A
JUVENTUDE DE BLUEBERRY
Rui Cunha
Quando uma personagem de banda desenhada (BD) nasce pelas
mãos do(s) seu(s) criador(es) e começa a obter sucesso, mais tarde ou mais cedo
parece ser regra a criação de um ou mais álbuns, ou mesmo de uma série, que
conte a sua origem ou a sua juventude, até para que se entendam melhor
determinados comportamentos e/ou atitudes presentes em determinada(s)
aventura(s), quando surge alguém que se cruzou com o herói algures no seu
passado. Foi assim com Thorgal (de Jean Van Hamme e Grzegorz Rosiñski, 1977) ou
com o “nosso” Tex Willer (de Giovanni Luigi Bonelli e Aurelio Galleppini,
1948), só para citar alguns exemplos conhecidos, mas também com Blueberry (de
Jean-Michel Charlier e Jean Giraud, 1963), como vamos ver em seguida.
Foi ainda numa fase inicial de Blueberry (1968) que Charlier
e Giraud começaram a pensar na possibilidade de criar uma série paralela à
principal, que na altura já contava com quatro álbuns publicados, onde se
explicariam as primeiras aventuras de Michael Steven Donovan (antes de se
tornar Mike S. Blueberry) na sua juventude durante a Guerra de Secessão,
enquanto racista, filho de um plantador rico do sul dos Estados Unidos, e as
suas aventuras antes de se tornar corneteiro no exército nortista. O material
escrito e desenhado para esta nova série, prevista para três álbuns, começou a
ser publicado entre 1968 e 1970 na revista de bolso “Super Pocket Pilote”, num
total de 9 histórias curtas de 16 páginas cada, oito das quais constituíam um
episódio isolado situado durante a Guerra de Secessão. A primeira dessas
histórias intitulava-se “Tonnerre sur la Sierra”, isolada do resto da série, e
cuja ação decorria após a guerra e antes dos acontecimentos narrados em “La
Mine de l’allemand perdu” (“A Mina do Alemão Perdido”, 1972). Excetuando a já referida primeira história
curta e também a última, “Double Jeu”, todas as outras foram desenhadas e
publicadas a preto e branco.
Tanto Charlier como Giraud não estavam interessados em ter
muita concorrência de outras personagens da revista “Pilote” e queriam manter o
estilo que caracterizava as primeiras aventuras de Blueberry: episódios que
transitavam de um número para o seguinte. No entanto, o editor da revista
preferia histórias completas e informou os dois autores que a sua personagem
estava a irritar seriamente os leitores, criando dúvidas que ameaçavam o bom
andamento da personagem. Questões relativas ao nariz partido de Blueberry; a
sua continuidade no exército, quando era mais que óbvio que não possuía
qualidades para tal, com exceção, claro, da sua bravura amplamente demonstrada
na Guerra de Secessão. Mas, principalmente, a razão do seu nome (Blueberry) ser
o mesmo de um fruto. Definitivamente, Blueberry (mirtilo, em português) não era
nome para um herói do Oeste e alterá-lo estava fora de questão, pois já tinham
sido publicadas várias histórias.
