sábado, 24 de agosto de 2024

“Blueberry Edição Definitiva” volume 3 - Editora Pipoca & Nanquim

A ilustração da capa foi extraída daquela do
volume 6 de “Blueberry L’Intégrale” que reprisou
a de “Blueberry” nº 18 “Nez Cassé” (“Nariz-Quebrado”).


A ilustração da contracapa foi extraída da capa de
“Blueberry” nº 21 “Le Dernière carte” (“A Última Cartada”).


A ilustração da lombada é um extrato daquela da capa de
“Blueberry” nº 20 “La Tribo fantôme” (“A Tribo Fantasma”).
 

“Blueberry Edição Definitiva” volume 3

Roteiros: Jean-Michel Charlier
Desenhos: Jean Giraud
Histórias: “O Fora da Lei”, “Angel Face”, “Nariz-Quebrado”, “A Longa Marcha”, “A Tribo Fantasma”, “A Última Cartada”, “O Fim da Trilha”.
Cores: Jean Giraud – “O Fora da Lei”; Quadricromia – “Angel Face”; Évelyne Tran-Lê – “Nariz-Quebrado” e “A Longa Marcha”; Jean Giraud – “A Tribo Fantasma”; Fraisic Marot – “A Última Cartada”; Janet Gale“O Fim da Trilha”.
Direção editorial: Alexandre Callari, Bruno Zago e Daniel Lopes
Impressão e acabamento: Ipsis Gráfica
Idioma: Português
Gênero: Western
Formato: 22,0 X 28,0 X 6,0 cm
Tipo de acabamento: Capa dura
Papel: Offset 90
Número de páginas: 388
Pranchas: 321
Data de publicação: 31 de agosto de 2024
ISBN (livro): 9786554481236
ISBN (e-book): 978-65-5448-124-3
Contém um dossiê de 36 páginas compreendendo “La fin de Pilote et la gestation de Moebius” (“O fim de “Pilote” e a gestação de Moebius”) por Stéphane Beaujean e Vladimir Lecointre (13 páginas) e “Jean-Michel Charlier, de l’autre côté de Blueberry” (“Jean-Michel Charlier, do outro lado de Blueberry”) por Patrice Pellerin (7 páginas) e um dossiê, de 22 páginas, redigido por Stéphane Beaujean e Vladimir Lecointre e intitulado “La réhabilitation de Blueberry” (“A reabilitação de Blueberry”).
Editora Pipoca & Nanquim
São Paulo, São Paulo, Brasil

Blueberry


Em matéria de western, Blueberry constitui a referência absoluta. Foi em 1963, que é criado esse personagem, para “Pilote”1, por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud. Eles estabelecem de saída um sólido soldado que surge como o sósia de Belmondo2. A semelhança se esfumaça ao longo dos episódios.

Blueberry é um cabeçudo: tinhoso, nem sempre respeitador do rigor militar, indisciplinado, ele não hesita, às vezes, em desertar para melhor completar as suas missões. O roteiro utiliza todos os lugares comuns do western americano, com tudo quilo que o qual necessita de reviravoltas e personagens pitorescos (Mc Clure3, Angel Face4, Red Neck, Chihuahua Pearl5, etc. - sem contar os índios que são reabilitados pelos autores, ponto de vista adotado também em “Cartland”6).

Paralelamente ao ciclo clássico da saga de “Blueberry”, Jean Giraud desenha, entre 1968 e 1970, a juventude do futuro tenente7. Essa série retoma seu curso, em 1985, sob o lápis de Colin Wilson8, muito respeitador do estilo imposto por Giraud. Os álbuns, sucessivamente, têm sido editados por Dargaud (22 títulos, o essencial da base), em seguida por Fleurus/Hachette9, 10, depois por Novédi11 e enfim por Alpen12 para a novidade desenhada por Vance13. A Dargaud inicia a reedição dos álbuns “Blueberry”14 com novas maquetes e novas cores15.

