sábado, 2 de julho de 2022

L’Intégrale Cartland de Laurence Harlé e Michel Blanc-Dumont

 L’INTÉGRALE
CARTLAND


OS AUTORES DA SÉRIE


  Harlé
    Roteiro


  Michel Blanc-Dumont
    Desenho


ReSUMo DA SÉRIE CARTLAND – INTÉGRALE

Jonathan Cartland era apenas um caçador pacífico até ao dia em cujo sua esposa Petite Neige, que acabou de dar um filho a ele, é assassinada. Passado o sabor da vingança, Cartland se alista como batedor do exército americano e parte à descoberta de espaços selvagens do Oeste.

Esse western muito particular é, além disso, um testemunho que faz prova de homenagem ao povo indígena.  O desenho de Blanc-Dumont, de uma rara fineza, sobrepuja em reconstituir as paisagens grandiosas e em desenhar os cavalos que ele aprecia particularmente. O roteiro de Laurence Harlé é documentado, humano, rico em situações originais para um western.

Cartland escapa às convenções do cowboy, é um personagem que luta e duvida, colocando uma dimensão suplementar a essa série. O ritmo de publicação desde 1974 é de aproximadamente um álbum a cada 2 anos.


OS ÁLBUMS DA SÉRIE CARTLAND – INTÉGRALE
3 tomos publicados


Cartland – Intégrale - Tomo 1
204 páginas

A série “Jonathan Cartland” nos faz compartilhar a vida e as aventuras de um caçador da América do Norte no século XIX. Nós seguimos ele na sua errância através dos Estados Unidos da América após o assassinato de sua esposa índia. Um percurso repleto de obstáculos e de encontros apaixonantes ou perigosos. Laurence Harlé e Michel Blanc-Dumont nos mostram outra conquista do Oeste, um western humanista, um drama em cinemascope a redescobrir todas as questões cessantes!!

Alternadamente caçador, batedor, depois guia, beberrão, desesperado, louco apaixonado, Jonathan Cartland está assaz longe dos estereótipos propagados habitualmente pelo western. Personagem preso à dúvida, ele não tem nada de um stakhanovista do revólver que se diverte em atirar em tudo aquilo que se mexe, sobretudo se aquilo que se mexe é de origem indígena. Ao contrário, ele preza os índios, ao ponto de escolher a sua companheira entre eles. Uma bela história de amor que tem por ambiente a natureza primitiva do Oeste indomável, como uma promessa de paraíso perdido.

Mas eis que, nesse país da Cocanha, os verdadeiros selvagens também existem e a esposa de Cartland é assassinada. Desesperado, ele deixa o seu filho à guarda da tribo de sua esposa e ele retorna à cidade onde ele soçobra na bebedeira, antes de partir para aventuras nas quais ele nem sempre sairá indene.

Reunidos nesse primeiro opus de “L’Intégrale Cartland”, os quatro primeiros tomos da série nos permitem travar conhecimento com um dos heróis mais cativantes e mais consistentes da história em quadrinhos dos últimos trinta anos. Não contentes de haver criado um personagem atípico, em ruptura com o tradicional cowboy hollywoodiano, Laurence Harlé e Michel Blanc-Dumont cortam o coração com essa saga de uma suntuosa balada onde a selvageria dos elementos se revela frequentemente menos mortal que a barbárie das paixões humanas.


Cartland – Intégrale - Tomo 2
144 páginas

No início dos anos 70, enquanto “Jeremiah Johnson”1 e “Little Big Man”2 revolucionam o gênero western no cinema, a história em quadrinhos não fica de fora, e sobre os rastos de um Blueberry grosseiro, Michel Blanc-Dumont e Laurence Harlé criam Jonathan Cartland, caçador ecologista, amigo dos índios e em luta incessante com o exército.

Essa série, magnífico hino à liberdade e ao Oeste selvagem, se torna rapidamente uma referência. Esse segundo volume do integral retoma três álbuns: “La Rivière du Vent”, “Les Doigts du Chaoset” e “Silver Canyon”.

N. C.: 1. “Jeremiah Johnson”: “Mais Forte Que a Vingança”, título no Brasil. 2. “Little Big Man”: “Pequeno Grande Homem”, título no Brasil.


Cartland – Intégrale - Tomo 3
144 páginas

Cartland, caçador solitário, cruza o caminho de dois desertores que fugiam das devastações da Guerra de Secessão. Ele encontra igualmente o seu filho, que ele deixou à guarda da tribo indígena de sua esposa, assim como um cavalo magnífico que levará ele à Califórnia.

Esse último integral comportará “Les Survivants de l’ombre”, “L’Enfant Lumière” e “Les Repères du diable”. Três obras-primas de emoção e de humanismo, resultado de um equilíbrio sutil entre a plenitude do desenho de Michel Blanc-Dumont e a escrita sensível e sem concessões do falecido Laurence Harlé.

“Les Survivants de l'ombre” (prêmio de melhor álbum em Angoulême em 1988) nos narra o encontro de Jonathan Cartland com dois “bounty-jumpers”, aqueles soldados que desertavam e depois se realistavam para embolsar o prêmio de alistamento. A Guerra de Secessão então se enfurece, esmagando os homens e deixando feridas, que não cicatrizam, nas almas.

Uma história que diz muito sobre a nossa sociedade “civilizada” e os seus valores. “L’Enfant Lumière” conta como Cartland vai reencontrar o seu filho deixado à guarda de Black Turtle, o pai índio de sua esposa assassinada. Difíceis reencontros que permitirão, no entanto, a esse personagem desenraizado de encontrar um propósito.

“Les Repères du diable”, enfim, onde Cartland é testemunha de fenômenos inexplicáveis e angustiantes atribuídos ao diabo. Mas nosso herói sabe bem que o mal se encontra mais frequentemente no coração dos homens que fora. Na fazenda de Dona Violante o drama fomenta em um ambiente deletério, antes de explodir em uma surpreendente conclusão.

Esses três tomos, que encerram a série, constituem um verdadeiro apogeu, tanto no desenho de Blanc-Dumont, então no ápice de sua maturidade gráfica, quanto na construção das histórias e os diálogos de Laurence Harlé, roteirista inspirado que dá à série o seu humanismo e a sua força.

Fonte: Dargaud Éditeur, Paris, França.

Cartland L’Intégrale © Laurence Harlé / Michel Blanc-Dumont – Dargaud Éditeur


Afrânio Braga

Edições do grupo Média-Participations na Amazon Brasil. Acesse a livraria por um dos links abaixo:




Nenhum comentário:

Postar um comentário