Existe, no entanto, uma referência ao passado de Blueberry na primeira aventura “Forte Navajo”, quando ele se apresenta ao Coronel Dickinson, comandante do forte. Foi então que Charlier teve a ideia de criar um passado do herói, através das histórias que lhes tinham sido encomendadas pela “Super Pocket Pilote” e, assim, satisfazer a curiosidade dos leitores. Apresentou a ideia a Giraud, que ficou entusiasmado e começou imediatamente a trabalhar naquela que seria a primeira aventura da série, batizada como “La Jeunesse de Blueberry”. O argumento era muito semelhante ao das aventuras da série principal, só que numa dimensão mais pequena e, para aguçar a curiosidade dos leitores, Charlier decidiu situá-la na Guerra de Secessão. Segundo Charlier e Giraud, as aventuras da juventude de Blueberry decorreriam entre 1861 e 1864, ou seja, no período em que decorre a Guerra de Secessão Americana. Ainda em 1974, no álbum “Ballade pour un Cercueil” (“Balada para um Caixão”), Charlier introduziu um dossier de 16 páginas onde apresentou uma biografia ficcionada de Mike Steve Donovan, aliás Mike S. Blueberry, detalhando a sua vida desde o seu nascimento (ocorrido em 1843) até à sua morte, aos 90 anos, em 1933. Escrito sob um ponto de vista histórico, num estilo jornalístico (que Giraud voltaria a utilizar nos álbuns finais da série, quando Blueberry narra os seus feitos a um jornalista), com fotografias encontradas em arquivos americanos, quando Charlier andou a viajar pelo Oeste, o dossier oferecia ao leitor uma pequena ideia do que foi a juventude de Blueberry antes de se tornar conhecido no Oeste e na banda desenhada. Mesmo rompendo com a tradicional barreira das 48 páginas dos álbuns franceses, Charlier e Giraud achavam que tinha chegado o momento e era importante publicar o dossier sobre a nova série que estava na forja, pelo que “Ballade pour un Cercueil” tornou-se no primeiro álbum franco-belga a ultrapassar a referida barreira.
O primeiro álbum da nova série foi editado em 1975, “La
Jeunesse de Blueberry” (“A Juventude de Blueberry”), com o mesmo título da
série, e incluía três histórias curtas “Le Secret de Blueberry”, “Le Pont de
Chattanooga” e “3000 Mustangs”, que tiveram que ser redesenhadas, reorganizadas
e recoloridas, para se adaptarem ao formato de álbum. Este trabalho não foi do
agrado de Jean Giraud, pois o seu “design” gráfico (principalmente na história
“3000 Mustangs”), nomeadamente a paginação, foi todo alterado. Na primeira
história, “Blueberry’s Secret”, Mike S. Donovan é acusado do assassinato de
Tucker, um plantador sulista. Sem poder provar a sua inocência ou defender-se,
Mike vê-se obrigado a fugir e andar a monte vários dias e, depois de várias
peripécias, e quase a ser capturado por um grupo de pistoleiros, acaba por ser
salvo por uma patrulha nortista que o incentiva a alistar-se, porque a guerra
estava a começar. Mike começa por recusar, pois não quer lutar contra os seus,
mas acaba por aceitar ser clarim de regimento e, ao ver umas manchas azuis de
um fruto perto de si, identifica-se como Mike Steve Blueberry. Em “Le Pont de
Chattanooga”, Blueberry, agora um jovem clarim, ainda enfrenta alguma
adversidade por parte de elementos do seu regimento devido à sua origem
sulista, mas consegue superar esses problemas, voluntariando-se para destruir a
ponte de Chattanooga, vital para a passagem do comboio de abastecimentos do
exército de Lee, general sulista e o grande comandante dos Confederados. Em
“3000 Mustangs”, os homens do regimento de Blueberry têm a missão de encontrar
uma parte do exército de Lee, que se prepara para invadir e conquistar a
capital Washington. Sempre um passo atrás dos Confederados, os cerca de 50
soldados unionistas quase perdem a esperança de localizar os mais de 3000
homens de Lee, mas o instinto do jovem Blueberry acaba por levar a melhor e
encontrar os soldados sulistas, não sem que, pelo meio, o jovem sulista tornado
nortista, encontre alguém conhecido.