N. C.:

1 As duas primeiras pranchas de “Fort Navajo”, a primeira história do Tenente Blueberry, foram publicadas na revista semanal “Pilote” Nº 210, de 31 de outubro de 1963, da editora Dargaud Éditeur;

2 O ator francês Jean-Paul Belmondo, apelidado de Bébel;

3 Jimmy Mc Clure – também McClure – companheiro de aventura, juntamente com Red Neck, do Tenente Blueberry;

4 Angel Face, apelido de Marmaduke O’Saughtnessy, formoso jovem assassino de aluguel;

5 Chihuahua Pearl, apelido de Lily Calloway, bela cantora e dançarina de saloon, cuja carreira estava no auge em Chihuahua, capital do Estado de Chihuahua, México, quando conheceu Mike Blueberry de cujo foi uma de suas namoradas;

6 Jonathan Cartland, personagem western, de uma série homônima, criado pelo roteirista Laurence Harlé e pelo desenhista Michel Blanc-Dumont e lançado, em 1974, em “Lucky Luke”;

7 Histórias publicadas em “Pocket Pilote” e relançadas em álbuns – “La Jeunesse de Blueberry” (“A Juventude de Blueberry”), 1975, “Un Yankee nommé Blueberry” (“Um Ianque Chamado Blueberry”), 1978 e “Cavalier bleu”, 1979;

8 Colin Wilson desenhou seis álbuns da série “La Jeunesse de Blueberry” (“A Juventude de Blueberry”) – três com roteiros de Jean-Michel Charlier e três com roteiros de François Corteggiani, o atual roteirista da série – de 1985 a 1994;

9 A editora Fleurus publicou “La Longue Marche” (“A Longa Marcha”) em 1980;

10 A editora Hachette publicou “La Tribu fantôme” (“A Tribo Fantasma”), em 1982, e “La Dernière carte” (“A Última Cartada”) em 1983;

11 A editora Novedi publicou “Le Bout de la piste” (“O Fim da Pista”) em 1986;

12 A editora Alpen Publishers publicou “Arizona Love” (“Arizona Love”), volume 23 de “Blueberry”, em 1990, “Sur ordre de Washington” e “Mission Sherman”, respectivamente o primeiro e o segundo volume da série “Marshal Blueberry”, em 1991 e 1993;

13 William Vance desenhou, com roteiros de Jean Giraud, os dois primeiros álbuns da série “Marshal Blueberry”, que foi concluída, no terceiro álbum, “Frontière sanglante”, 2000, pelo roteirista Jean Giraud e o desenhista Michel Rouge;

14 A editora Dargaud Éditeur publicou a série “Blueberry” de “Fort Navajo” (“Forte Navajo”), 1965, a “Nez Cassé” (“Nariz Partido”), 1980; depois de 15 anos retomou a publicação, em 1995, com “Mister Blueberry” (“Mister Blueberry”), e relançou os álbuns publicados pelas demais editoras;

15 Os álbuns da série “La Jeunesse de Blueberry” (“A Juventude de Blueberry”) desenhados por Michel Blanc-Dumont, foram pintados, à exceção de “Gettysburg”, por Claudine Blanc-Dumont, a sua esposa, falecida em 10 de outubro de 2012, que também repintou alguns volumes iniciais da série “Blueberry”.


Ciclo do Primeiro Complô Contra Grant
A Decadência de Blueberry

Álbuns 16 e 17: “O Fora da Lei”16 e “Angel Face”17

Colorado e Novo México. Agosto de 1870.

A ilustração da capa de “O Fora da Lei”.

N. C.: 16 “Le Hors-la-loi” (“O Fora da Lei”), Dargaud Éditeur, 4º trimestre de 1974. Pré-publicado em “Pilote”, com o título “L’Outlaw”, do nº 700 (5 de abril de 1973) ao nº 720 (23 de agosto de 1973) mais um anúncio no nº 699.


A ilustração da capa de “Angel Face”.

N. C.: 17 “Angel Face” (“Angel Face”), Dargaud Éditeur, 3º trimestre de 1975. Pré-publicado em “Nouveau Tintin” do nº 1 (16 de setembro de 1975) ao nº 9 (11 de novembro de 1975) mais capa no nº 6.


Ciclo do Segundo Complô Contra Grant
Parte 1. O Crepúsculo da Nação Apache
Álbuns 18 a 20: “Nariz-Quebrado”18, “A Longa Marcha”19 e “A Tribo Fantasma”20
Arizona e Novo México. Outono e Inverno, 1871-72.


A ilustração da capa de “Nariz-Quebrado”.

