quinta-feira, 20 de junho de 2013

"Les Monts de la Superstition"


Capa.


Na ocasião dos 40 anos do mais célebre tenente da Bande Dessinée e da proximidade da estreia do filme de Jan Kounen, encontra-se reunido em um só volume o díptico de “La Mine de l’Allemand perdu” e de “Le Spectre aux balles d’or”, acompanhado de um caderno exclusivo. E a fim de prestar homenagem ao imenso talento da dupla Charlier e Giraud, o álbum será, pela primeira vez, em grande formato. É isto que nós chamamos de acontecimento de qualidade!!

Fonte: Dargaud Éditeur.

N.C.: o título do filme blueberryano: “Blueberry, l’expérience sècrete”, na França; “Blueberry. Desejo de Vingança”, no Brasil.

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CHARLIER   GIRAUD
BLUEBERRY
LES MONTS DE LA SUPERSTITION
LA MINE DE L’ALLEMANDU PERDU      LE SPECTRE AUX BALLES D’OR
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"Eu me defino simplesmente como um contador de histórias! Existem contadores árabes de histórias, os contadores de histórias nos saraus, aqueles que fazem os estilos definidos e que alguém pagaria para contar as histórias que os povos ouvem religiosamente. É exatamente como isso que eu me considero..."

Jean-Michel Charlier em Un réacteur sous la plume.


Página 4.


Blueberry introduz no universo HQ da
época, principalmente adolescente, uma
referência a outra cultura, mais de vanguarda.


 

CASACAS AZUIS, COWBOYS E ÍNDIOS EM LE CHEVAL DE FER, EM 1966. MAS PARA BLUEBERRY, O WESTERN CLÁSSICO JÁ TOCA EM SEU FIM. A HORA DOS COMBATES MAIS ÍNTIMOS VAI SOAR (L’HOMME QUI VALAIT 500.000 DOLLARS, 1971). 1990, GIRAUD PROSSEGUE, SÓ, A SÉRIE, APÓS O FALECIMENTO DE JEAN-MICHEL CHARLIER: ARIZONA LOVE OFERECE UMA COMPANHEIRA AO HERÓI SOLITÁRIO.


“Publicando sua biografia, nós colocamos o dedo
 em uma engrenagem louca. Nós abrimos essa
 possibilidade de tratar Blueberry de modo panorâmico,
 fazer publicar, em simultâneo, álbuns onde ele é jovem,
menos jovem e, por que não, um dia, velho?” Jean Giraud


LES MONTS DE LA SUPERSTITION       

Publicados em “Pilote”, entre 15 de maio de 1969 e 9 de julho de 1970, depois em álbuns, em 1972, “La Mine de l’Allemand perdu” e “Le Spectre aux balles d’or” constituem uma reviravolta na obra maior de Jean-Michel Charlier e Jean Giraud. Bom número de leitores, fanáticos por Blueberry, concordam em dar a esta história, de 98 páginas, o status de obra-prima. E, uma vez saindo do costume, não foram contraditos por seus autores. Quarenta anos após o nascimento de seu herói, Giraud considera esse famoso díptico como o ápice de sua arte.





O desenhista, na época com trinta anos de idade, dedicou pela última vez a integridade de sua energia e de seu talento a Blueberry. Em seguida, seu outro eu, Mœbius, deixado de prontidão após os seus anos formativos em “Hara-Kiri”, volta a captar metade de seu influxo.





Não são apenas os personagens que têm assombrado
 o imaginário dos leitores. Há também os cenários.

Página 21.


“Quando eu recordo o trabalho realizado a dois, com Jean-Michel, em “Le Spectre”, eu posso dizer que foi um êxtase. Eu tive o sentimento de realizar um velho sonho... Foi fantástico, maravilhoso. Eu poderia fazer retoques, mas eu penso que isso atingiria a integridade histórica de uma obra. Alguém poderia imaginar uma versão redirecionada como fez Hergé com “Tintin”, revendo as imperfeições, os cortes. Mas eu me recuso a entrar nesse jogo, pois, em tal caso, isso não tem fim.”.

Jean Giraud

Fonte: trechos do artigo “Les Monts de la Superstition” de Hugo Cassavetti.


Página 22.


Les Monts de la Superstition   

Por ocasião da estreia do filme “Blueberry, l’expérience secrète”, de cujo eu não falarei, pois senão eu arrisco de me aborrecer, as edições Dargaud têm lançado uma edição especial: o álbum reagrupando o célebre díptico “La Mina de l’Allemandu Perdu” – “Le Spectre aux balles d’or” de Jean-Michel Charlier e de Jean Giraud.

Essa edição foi enriquecida de um texto, sobre o díptico e o personagem Blueberry, escrito por Hugo Cassavetti, de uma entrevista com Vicent Cassel e Jan Kounen e de ilustrações inéditas de autores célebres como, por exemplo, François Boucq.