Satisfeita a curiosidade dos leitores quanto às origens de
Blueberry, Charlier e Giraud puderam então regressar à série principal. Mas a
recepção à nova série foi muito positiva e os leitores continuavam a querer
mais aventuras, acabando os autores por satisfazer a vontade do público, apesar
do editor não ter planeado dar continuidade a esta série. Assim, “Un Yankee
nommé Blueberry” (“Um Ianque chamado Blueberry”) chegava às livrarias em 1978,
com mais três histórias (“Chevauchée vers la mort”, “Private M. S. Blueberry” e
“Chasse à L’homme”), as quais, tal como as do primeiro álbum, tinham sido
publicadas na “Super Pocket Pilote” e foram alvo, também, das mesmas adaptações
para o formato álbum. Na primeira história, Blueberry é capturado pelos
sulistas e reencontra Norton, um seu velho inimigo. Condenado à morte,
Blueberry consegue escapar com a ajuda de um outro soldado a quem falou de um
suposto tesouro escondido nas suas terras e ambos rumam ao sul. O quê os
aguarda, porém, é algo diferente. Em “Private M. S.Blueberry”, depois de ter
novamente fugido, Blueberry chega às linhas nortistas, onde é preso por traição
e condenado a ser executado por fuzilamento. Salvo no último instante,
Blueberry é levado para a retaguarda do exército da união, para ser julgado em
tribunal militar, mas é novamente capturado pelos sulistas, cujo comandante o
nomeia correio. Ao saber que os sulistas são apoiados por um comboio carregado
de mantimentos e munições destinado ao exército, que prepara uma ofensiva
contra o Norte, Blueberry decide destrui-lo e, assim, impedir o avanço. Na
última história, “Chasse à L’homme”, apesar de ter destruído o comboio e ficado
ferido, Blueberry continua a ser considerado um traidor e espião ao serviço do
Sul. No entanto, um encontro com alguém do seu passado, vai impedir que venha a
ser julgado.
Em 1979, “Cavalier Bleu”, o terceiro volume da série, foi editado para grande satisfação do público, que contém as histórias “Double Jeu” e “Tonnerre sur la Sierra”. Na primeira, Blueberry, agora cabo, recebe a missão de escoltar o general nortista Dodge, que tinha sido feito prisioneiro, até ao quartel general das forças sulistas. Antipatizando um com o outro, os dois envolvem-se numa luta, durante a qual Blueberry fica com o nariz partido. Mais tarde, já no barco que os transporta, ambos planejam uma fuga de modo a conseguirem chegar ao sector nortista e entre os dois surge algum respeito. Na segunda história, Blueberry, agora colocado num forte, é incumbido de deter os irmãos Dawson, um bando de cowboys que anda a saquear a região. Durante a sua missão, Blueberry é surpreendido por uma tempestade na serra e tem que se recolher numa cordilheira próxima, onde três homens, sem qualquer razão aparente, o querem matar.
Com a edição destes três álbuns, no entender de Charlier e
Giraud ficava concluída a série dedicada à juventude de Blueberry (que seria
posteriormente conhecida como “O Ciclo
Traidor do Sul” e seria agora possível regressar à série principal.
Giraud aproveitou então para se afastar da personagem do jovem Blueberry, pois
queria explorar e desenvolver a sua outra faceta mais fantástica, através do
pseudónimo “Moebius”, com o qual criou, entre muitas, a série “Incal”, que
revolucionou a banda desenhada franco-belga dos anos 80. Por seu lado, Charlier
continuou a trabalhar nas suas outras séries, incluindo na série principal de
Blueberry, mas passariam cerca de seis anos até que regressasse às aventuras
que narram a juventude do herói. Com Giraud impossibilitado de regressar,
devido aos seus compromissos como Moebius para a série “Incal”, Charlier teve
de procurar um novo artista para desenhar um novo álbum para a Juventude de
Blueberry, surgindo o neo-zelandês Colin Wilson, recomendado pelo próprio
Giraud, que conhecia a sua obra, e que será o desenhador dos álbuns seguintes
da série.
O primeiro, “Les Démons du Missouri” (“Os Demónios do Missouri”),
foi editado em 1985 e dá início a um novo ciclo chamado “O Ciclo Quantrill”, que compreenderá dois álbuns. Blueberry
comanda uma companhia de soldados que, durante uma patrulha na fronteira entre
o Kansas e o Missouri, é atacada por um grupo de rebeldes. Depois de saber que
quem levou a cabo o ataque foi William Quantrill, um fora-da-lei sulista que
comanda cerca de 400 homens do Missouri, Blueberry é incumbido de o encontrar e
matar, acabando por se cruzar com os “Jayhawkers” (desertores do exército
sulista) do ex-senador do Kansas, Jim Lane, que também quer encontrar e
destruir Quantrill. O segundo álbum deste ciclo, “Terreur sur le Kansas” (“Terror
no Kansas”), publicado em 1987, conclui esta aventura. Quantrill e os seus
homens, depois de terem sido encurralados numa mina pelos “Jayhawkers” de Jim
Lane, conseguem escapar e voltam a atacar no Kansas. Lane parte de novo à sua
procura, acompanhado por Blueberry, que tinha sido enviado pelo coronel Totten,
comandante do forte Scott. No entanto, Blueberry fica preocupado quando toma
conhecimento que Jim Lane pretende aprisionar os familares de Quantrill e dos
seus capitães. Quando a tentativa de salvamento levada a cabo por Quantrill
corre mal, causando a morte a inúmeros inocentes, Blueberry é feito
prisioneiro, dado como culpado e condenado à morte. Mas será salvo por alguém
inesperado.