N. C.: 18 “Nez Cassé” (“Nariz-Quebrado”), Dargaud Éditeur, 1º trimestre de 1980. Pré-publicado em “Super As” do nº 1 (fevereiro de 1979) ao nº 10 (abril de 1979), em seguida em “Métal Hurlant” nº 38 (1º de fevereiro de 1979) e nº 40 (1º de abril de 1979).


A ilustração da capa de “A Longa Marcha”.

N. C.: 19 “La Longue Marche” (“A Longa Marcha”), Éditons Fleurus, 4º trimestre de 1980. Pré-publicado em “Super As” do nº 69 (3 de junho de 1980) ao nº 72 (24 de junho de 1980), em seguida do nº 85 (23 de setembro de 1980) ao nº 87 (7 de outubro de 1980).


A ilustração da capa de “A Longa Marcha”.

N. C.: 19 “La Longue Marche” (“A Longa Marcha”), Éditons Fleurus, 4º trimestre de 1980. Pré-publicado em “Super As” do nº 69 (3 de junho de 1980) ao nº 72 (24 de junho de 1980), em seguida do nº 85 (23 de setembro de 1980) ao nº 87 (7 de outubro de 1980).


Ciclo do Segundo Complô Contra Grant
Parte 2. A Reabilitação de Blueberry
Álbuns 21 e 22: “A Última Cartada”21 e “O Fim da Trilha”22
México e Utah. Início de 1872.


A ilustração da capa de “A Última Cartada”.

N. C.: 21 “La Dernière carte” (“A Última Cartada”), Hachette, novembro de 1983. Publicado em “Spirou” do nº 2380 (24 de novembro de 1983) ao nº 2383 (15 de dezembro de 1983).


A ilustração da capa de “O Fim da Trilha”.

N. C.: 22 “Le Bout de la piste” (“O Fim da Trilha”), Novedi, 1ª edição e edição em grande formato, 1986.




Sinopse

Blueberry um fora da lei? No terceiro volume do faroeste que mudou para sempre a história dos quadrinhos, nosso tenente, transformado em criminoso, fará de tudo para provar sua inocência.

“Blueberry” é a criação máxima da lendária dupla franco-belga Jean-Michel Charlier e Jean Giraud (que mais tarde se tornaria mundialmente conhecido como Moebius). Sessenta anos após a publicação da primeira história desse tenente do Velho Oeste, ela finalmente chega por completo ao Brasil pela editora Pipoca & Nanquim, para a satisfação dos antigos fãs, que nunca tiveram a chance de ler o clássico em sua totalidade, e dos novos leitores, que terão a oportunidade de conhecer um marco universal das histórias em quadrinhos.

No terceiro capítulo da saga, encontramos Blueberry expulso da cavalaria e encarcerado na intransponível Prisão Militar de Francisville, após ter sido falsamente acusado de tentar se apoderar do tesouro confederado. Como nosso ardiloso anti-herói fará para escapar dessa situação e livrar-se de sua nomeação como inimigo público? Fugindo de chavões e lugares-comuns, as respostas para essas e outras perguntas são tão inventivas e impressionantes, que só poderiam mesmo ter saído da mente criativa de Charlier, cujos roteiros, cada vez mais ousados e repletos de reviravoltas, alcançam a plena maturidade temática e artística.

“Blueberry Edição Definitiva” volume 3 traz também o chamado “ciclo dos índios”, uma das fases mais elogiadas pelos fãs do personagem, na qual o ex-tenente, agora procurado em todo o país, junta-se a uma tribo de navajos e, aderindo aos costumes indígenas, adota o nome de Tsi-Na-Pah (“Nariz-Quebrado”). Neste momento, Giraud, já totalmente consumido por seu duplo místico Moebius, encontra-se no auge do traço dinâmico, das cores quentes e dos leiautes engenhosos que consolidariam seu nome como um dos maiores artistas do século 20.

Este volume conta com 388 páginas inteiramente coloridas em papel offset, com capa dura e formato grande, compilando as edições integrais francesas 6 e 7, que reúnem os álbuns: “O Fora da Lei”, “Nariz-Quebrado”, “A Longa Marcha”, “A Tribo Fantasma”, “A Última Cartada” e “O Fim da Trilha”, além de vários textos de apoio, dissecando cada uma das histórias, e diversos outros materiais extras, como rascunhos, capas e até trechos dos roteiros originais. A coleção perfeita, tanto para os amantes do faroeste quanto para os não iniciados que queiram mergulhar de cabeça no universo vasto e apaixonante de Charlier e Giraud.