Quanto à história desse díptico, ela faz parte das melhores histórias de “Blueberry”, pode ser mesmo a mais bem sucedida, tanto no nível de roteiro, quanto no nível gráfico, pois Giraud assina magníficas pranchas cheias de detalhes, feitas das fisionomias impossíveis, como os dois assassinos e Blueberry - são tão imundas que nós acreditamos ter adivinhado o cheiro que exalam.

A história é rapidamente conduzida com um personagem central: Luckner, crápula, manipulador, trapaceiro, em suma um verdadeiro perverso, que é o ponto de órgão, a pausa musical, dessa história que mistura aventura com a busca de uma mina de ouro fabulosa, mitologia indígena com o Espectro e, bem entendido, western com os canalhas Blount e Crazy Timbley, os apaches, os duelos, as brigas de saloon...

Concluindo: se deve ler essa história completa de Blueberry, pois Giraud está em seu apogeu gráfico, Charlier domina perfeitamente seu tema e a conclusão desse díptico é toda simplesmente genial.

Para ler e reler até ter mais sede!

Laurent V

Fonte: westernetbd.



O Tenente Mike S. Donovan, um oficial da Cavalaria do Exército dos Estados Unidos da América, foi destacado de sua unidade para substituir provisoriamente o Xerife, morto por tiros nas costas. Por volta de 1868, devido à atitude vingativa do General “Cabeça Amarela”, o Tenente Blueberry está em Palomito, cidadezinha mineira, onde os punhos e os colts disparam sozinhos.

É o começo da épica história da procura por uma montanha de ouro que se situa em pleno coração dos Montes da Superstição – a montanha sagrada dos Apaches, um labirinto quente de rochas e de areia, sem água e repleto de cascavéis.


Página 23.


Baseado em um fato verídico, o roteiro tem personagens reais e fictícios: Blueberry, Jimmy McClure, parceiro de cartas e velho beberrão, Gustaaf Hazel (Prosit Luckner), Barnett (ex-sócio de Prosit), o barman Buster, os falsos caçadores de recompensas Wally Blount e Cole “Crazy” Timbley, o corrupto juiz M. H. Morris, o mexicano Pepe, o coveiro Hardley, o delegado Calhoun, o chefe apache Pequena Lua e seu bando, Guffie Palmer (diretora de um grupo teatral ambulante medíocre), Calloway e Tommy (Trading Post de Pocoma), o velho xamã Tartaruga Pequena e o verdadeiro Werner Amadeus von Luckner, o Espectro das balas de ouro.

Esses, juntamente com outros personagens, estarão nas telas dos cinemas do mundo todo, no primeiro filme com o mítico e lendário Tenente Blueberry, aliás, Mike Steve Donovan, que faleceu em Chicago, nonagenário, em 5 de dezembro de 1933 e cavalga nas pradarias celestiais ao lado daquele que o extraiu das lendas do Oeste para as histórias em quadrinhos, Jean-Michel Charlier, falecido em 10 de julho de 1989.


Página 24.


“Varrida pelo vento ardente do deserto, uma pequena cidade da Fronteira, letárgica e existente tantos anos ali...”

Palomito, Arizona. Escritório do Xerife. Blueberry e Jimmy Mc Clure, velhos amigos e companheiros de aventuras, jogam pôquer, enquanto o cotidiano típico daquela época transcorre lá fora e sob um forte calor nesse isolado povoado do Oeste, Prosit Luckner chega rumando direto para o saloon.

O primeiro quadrinho do Ciclo de Prosit Luckner. O Ouro da Sierra, o mais famoso da série “Blueberry”, foi redesenhado por Giraud para as páginas de guarda dos álbuns do Ciclo OK Corral – “Mister Blueberry”, “Ombres sur Tombstone”, “Geronimo, l’Apache”, “OK Corral” e “Dust” – e depois foram publicadas nas reedições dos volumes da série “Blueberry”.


Página 25.

Neste novo quadrinho vemos uma empoeirada Main Street (Rua Principal) e arredores com cenas habituais: o passeio de um casal, com a donzela portando sombrinha, uma mulher sobre a cadeia, com o filho pequeno sentado próximo, estendendo as roupas dos dois companheiros; cavalos, cavaleiros, charretes, vendedores ambulantes, carroças, carroção, cachorros, homens, mulheres, crianças, pessoas nos alpendres, varais com roupas, caixas d’água elevadas, pugilistas com plateia, animais em cercados, estábulos, diligência em reparo, ferreiro, gente em atividades diárias; ao fundo as montanhas, os montes, o horizonte e o céu testemunham uma nova aventura de Mike Steve Donovan, agora Xerife Blueberry.



Página 53.


Reedição do ciclo, considerado pelos fãs como o melhor da série, em comemoração aos 40 anos do Tenente mais amado e mais famoso do Oeste e das histórias em quadrinhos. Certamente que o ano do quadragésimo aniversário de Blueberry fechará com chave de ouro: os lançamentos do álbum “OK Corral” – também baseado em um fato real – e do filme “Blueberry, l’expérience secrète”, inspirado no Ciclo de Prosit Luckner, o Ouro da Sierra.

