. C.: Alejandro Jodorowsky é o roteirista da série
"O Incal", desenhada por Mœbius.
CONVERSA SOBRE A LONGA MARCHA DE JEAN GIRAUD
Michel Rouge
Colin Wilson
N. C.: Depoimentos, individuais, de Michel Rouge e de Colin Wilson.
Michel Rouge
Colin Wilson
N. C.: Depoimentos, individuais, de Michel Rouge e de Colin Wilson.
JEAN
GIRAUD INTERROGADO POR JEFF DARROW
PORTFÓLIO
N. C.: 1) "O Último
Retrato de Blueberry", ilustração, em preto e branco, de Liberatore. 2)
Vários desenhos, em preto e branco e a cores, de Giraud. 3) Depoimentos de Jean
Annestay, e de Jean Giraud.
Página 36. N. C.: O Tenente Blueberry e índios, desenho de Jean Giraud, publicado em "Pilote" nº 305, 26 de agosto de 1965. |
N. C. : Página 37:
Eu sempre tive dificuldade em fazer BLUEBERRY. Isso demanda uma
disciplina gráfica extraordinária. É muito mais difícil que fazer MŒBIUS.
É a mesma diferença que há entre pintar um quadro de DELACROIX e um de
PICASSO. Um DELACROIX demanda que se atravesse um universo de tecnicidade, de
conhecimento de material absolutamente extravagante; um PICASSO requer
“somente” atravessar um universo mental de estruturas, de olhares sobre o
mundo, etc. É mais delicado, mas o suficiente de ser em um tipo de energia
através de discussões, uma reação às informações que veem do mundo. É uma
forma de atividade que pode se acomodar não importa qual situação na vida,
sobretudo se se tem um mental muito forte...
Mas fazer DELACROIX, se
não se está bem, se se ficou vários meses sem desenhar com essa técnica, é
extremamente árduo. Isso necessita de ter em permanência certos pormenores
como em uma arte marcial, a dança ou o piano; é necessário treinar todos os
dias, todos os dias...
Jean GIRAUD
|
N. C.: Desenho da página de rosto de
“Fort Navajo”, volume 1
da série “Blueberry”, Dargaud Éditeur, 1965. No álbum,
essa
ilustração, do Tenente Blueberry e índios, foi publicada em cores.
|
Página 38. N. C.: Blueberry. Desenho de Jean Giraud. |
Página 39. N. C.: Little Bear e Shield, dois irmãos de Little Raven, Arapaho, 1867, desenho de Jean Giraud. |
Páginas 40 e 41. Fonte: Pedro Morais, Coimbra, Portugal. |
Página 41. N. C.: Parte da ilustração de Gir em página dupla (40 e 41). |
Página 42. N. C.: Ilustração de Gir publicada na capa de "Pilote" nº 497 e, em "L'Univers de Gir", acima do depoimento de Javier Coma. |
Na saga de BLUEBERRY, à maneira dos cavalos no deserto imenso, a
narrativa galopa, brilhante de suor, o corpo potente e o espírito, totalmente
inteiro, concentrados nas vicissitudes da história. O dinamismo de GIRAUD e a
imaginação de MŒBIUS, personalidades indissolúveis de um mesmo grande artista,
cavalgando eles também rumo a horizontes que o passado procura em vão destruir.
Javier COMA
Página 43. N. C.: Blueberry e Jimmy McClure, desenho de Jean Giraud. |
Página 45. N. C.: Ilustração, originalmente em cores, de Jean Giraud, publicada na capa de "Pilote" Nº 313, de 21 de outubro de 1965, na estreia de "La Piste des Navajos". |
Página 46. N. C.: Desenho, de Jean Giraud, publicado na
capa da revista “Pilote” Nº 427, de 28 de dezembro de 1967.
|
Página
47. N. C.: Ilustração, de Jean Giraud, publicada
na capa do álbum “Nez Cassé” (“Nariz
Partido”), 1980.
|
Página 48. N. C.: Ilustração, de Jean Giraud, publicada na capa do álbum "Le Hors-la-loi" ("O Fora da Lei"), 1974. |
Página 49. N. C.: Ilustração, de Jean Giraud, publicada na capa do livro "La Fleur du desert" de Herbert Harker, editora Gallimard, 1976. |
Página 50. N. C.: Blueberry Shazam. Desenho de 1973, ano que
"Blueberry" recebeu o prêmio Shazam de melhor série estrangeira.
