“The searchers” – “Rastros de Ódio” (Brasil),
“A Desaparecida” (Portugal) – Jeffrey Hunter e John
Wayne
Blueberry por Laura Zuccheri
A INSPIRAÇÃO DE LAURA ZUCCHERI
|
PARA BLUEBERRY
|
Laura Zuccheri se inspirou em uma cena do filme
“The searchers” (“Sentieri selvaggi”, título na Itália; “Rastros de Ódio”, no
Brasil; “A Desaparecida”, em Portugal; “La Prisonnière du désert”, na França) ao
realizar a ilustração de Blueberry e um cavaleiro para a rubrica Blueberry por...
do blogue Blueberry.
No filme, dirigido por John Ford, Jeffrey Stunter e
John Wayne interpretam, respectivamente, os personagens Martin
Pawley e Ethan Edwards; na ilustração de Laura Zuccheri, os atores são
substituídos, respectivamente, pelo tenente Mike Blueberry e um cavaleiro.
O artigo com a ilustração de Blueberry, cavaleiro do
faroeste e a biografia de Laura
Zuccheri, ilustradora, pintora, desenhista e quadrinista, foi publicado no blogue Blueberry e no Tex Willer Blog
"Rastros de Ódio"
("The searchers", 1956)
É
a obra-prima de John Ford. A revista "New York" o considerou o mais
influente filme americano de todos os tempos. O filme foi homenageado por Wim Wenders em "Paris, Texas" e por Martin
Scorsese em "Taxi Driver". "Rastros de Ódio" tem
interpretações pulsantes e diálogos antológicos. É uma obra cheia de camadas,
talvez seja o filme a que mais vezes assisti na vida; cada vez que vejo de novo
descubro coisas diferentes. Quando "Cidade Baixa", meu primeiro
longa, foi lançado em Londres, eu fui
convidado por um jornalista do "Daily Telegraph" a participar da
coluna Filmmakers on Film, na qual diretores falam do seu filme preferido. Eu
escolhi "Rastros de Ódio", que também era o
favorito do jornalista. Para comemorar a coincidência, ele me convidou para
fazer um tour pela "cidade baixa" londrina.
Sérgio
Machado
Cineasta
Westerns. Cinema Americano por Excelência
“Rastros de Ódio”
“The searchers”, EUA, 1956, 119 minutos
Dirigido por John Ford
Com John Wayne, Jeffrey Hunter, Vera Miles e grande
elenco
O centésimo décimo
quinto título da filmografia de John Ford é a mais complexa de suas
realizações. Extraído de um romance de Alan Le May, “Rastros de Ódio” acompanha a saga
obsessiva de um perdedor amargurado que não acredita em rendições. John Wayne,
na nona parceria com John Ford, é Ethan Edwards, o texano desgarrado. Derrotado
na Guerra de Secessão, ele volta, qual “irmão pródigo”, ao convívio dos seus
depois de vagar pelo México. Um ataque dos comanches arranca de Ethan quase
toda a família, inclusive a cunhada Martha (Dorothy Jordan), a quem
secretamente amou antes de se alistar nas forças confederadas. Sobrevive apenas
a sobrinha Debbie (Lana Wood e Natalie Wood), de aproximadamente 10 anos,
raptada.
Uma jornada de reconhecimento
e perda da alma, com duração aproximada de cinco anos — pontuada de idas e
vindas na companhia do sobrinho torto, o mestiço Martin Pawley (Jeffrey Hunter)
—, leva o individualista e racista Ethan a uma incansável e interminável
procura por seu único laço de sangue. O personagem é um equivalente a Ulisses.
Mas ao contrário do personagem de Homero, não terá casa ou mulher para voltar.
Como se fosse a contraface do comanche morto que ele profanou e amaldiçoou, ele
está condenado a vagar sem rumo certo, entre o vento e a poeira.
Desprestigiado no
lançamento, “Rastros de Ódio” ganhou
reconhecimento com a passagem dos anos. Entre os primeiros a enaltecer esse
filme está o crítico brasileiro Antônio Moniz Viana. Hoje, conta com fãs
ardorosos: Martin Scorsese, Paul Schrader, Steven Spielberg, Curtis Hanson,
John Milius, Brian De Palma, Clint Eastwood, Jean-Luc Godard, Wim Wenders,
George Lucas, além dos falecidos Lindsay Anderson e Akira Kurosawa.
É o mais complexo dos
westerns, protagonizado por um John Wayne assustador, como nunca se viu. Esse
ator, tão desvalorizado, tem como Ethan Edwards um dos grandes papéis do
cinema. O cenário preferido de John Ford, o Monument Valley, originalmente
captado em Technicolor e VistaVision pelas lentes de Winton C. Hoch, assume o
posto de locação das mais emblemáticas do cinema. Não é um mero pano de fundo
ao desenvolvimento da ação. É cenário vivo, espelho revelador da alma
atormentada de Ethan.
José Eugênio Guimarães
Cinéfilo
"Ballade pour un cercueil"
Jean Giraud realizou a capa de
"Ballade pour un cercueil" ("Balada para um Caixão"), álbum
publicado em 1974 pela editora Dargaud, inspirado em uma cena de "The
searchers" (“Rastros de Ódio”, título no Brasil; “A Desaparecida”, em
Portugal; "La prisonnière du désert", na França), filme de John Ford,
lançado em 1956, com John Wayne (Ethan Edwards) e Jeffrey Hunter (Martin
Pawley) na pista dos Comanches, que haviam raptado duas sobrinhas de Ethan, de
cujas sobreviveu Debbie Edwards, interpretada por Natalie Wood. Na ilustração
da capa do volume 15 de “Blueberry”, Mike Blueberry ocupa do lugar de John
Wayne e Jimmy Mc Clure aquele de Jeffrey Hunter.
Fontes
Textos:
"Rastros
de ódio" ("The searchers",
1956), Sérgio Machado, em O cineasta Sérgio
Machado elege os 10 melhores filmes do 'contraditório e complexo' John Ford. O
Globo, Cultura.
“Rastros de Ódio” - “The searchers”, José Eugênio Guimarães, em
Westerns. Cinema Americano por Excelência. Centro de Artes da Universidade
Federal Fluminense – UFF, blog Cine Arte UFF.
"Ballade pour un
cercueil" em Inspirações de Charlier e de Giraud para “Blueberry”, artigo do blogue Blueberry.
Imagens:
A
ilustração Blueberry, cavaleiro do faroeste: Laura Zuccheri.
Do
filme “The searchers” (“Rastros de Ódio”): divulgação.
A série “Blueberry” foi criada por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud
Blueberry © Jean-Michel Charlier / Jean Giraud – Dargaud Éditeur
© As empresas, os autores e os seus herdeiros
legais
Artigo publicado
também em Tex Willer Blog
Nenhum comentário:
Postar um comentário