Antes de entrar numa nova década, a série “Blueberry” iria sofrer um duro golpe, com a morte de Jean-Michel Charlier em julho de 1989, temendo-se, então, o pior para as séries, o que não viria a acontecer. O seu filho, Philippe Charlier, autorizou a continuação das aventuras do tenente, tanto na série principal, como na juventude. No entanto, quer o editor Dargaud, quer Philippe Charlier, achavam que Colin Wilson não tinha capacidade suficiente para passar a escrever a série. Antes de morrer, Jean-Michel Charlier deixara escrito parte de um argumento para uma nova aventura da juventude, por isso, a solução seria encontrar alguém que a terminasse. Depois de alguma procura, Wilson sugeriu o nome de François Corteggiani, que já tinha provas dadas em algumas séries e era um confesso admirador de Charlier.
“Le Raid Infernal” (“O Raide Infernal”) foi editado em 1990 e dá início a um novo ciclo, “O Ciclo Caminho-de-Ferro”, que compreenderá dois álbuns, o segundo dos quais, “La Poursuite Impitoyable” (“A Perseguição Implacável”), publicado em 1992, já será escrito integralmente por Corteggiani. Apoiados por um depósito de armas e munições situado atrás das sua linhas, os sulistas concentram uma grande parte do seu exército ao longo da linha ferroviária que liga Atlanta a Nashville. Blueberry voluntaria-se para destruir o depósito, com a ajuda de um grupo de prisioneiros, condenados à morte, de modo a conceder-lhes uma oportunidade de redenção (inspirado no filme “Os 12 Indomáveis Patifes”, que Robert Aldrich realizou em 1967). Depois da missão cumprida, o grupo cai numa armadilha dos sulistas e Blueberry é capturado. Já no campo de prisioneiros para onde foi transferido, o tenente consegue escapar, com o objetivo de sequestrar o comboio do general sulista, Landbetter e assim regressar ao Norte. Mas nem tudo vai correr pelo melhor.
Em 1993, “Trois Hommes pour Atlanta” (“Três Homens para
Atlanta”) deu início ao “Ciclo
Atlanta”, constituído novamente por dois álbuns, sendo o segundo,
“Le Prix du Sang” lançado em 1994. A ação decorre em Atlanta, na Geórgia,
quando Blueberry liberta Homer, um soldado nortista negro, que estava para ser
enforcado por ladrões. O general nortista Sherman quer conquistar Atlanta e
Blueberry, juntamente com Homer e o Sargento Grayson, voluntaria-se para uma
missão de reconhecimento das defesas da cidade, acabando por se cruzar com um
velho conhecido dos tempos em que ainda vivia no Sul. Cumprida a sua missão em Atlanta, Blueberry,
Homer e o Sargento Grayson, descobrem, por acaso, um armazém de víveres para o
exército sulista, escondido numa quinta nos arredores da cidade, e os três vão
tentar destruir o armazém.
Livre dos seus compromissos como “Moebius”, Jean Giraud regressa em 1990 à série principal de Blueberry, para desenhar e completar o argumento de “Arizona Love”, deixado incompleto com a morte de Jean-Michel Charlier. Giraud, que tinha acompanhado o trabalho desenvolvido pela outra equipa na Juventude e entendia que a série estava bem entregue, não se mostrou interessado em voltar a desenhar a mesma. A sua atenção estava voltada para a série principal. Mas um novo golpe aguardava a série “A Juventude de Blueberry”.
