“Blueberry”
Roteirista:
Jean-Michel Charlier
Desenhista:
Jean Giraud
Em
matéria de western, Blueberry constitui a referência absoluta. Foi em 1963, que
é criado esse personagem, para “Pilote”, por Charlier e Giraud. Eles
estabelecem de saída um sólido soldado que surge como o sósia de Belmondo. A
semelhança se esfumaça ao longo dos episódios.
Blueberry
é um cabeçudo: tinhoso, nem sempre respeitador do rigor militar,
indisciplinado, ele não hesita, às vezes, em desertar para melhor completar
suas missões. O roteiro utiliza todos os lugares comuns do western americano,
com tudo quilo que ele precisa de reviravoltas e personagens pitorescos (Mc
Clure, Angel Face, Red Neck, Chihuahua Pearl, etc. - sem contar os índios que
são reabilitados pelos autores, ponto de vista adotado também em “Cartland”).
Paralelamente
ao ciclo clássico da saga de “Blueberry”, Giraud desenha, entre 1968 e 1970, a
juventude do futuro tenente. Essa “série” retoma seu curso, em 1985, sob o lápis
de Colin Wilson, muito respeitador do estilo imposto por Giraud. Os álbuns,
sucessivamente, têm sido editados por Dargaud (22 títulos, o essencial da base),
em seguida por Fleurus/Hachette, depois por Novédi e, enfim, por Alpen para a
novidade desenhada por Vance. A Dargaud inicia a reedição dos álbuns
“Blueberry” como novas maquetes e novas cores.
Fonte:
Dargaud Éditeur.
Fonte das imagens: Bedetheque.
O guia índio de Blueberry, Quanah-de-um-olho-só, ou simplesmente Quanah, é caolho, utiliza um tapa-olho esquerdo, pode ser visto na capa e é um espião dos Apaches infiltrado na Cavalaria. O título do álbum é o seu nome de chefe de guerra, Águia Solitária. Um guia do Exército é chamado, em inglês, de "scout", que também significa "batedor", "explorador".
Afrânio Braga
Editora Mythos
Editora Pipoca e Nanquim
Editora Trem Fantasma
Capa de "L'Aigle solitaire", uma das reedições. |
Prancha 1. |
Prancha 2. |
Prancha 3. |
Prancha 4. |
Prancha 5. |
Ficha técnica
“L’Aigle solitaire”
“Águia
Solitária”
Roteiro:
Jean-Michel Charlier
Desenhos e capa:
Jean Giraud
Cores: Claude Poppé
Volume: 3
Volume: 3
Ano
de publicação da primeira edição: 1967
Número
de pranchas: 46
Gênero:
Western
Preço:
11.99 €
Formato:
22,5x29,8 cm
Público:
Todos os públicos – Família
Dargaud
Éditeur, Paris, França
N.
C.: 1) A notar que o título do álbum não deveria ser “L’Aigle solitaire”, mas “Aigle
Solitaire” somente, sem artigo, porque o título do álbum reproduz o nome do
índio, o qual não tem o artigo. Jean-Yves Brouard. 2) Recolorização: Claudine
Blanc-Dumont.
Fonte
das imagens: Dargaud Éditeur.
A capa da 1ª edição.
A prancha 1 da 1ª edição.
A contracapa da 1ª edição.
Fonte das imagens: Bedetheque.
L'AIGLE
SOLITAIRE
Terceiro episódio
Esse episódio foi publicado em “Pilote” entre 22 de
outubro de 1964 e 8 de abril de 1965.
Jean-Michel Charlier, que muito rápido quebrou,
com Blueberry, os códigos narrativos do western clássico, declara à
época: “O personagem do “herói” foi imposto a nós como anti-herói no sentido
westerniano do termo. O cinema nos habituou a esses folgados, esses
desajustados simpáticos que viviam as aventuras heroicas, apesar, um pouco, de
si mesmos. Na história em quadrinhos, era diferente: esse arquétipo não existia
ainda, nós não víamos os reparadores de injustiças – “solitário e longe de sua
casa” ou não -, que manejava o colt para defender a ordem, a viúva, o órfão e a
Paz americana... Como eu não desejava reanimar esse gênero de personagem,
eu me lembrei daqueles tipos dos quais alguém me falou nos Estados Unidos,
aqueles autênticos cabeças-quente, aqueles “soldados malvados”, cujos o
exército se desembaraçava os enviando aos confins dos lugares perdidos do
Oeste, com a missão oficial de “anular o Índio” e a secreta esperança que eles
se fizessem matar.”.
Fonte:
Blueberry L’Intégrale / 1. Anthology – Les classiques de la bande dessinée.
Charlier – Giraud. Éditions Niffle, Bélgica, 2002.