Página 51. N. C.: Blueberry inspirado no ator Ralph Taeger em “Hondo and the Apaches” (“Hondo e os Apaches”), filme, de 1967, dirigido por Lee H. Ratzin. |
Página
52. N. C.: Mike Blueberry, cercado por um xerife e seus delegados – desenho de Jean
Giraud.
|
"BLUEBERRY”, é antes de tudo uma
forma que salta aos olhos, uma performance visual. Desenho soberbo, amplo,
potente, cores com frequência notavelmente expressivas, colocado em página
supercinematográfica, ao corte denso, rico em “tomada de vista” que são
choque... O leitor é primeiramente conquistado pelas imagens. Somente em
seguida, ele penetrará na aventura que se conta.
Numa SADOUL
Página
54. N. C.: Ilustração de Red Neck e Blueberry, feita por
Jean Giraud, publicada acima do depoimento de Joseph Gillain. |
“Lettre” de 15/09/1975 - Joseph Gillain.
Página 55. N. C.: Ilustração, de Jean Giraud, para a capa de "La Jeunesse de Blueberry" nº 1, 1975. |
N. C. : Página 57:
MŒBIUS NO
UNIVERSO DE
GIR
|
||
Como
coexistem em um mesmo corpo GIR e MŒBIUS?
Um dia, eu
compreendi que se ofereciam a mim duas possibilidades. Aquela de BLUEBERRY
que se relaciona à tradição do comics e da história de aventura e aquela de
MŒBIUS que é, ao contrário, menos convencional.
Ela pode se
aproximar graficamente do trabalho dos gravuristas do século XIX, dos mestres
flamengos, mas sua temática tem suas fontes na literatura fantástica e da
ficção científica que o foi o essencial de minhas leituras durante trinta
anos.
Jean GIRAUD
|
N. C. : Página 58:
N. C. : Página 59:
N. C.: Os desenhos das páginas 57,
58 e 59 foram publicados no livro “Voix Indiennes – Le message des Indiens d’Amérique
au monde occidental”, apresentado por Jean-François Graugnard, B. Chapuis,
Moebius, Varela, lançado em 1979 por Les Formes du Secret. Fonte: Pedro Morais, Coimbra, Portugal.
Página 60. N. C.: Blueberry no Grand Canyon, desenho de Jean Giraud. |
ANÁLISES
BLUEBERRY
Os Sobressaltos do Western Clássico
Bruno Lecigne & Jean-Pierre
Tamine
Página 63. N. C.: Prancha 39, quadrinho 1 de "L'Homme qui valait 500.000 $", Charlier, Giraud, Dargaud Éditeur, 1973. O casamento, fracassado, do Governador Lopez com Pearl. |
Página 66. "Hommage à Jijé". N. C.: Homenagem a Jijé: Blueberry contempla o retrato de Jerry Spring e Pancho, personagens criados pelo autor belga. Giraud assinou Jean Gir no desenho. |
GIRAUD, OU COMO SE RETORNAR SOBRE SI
MESMO PARA SE TORNAR MŒBIUS.
Thierry Smolderen
Página 70. "La Piste des Navajos", Charlier, Giraud, Dargaud Éditeur. N. C.: Prancha 29, quadrinhos 1, 2 e 3 de "A Pista dos Navajos". |
Página 71. "La Piste des Navajos", Charlier, Giraud, Dargaud Éditeur. N. C.: Prancha 29,quadrinho 4, "A Pista dos Navajos". |
Página 71. "La Piste des Navajos", Charlier,Giraud, Dargaud Éditeur. N.C.: Prancha 29, quadrinho 5, "A Pista dos Navajos". |
Página 74. "Angel Face", Charlier, Giraud, Dargaud Éditeur. N. C.: Prancha 44, quadrinhos 4 a 11. |
CINEMA
JEAN GIRAUD E O CINEMA
De Blueberry a "Blue" Berry
Guy Delcourt
Página 87. N. C.: "Le Spectre aux balles d'or" ("O Espectro das Balas de Ouro"), prancha 38, quadrinho 3, Charlier e Giraud. |
APÊNDICE
GIR Humorístico ou os primeiros
passos de MŒBIUS
Página 94. N. C.: Blueberry, desenho de Jean Giraud. |
© DARGAUD ÉDITEUR 1986
Todos os direitos de tradução, de reprodução e de adaptação estritamente
reservados para todos os países.
Depósito legal: Maio de 1986
Impresso na França em maio de 1986
Printed in France
Contracapa.
N. C.: Mike Blueberry por Jean Giraud.
|
Ficha técnica
L'Univers de Gir
(“O Universo de Gir” )
Collection L’Univers de...
(Coleção “O Universo
de...” )
Capa: Jean Giraud.
Ilustrações: em cores e
em preto e branco.
Ano de lançamento:
1986.
Número de páginas:
96.
Gênero:
Documentário / Biografia, Western.
Formato: 26,1x36,8
cm.
Público:
Adolescente e adulto - a partir de 12 anos.
A série
"Blueberry" foi criada por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud.
Dargaud Éditeur,
Paris, França.
