Um
polar noir assinado Marini
Entre
traição, vingança e ambiente de filme noir americano, “Noir Burlesque”, o
primeiro romance gráfico de Enrico Marini
Pela equipe Dargaud
10 de novembro de 2022
Um dos
maiores desenhistas atuais, Enrico Marini, assina “Noir Burlesque”, uma suntuosa
e sensual homenagem ao filme noir americano dos anos 1950. Criminosos
irlandeses, máfia italiana, chantagem, roubo de obra de arte e amor impossível:
um roteiro de tirar o fôlego servido por pranchas suntuosas e um grafismo
poderoso.
Um polar hardboiled
Sequência e fim de “Noir Burlesque”, esse díptico que reúne todos os
ingredientes necessários a um bom romance noir: criminosos que sacam
rápido, mulheres fatais que cantam jazz, tipos misteriosos atrás de cortinas venezianas,
ventiladores que sopram um ar úmido enquanto o herói fuma seu cigarro e bebe
seu uísque, tudo apimentado por uma pitada de sexo e de tiroteios loucos.
Com
“Noir Burlesque”, Enrico Marini assina um romance gráfico e é um golpe de
mestre!
Esse polar, inspirado pelos filmes americanos dos
anos 1950, é sombrio à vontade. Em um universo onde reinam o crime e a
violência, os criminosos impõem suas regras. Às suas ordens, pequenos bandidos
dedicados; em seus braços, mulheres fatais de beleza estonteante e ambição
devoradora.
Homenagem ao cinema americano
Estados Unidos da América, anos 1950. Slick espera
Caprice em sua poltrona de hotel. Ela o traiu. Ele veio se vingar. Ela se
prepara em pegar uma pistola escondida em sua bolsa...
Noir Burlesque d'Enrico Marini - Une histoire complète en deux tomes
N. C.: “Noir
Burlesque” de Enrico Marini – Uma história completa em dois tomos
Slick,
gângster, ex-boxeador amador, gambler de
retorno do front, assalta uma joalheria. Os tiras chegam e o motorista que
deveria o esperar fora se escafedeu. Slick não consegue apoderar-se de todas as
joias e, portanto, contrai uma dívida com respeito a Rex, seu “empregador”.
Capriche
é a futura esposa de Rex, uma vedete de
cabaré que ele tirou de um sujeito mau e que, em troca, pertence a ele por
toda a vida. Ele fez de ela uma estrela: uma
dançarina burlesca em sua boate da noite, o Rex Night Club.
Caprice
e Slick eram amantes antes da partida desse último para a guerra, mas Rex conta
muito em guardar sua futura esposa, recuperar seu dinheiro e se desembaraçar de
seus inimigos.
“ |
Como em um velho filme de gângsteres
americano, Enrico Marini convoca um bando de criminosos e de mulheres fatais
para um polar em preto e branco... e vermelho flamejante. |
Le Parisien
Week-End |
O
cenário está plantado; a história se
desenrola sem obstáculo, implacável. Enrico Marini trabalha seus personagens,
os impeli ao limite da caricatura, sem nunca os esmaecer.
Um grafismo noir
Mas
o autor é também um desenhista renomado e nos oferece pranchas suntuosas, entre negrura e sensualidade.
“ |
Um claro sucesso. Uma homenagem cintilante
de Enrico Marini aos filmes noirs hollywoodianos. Le Figaro |
Os
cortes e os enquadramentos muito largos, das vinhetas mudas às páginas cheias,
dão uma dimensão cinematográfica ao conjunto.
Nós olhamos o álbum tanto quanto
nós o lemos. O
autor se inspirou em numerosos filmes, séries e universo noir para criar esse
polar magnético: “Casablanca”, “Estrada para Perdição”, “Los Angeles – Cidade
Proibida”, “O Segredo das Joias”, “Peaky Blinders”...
Coup de cœur libraires - Momie (Lyon) - Noir Burlesque
Vá à
livraria para descobrir “Noir Burlesque”:
Boa leitura!
Fonte: Dargaud Éditeur, Paris, França.
N. C.:
Hardboiled. Termo americano que significa
“cozido”, “fervido”. A partir dos anos 1920-1930 se tornou de uso comum para
definir aquele gênero de literatura policial que tem por protagonistas
detetives e investigadores particulares: histórias duras, brutas e alta taxa de
violência, onde frequentemente o herói faz recurso dos mesmos métodos dos
criminosos, que deve enfrentar, para sobreviver aos eventos.
Noir. Termo francês que designa os assim ditos
“romances sombrios”, ou seja, aqueles que contam histórias do ponto de vista
criminal. Para os franceses, a palavra noir é também sinônimo de literatura
policial em sentido lato, e precisamente “Série Noire” é o nome da mais popular
coleção dedicada a esse gênero narrativo, nascida nos anos 1940 junto às
edições Gallimard por vontade de Marcel Duhamel, e comparável, por longevidade
e conteúdos, àquela italiana dos “Libri Gialli” Mondadori. Dos anos 1940 em diante, o termo foi apropriada
pela gíria cinematográfica de língua anglo-saxônica para indicar os filmes de
roteiro “fosco” que tratam de gângsteres, detetives, assaltos, chantagens,
intrigas, histórias de adultério que findam em delito. No uso italiano, noir se
contrapõe a “giallo”, distinguindo aquele particular filão da literatura
policial no qual os crimes ficam impunes, ou o protagonista é o delinquente ou
um personagem que assume as suas atitudes.
Polar. Termo francês que designa a literatura
(e o cinema) policial; nasce da contração das palavras policier e littérature.
Fonte: “Enciclopedia della
Letteratura”, Garzanti, em Gli articoli di Wuz.it –
Maremosso.
N. C.: Do inglês: Gambler: jogador; Front: frente de
batalha (militar).
Noir Burlesque © Enrico Marini - Dargaud Éditeur
Un polar signé Marini © 2022 Dargaud Éditeur
A editora Trem Fantasma publica “Noir Burlesque” no
Brasil.
Afrânio Braga
Artigos do blogue Blueberry
com Enrico Marini:
Sou um fã recente do Blueberry e acabei descobrindo o blog hoje, tenho muuuita coisa para desfrutar aqui!
ResponderExcluirQueria saber se existe algum canal para conseguir as edições da Meriberica, adquiri oito volumes no mercado livre e quero mais! :)
Caro Shield Boy, a editora Pipoca & Nanquim publicará as 29 histórias da série "Blueberry" em quatro integrais. Saiba mais em um artigo do blogue Blueberry sobre essa coleção: https://blueberrybr.blogspot.com/2023/02/pipoca-nanquim-apresenta-blueberry.html
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