Após ter salvado o jovem Stanton das garras dos Mescaleros
(ver “Tonerre à l’Ouest”), Blueberry está cansado e se encontra adormecido, em
um bosque, na companhia do rapaz. Ele é descoberto por uma patrulha, que o leva
diretamente ao forte. Ali, recuperado de sua fadiga, o coronel nomeia Blueberry
como escolta para transportar um comboio protegendo as munições para Forte
Bowie. Lá, ele vai ter muito o quê fazer, pois os índios rodeiam e fazem algumas
emboscadas. De mais, no interior do comboio, um homem coloca paus nas rodas
para retardá-los...
Esse terceiro volume das aventuras do tenente Blueberry é
rico em ação e permite perceber que o tenente é um ardiloso estrategista, mas
longe das convenções habituais. Há, por sinal, grandes momentos de ação,
notadamente durante a passagem do rio e quando eles chegam perto do Forte
Bowie. Além disso, é muito espetacular.
Há também bons personagens como Quanah, que não tem um olho,
o scout do comboio e O’Reilly, que traz o humor, pois é o bêbado de plantão. O
antecessor de Jimmy McClure? E se revê Graig, o tenente rigoroso, em Forte
Navajo.
Conclusão: é um excelente álbum, rico em ação, que faz igualmente
avançar a história, pois, no fim da aventura, Blueberry tem conseguido ajustar,
com seu superior, uma negociação com Cochise.
Para ler sem falta!!!
Laurente V
"L'Aigle solitaire" -
"Águia Solitária"
Essa aventura foi
publicada na revista "Pilote" entre 22 de outubro de 1964 e 8 de
abril de 1965, e lançada em álbum em 1967, sendo o terceiro volume do ciclo
Forte Navajo. As Primeiras Guerras Indígenas (álbuns 1 a 5) - Arizona, Novo
México e Texas. Junho de 1867 a Maio de 1868. Acontecimentos históricos:
Negócio Bascom, As Guerras Indígenas e A Construção do Caminho de Ferro. A
reedição, de maio de 2003, traz a ex-colorista da série paralela "A
Juventude de Blueberry", Claudine Blanc-Dumont, como autora das cores.
Na revista “Pilote” Nº 285, de 8 de abril de 1965, o final de
“L’Aigle solitaire” (“Águia Solitária”) anunciou erradamente que o episódio
seguinte seria “La Piste des Apaches” e não o correto “Le Cavalier perdu” (“O
Cavaleiro Perdido”); as primeiras edições, em álbum, mantiveram o erro, que foi
corrigido, também erradamente, para "La Piste des Navajos", episódio
seguinte a "Le Cavalier perdu", até, finalmente, ter esta última
história, a correta, anunciada - "Le Cavalier perdu".
“La Pista des Apaches” (“A Pista dos Apaches”) é uma história
inexistente na série “Blueberry”, há “A Pista dos Navajos” e “A Pista dos
Sioux”, ambas publicadas, pela Editora Abril, no Brasil. No último quadrinho de
“L’Aigle solitaire”, vemos o Tenente Graig a cavalo, rumo ao nascente, cena
inspirada, por Jean Giraud, no tradicional final de “Lucky Luke”, “poor
lonesome cowboy” criado por Morris, cavalgando em direção ao poente.
O guia índio de Blueberry, Quanah-de-um-olho-só, ou simplesmente Quanah, é caolho, utiliza um tapa-olho esquerdo, pode ser visto na capa e é um espião dos Apaches infiltrado na Cavalaria. O título do álbum é o seu nome de chefe de guerra, Águia Solitária. Um guia do Exército é chamado, em inglês, de "scout", que também significa "batedor", "explorador".
"Blueberry"
foi uma publicação mensal da Editora Abril, cuja divisão infanto-juvenil e de
histórias em quadrinhos era chamada de Editora Abril Jovem, ou era uma editora
à parte daquela principal. "Águia Solitária" foi lançado em novembro
de 1990, em cores, sendo o número 2 da série brasileira, enquanto na original
francesa era o terceiro. O formato dos álbuns era um pouco menor do que aqueles
da Dargaud Éditeur, porém as tiras eram do mesmo tamanho.
A Editora Vecchi
ainda chegou a anunciar, no final de "Tempestade no Oeste", o
terceiro episódio da série: "A Águia Solitária"; infelizmente,
Blueberry teve apenas dois volumes pela extinta editora.
A série
“Blueberry” foi criada por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud.
Blueberry nº 3 L'Aigle solitaire © Jean-Michel Charlier / Jean Giraud - Dargaud Éditeur 1967
Blueberry
© Jean-Michel Charlier / Jean Giraud - Dargaud Éditeur
Edições
do grupo Média-Participations na Livraria Amazon Brasil
Editora Mythos
Editora Pipoca e Nanquim
Editora Trem Fantasma
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