Nos álbuns “La Mine de l'Allemandu perdu” e "Le Spectre aux balles d'or", Jean Giraud apresentou um estilo considerado inovador para o início dos anos 1970, com tiras horizontais, verticais, sobrepostas e enquadramentos distintos até então.


Página 63.


Ficha técnica

Les Monts de la Superstition
Blueberry Hors Collection
Série "Autour de Blueberry" ("Entorno de Blueberry").
“Les Monts de la Superstition”: HC (“Hors Collection”, fora de série "Blueberry") do Ciclo de Prosit Luckner. O Ouro da Serra, díptico com “A Mina do Alemão Perdido” e “O Espectro das Balas de Ouro”, em comemoração aos 40 anos de Blueberry (1963 – 2003). "Os Montes da Superstição".
Argumento e roteiro: Jean-Michel Charlier.
Desenhos e capa: Jean Giraud.
Cores: Jean Giraud (“La Mine de l’Allemandu Perdu”), Évelyne Tran-Lê (“Le Spectre aux balles d’or”).
Data de lançamento: 5 de abril de 2003.
Número de páginas: 120 (98 de história: 46 de “La Mine de l’Allemandu Perdu” e 52 de “Le Spectre aux balles d’or”).
Gênero: Documentário / Biografia, Western.
Preço: 20.5€.
Formato: 24,5x32,1 cm (22,5X29,8 cm para os álbuns das três séries –“Blueberry”, “A Juventude de Blueberry” e “Marshal Blueberry”).
Público: Adolescente e adulto - a partir de 12 anos.
A série "Blueberry" foi criada por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud.
Dargaud Éditeur, Paris, França.



Página 109.


Díptico da Mina, “Os Montes da Superstição”. Integral do Ciclo de Prosit Luckner, O Ouro da Sierra – “A Mina do Alemão Perdido”, 1972, e “O Espectro das Balas de Ouro”, 1972 – e mais um caderno com 16 páginas, em um álbum duplo de grande formato intitulado “Les Monts de la Superstition”.



"Marshal Blueberry" n. 1 "The Lost Dutchman's Mine.

O volume apresenta capa inédita na França (capa americana, feita por Mœbius, o outro eu de Jean Giraud e como ele era mais conhecido nos Estados Unidos, para o álbum “Marshal Blueberry” n. 1 “The Lost Dutchman’s Mine” publicado pela Epic, em 1991) e contém artigos de Hugo Cassavetti (Un héros d’un genre nouveau - Um herói de um gênero novo, Les Monts de la Superstition - Os Montes da Superstição, Blueberry au cinema - Blueberry no cinema); entrevistas de Jan Kounen, diretor do filme, Jean Giraud, criador gráfico do personagem, e Vicente Cassel, intérprete de Mike Blueberry; capas e quadrinhos de vários álbuns e fotografias do filme blueberryano. Homenagens a Blueberry de Enrico Marini (uma pistoleira sensual disparando suas pistolas); François Boucq (Wally Blount e Cole “Crazy” Timbley, e Prosit Luckner); Christophe Blain (duas histórias em quadrinhos cômicas curtas com dois fãs das histórias do díptico), Manu Larcenet & Daniel Goossens (uma paródia da capa de “A Mina do Alemão Perdido”, com Blueberry disparando sua pistola em um turista alemão perdido); e José-Luis Munuera (Blueberry e Prosit Luckner caricatos).



 

As capas das edições de 1972 estão antes das histórias que compõem o integral “Dyptique de la Mine”. Lombada: Dargaud – Les Monts de la Superstition – Blueberry – Charlier – Giraud – HC. “Prosit” é uma interjeição, em alemão, que significa “saúde!”, ao se brindar com bebida alcoólica. Contracapa: as capas de “La Mine de l’Allemand perdu” e “Le Spectre aux balles d’or” e o diálogo de introdução entre Luckner e Barnett em “La Mine de l’Allemand perdu”:

“Eu me apresento, herr offizier! Barão Werner Amadeus Von Luckner, digno descendente de uma das mais ilustres casas da Prússia! Ex-aluno oficial dos cadetes da guarda imperial, doutor em medicina e em teologia, presentemente engenheiro geólogo!”

“É blefe, Marshall! É “Prosit” Luckner! O mais notório mentiroso do Arizona, escroque, pirata, trapaceiro, e o pior saco de uísque que a terra tem carregado!”

“Cala boca, bronco.”


Contracapa


Fontes das imagens: Dargaud Éditeur: capa, páginas 21, 22, 23, 24 e 25; Bedetheque: páginas 4, 53, 109 e contracapa; Elouarnblade: Prosit Luckner por François Bouq.

Les Monts de la Superstition Blueberry Hors Collection © Jean-Michel Charlier, Jean Giraud, Dargaud Éditeur 2003. 
Blueberry La Mine de l’Allemand perdu © Jean-Michel Charlier, Jean Giraud, Dargaud Éditeur 1972.
Blueberry Le Spectre aux balles d’or © Jean-Michel Charlier, Jean Giraud, Dargaud Éditeur 1972.

Afrânio Braga





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