N. C.: 1) Na mesma
coleção: “L’Univers de Pratt”, “L’Univers de Blanc-Dumont”. 2) Hugo Pratt,
Michel Blanc-Dumont.
L’Univers de Gir © Jean-Michel Charlier, Jean Giraud, Dargaud Éditeur 1986
Fontes das imagens: Bedetheque: capa e contracapa; jmcharlier.com: páginas 5 (fotografia de Jean Giraud) e 14; Orano Factory: páginas 12, 16, 19, 20, 38, 43, 44, 46, 47, 48, 51, 53, 54, 74, 76, 84, 87 e 94; Blueberry-soundarss: página 21; Comic Art Fans: página 23; Mister Jacq: páginas 39 e 66; Passions-collections: página 42; Vaillant Pif Gadget: página 45; The Airtig Garage: páginas 24, 55, 63 e 79 (“Les Grands Espaces”); BDtrash: páginas 70 e 71A; Norman-rockwell-france: página 71B; Comic-historietas: página 80; Afrânio Braga: parte de sua BBteca.
"L'Univers de Gir, o primeiro livro, da esquerda para a direita, em parte de minha BBteca. |
Em mais de 40 anos, “Blueberry” é um
laboratório gráfico no gênero western, totalmente dirigido a um grande público,
pela força de Jean Giraud com a multiplicação das suas experiências gráficas.
Enquanto Giraud realizava o espetacular Ciclo OK Corral, o rei do pôquer
descansava na célebre vila mineira de Tombstone. O Tenente mais famoso do Oeste
já nos proporcionou momentos divertidos, emocionantes, intrigantes e belos em
suas envolventes histórias.
“Blueberry” passou pela influência de
Jijé até a transformação de Jean Giraud em Gir e desse em Mœbius. Durante o
processo, a maravilhosa série apresentou um “remake” de "Rio Bravo"
(“Onde Começa o Inferno”); a competição da construção da estrada de ferro
unindo Leste e Oeste; as guerras indígenas; a participação de George Custer
(tipificado pelo General Allister, chamado pelos índios de “Cabeça Amarela”); a
Longa Marcha dos Apaches; a cruel realidade do Oeste revelada pelos escalpos
retirados de crianças, mulheres e velhos índios; Virgil Earp, o
"limpador" de Dodge City e Tombstone; os fumarentos saloons; a
prepotência de oficiais do Exército; a morte de Cochise; os problemas dos mestiços
no mundo dos brancos; mulheres bonitas e corajosas; a vida cotidiana no México;
assassinos e covardes; magníficos fortes de cinema; a realidade das
carnificinas dos militares; Wyatt Earp e Doc Holliday; e, como vemos na capa de
"L’univers de Gir", Blueberry e um bom companheiro do homem da
Fronteira, o cavalo, e ao fundo a natureza hostil do causticante deserto.
A Guerra de Secessão, a primeira
guerra moderna, é retratada no ciclo e série "La Jeunesse de Blueberry" ("A Juventude de
Blueberry"), em cujo são contadas as origens do Tenente Blueberry. O cerco
de Atlanta (19/07 a 26/08/1864) e alguns personagens reais como General
William T. Sherman, General John-Bell Hood, Archie Clément, Allan
Pinkerton, Senador Jimmy Lane, General Dodge e William C. Quantril
participam de "A Juventude de Blueberry".
O formato grande do livro favorece a exibição de estupendas imagens. Na mesma coleção, na época, "L'univers de Pratt" e "L'univers de Blanc-Dumont": Hugo Pratt, um dos maiores dos “fumetti” italianos e Michel Blanc-Dumont, atual desenhista de "A Juventude de Blueberry" e criador de "Jonathan Cartland" (roteiros de Laurence Harlè). A série Blueberry expõe o amor de Jean Giraud pela arte sequencial, pelo personagem e, principalmente, pelo sonho - dele e de milhões de aficionados das histórias em quadrinhos.
Poeira, penas, armas, rochas,
trilhos, neve, aldeias, perspectivas, micro-hachuras e pontos, caricaturas,
cores, ângulos de visão cinematográfica, cobiça, o clássico conselho dos chefes
peles-vermelhas, suspense com o tradicional "fim do episódio", cenas
oníricas, conversas filosóficas, chuva, a filha do coronel, alusão aos filmes
de John Ford, a crueldade do homem branco, caçadores de índios, o militar sem
honra, enquadramentos dignos de Sergio Leone. “Blueberry” é a Hollywood de
papel.
Afrânio Braga
Ah, como gostaria de ter essa pérola na minha coleção.
ResponderExcluirExcelente post, mister Afrãnio.
Jário,
ResponderExcluiré possível encontrar o livro "L'Univers de Gir" em sites como o ebay.fr