“Uma fase particularmente densa e complexa do ponto de vista da construção do enredo. [...] Em termos gráficos, Giraud nunca havia esculpido na série com tanta precisão os volumes, os personagens e o cenário. [...] Enquanto Charlier está testando os limites psicológicos do herói em relação à sua situação e ao seu ambiente.”
Stéphane Beaujean e Vladimir Lecointe, no prefácio da edição.


Extratos

As páginas 74 e 75.


As páginas 78 e 79.


As páginas 118 e 119.


As páginas 144 e 145.


As páginas 258 e 259.


As páginas 278 e 279.


As páginas 288 e 289.


As páginas 290 e 291.


As páginas 338 e 339.


As páginas 370 e 371.


As páginas 372 e 373.


Os autores

O criador literário.

Jean-Michel Charlier (1924-1989) nasceu na Bélgica e tem em seu currículo mais de 500 roteiros devotados à televisão, rádio e histórias em quadrinhos, sendo que até os dias de hoje ele é considerado um dos mais importantes escritores de histórias em quadrinhos franco-belgas, por ter sido o criador do ofício de roteirista profissional de histórias em quadrinhos por lá e criado tantas obras-primas. Nos anos 1940, ele entrou para a equipe da revista “Spirou”, na qual desenhou a série de destaque “Bucky Danny”. Ao conhecer o famoso desenhista Jijé  - pseudônimo de Joseph Gillain, autor de “Jerry Spring” e “Spirou & Fantasio” -, ele decidiu abandonar a arte e dedicar-se somente à produção de roteiros. Ele foi um dos fundadores da famosa revista “Pilote”, ao lado de Albert Uderzo (“Asterix”) e René Goscinny (“Asterix”, “Lucky Luke”). Além de “Blueberry”, ele participou das séries “La Patrouille des Castors”, “Marc Dacier”, “Barbe-Rouge”, “Tanguy et Laverdure” e “Le Démon des Caraïbes”.


O criador gráfico.

Jean Giraud (1938-2012), também conhecido como Moebius, é o mais influente nome das histórias em quadrinhos francesas dos últimos 50 anos. Ele começou a trabalhar na área aos dezoito anos e ele se tornou famoso ao desenhar a série de faroeste “Blueberry”, iniciada em 1963. Mas sua reputação mundial veio na década de 1970, quando ele ajudou a fundar a paradigmática revista de fantasia e ficção científica “Métal Hurlant”, onde ele deu vazão às suas mais mirabolantes ideias com um estilo de desenho imaginativo, surreal e completamente inovador. A sua consagração definitiva chegou com o lançamento de “O Incal”, em 1980. Além de centenas de histórias em quadrinhos, ele também colaborou com diversos filmes, como “Alien: o 8º Passageiro” (1979), “Tron” (1982) e “O Quinto Elemento” (1997). Entre seus admiradores estão Federico Fellini, George Lucas, Stan Lee, Hayao Miyazaki, Jiro Taniguchi e Katsuhiro Otomo.

Fontes: Editora Pipoca & Nanquim: imagens da capa, contracapa, lombada e extratos da edição brasileira; textos do expediente, trechos do prefácio e sobre os autores. Dargaud Éditeur, Paris, France: imagens das ilustrações das capas dos álbuns; textos sobre Blueberry e dos ciclos desse volume; e as fotografias dos autores.

A série Blueberry foi criada por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud.
“Blueberry L’Intégrale” © Jean-Michel Charlier / Jean Giraud – Dargaud Éditeur
“Blueberry Edição Definitiva” volume 3 © 2024 Jean-Michel Charlier / Jean Giraud – Editora Pipoca e Nanquim

Afrânio Braga

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2 comentários:

  1. Parabéns por esse excelente Blog que nos ensina sobre esse formidável herói ou anti herói Blueberry. 👏

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    1. Olá, Edi Li! Eu agradeço o seu acesso ao blogue Blueberry e as suas gentis palavras que são um incentivo à melhoria contínua do BB. Saudações blueberryanas! :)

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