Colin Wilson quis sair para se dedicar a outros projetos e sem Giraud para lhe dar continuidade, começou nova procura por outro desenhador para a série. Desta vez, de novo a conselho de Giraud, a escolha recaiu no francês Michel Blanc-Dumont, especialista em westerns e conhecido pela série “Jonathan Cartland”. O novo álbum, “La Solution Pinkerton”, editado em 1998 e já da autoria da nova dupla, foi o primeiro do “Ciclo das Conspirações”, um dos mais longos, constituído ainda por “La piste des maudits” (2000), “Dernier train pour Washington” (2001) e “Il faut tuer Lincoln” (2003).
Em 2005, “Le Boucher de Cincinatti” dá início a um novo ciclo, “Ciclo Conspirações II”, que, desta vez ao contrário do ciclo anterior, seria apenas constituído por dois volumes, sendo o segundo, “La Sirène de Veracruz”, editado no ano seguinte.
Em 2007, Jean Giraud escreve e desenha o álbum “Apaches” para a série principal de Blueberry. Este álbum seria especial, não só porque no final do livro há um regresso ao principio da história e a “Forte Navajo”, como também serviu para unir ambas as séries, de modo a que se possa entender a vida aventurosa de Mike S. Blueberry, independentemente de se começar a leitura pela série principal ou pela Juventude.
Nesse mesmo ano, Corteggiani e Blanc-Dumont iniciam um novo
ciclo da Juventude, o “Ciclo Rothschildien”, constituído por “100 dollars pour mourir”
e “Le Sentier de Larmes”, editado em 2008. Este ciclo deve o seu nome ao Banco
Rothschild (uma espécie de Fundo Monetário Internacional do século XIX) e ao
facto de Blueberry ir no encalço dos raptores de um empregado deste banco, o
Diretor de Projetos, que é o único que sabe a combinação de um cofre carregado
de ouro que vem num comboio.
Jean Giraud tinha planos para desenhar um novo álbum a seguir a “Apaches” e que iniciaria um novo ciclo intitulado “Blueberry 1900”, composto por quatro ou cinco volumes, protagonizado por Blueberry, com 57 anos, e o seu filho, já adulto, e os acontecimentos andariam em redor do assassinato do presidente William McKinley em 1901. No entanto, a morte de Giraud, ocorrida em 2012, cancelou o projeto definitivamente.
Mas a série da Juventude iria continuar para além da morte dos seus criadores. Em 2009, Corteggiani e Blanc-Dumont lançam novo álbum, “1276 Âmes” que iniciava mais um ciclo, o último até ao momento, chamado “Ciclo Redenção”, formado ainda por mais três álbuns: “Rédemption”, em 2010; “Gettysburg”, em 2012 e “Le Convoi des Bannis”, em 2015. Blueberry é incumbido por Allan Pinkerton, chefe dos serviços secretos de Washington, de uma nova missão pelo general Sherman: a sobrinha do general Sheridan, foi raptada da instituição batista onde se encontrava a estudar, pelo pregador Jim Thompson e os seus homens, que querem vingar-se do massacre civil ocorrido no vale de Shenandoah, na Vírginia, onde morreram cerca de 1276 civis (daí o título do álbum), levado a cabo pelas tropas nortistas. Como resgate, é exigida a rendição das tropas nortistas e a renúncia de Abraham Lincoln ao cargo de presidente dos Estados Unidos. Blueberry parte para a missão sem saber que vai direitinho para uma armadilha.
Finalmente, depois de um longo interregno, com a autorização dos herdeiros de Jean-Michel Charlier e Jean Giraud, surge em 2019 “Amertume Apache”, uma nova aventura do Tenente Blueberry da autoria da dupla Joann Sfar e Christophe Blain.
Uma última nota pessoal: será que Blueberry, na sua juventude, terá o privilégio de alguma vez de cruzar com o jovem Tex Willer algures nas grandes pradarias do Oeste?
© 2020 Clube Tex Portugal
Agradecimentos ao Clube Tex Portugal e a Rui Cunha pela gentil permissão para publicar o artigo “A Juventude de Blueberry” no blogue Blueberry.
Afrânio Braga
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