Jean
Giraud,
o criador
gráfico de Blueberry
Jean Giraud. |
Jean GIRAUD
Nasceu em 8 de maio
de 1938 em Fontenay-sous-Bois, França. Estudou desenho na «Arts Appliqués».
Fascinado desde sua juventude pela História em Quadrinhos, foi naturalmente que se
dirigiu por essa estrada. Estreou em 1956 na revista “Far West”. Entre 1961 e 1966,
colaborou como ilustrador da “Encyclopédie Hachette”. Entrementes, conheceu
Jijé, com o qual trabalhou. Para a revista “Pilote” criou o Tenente Blueberry.
Assinou a série com o pseudônimo de Gir. Paralelamente, como Mœbius, fez histórias fantásticas para “Hara-Kiri”. Em 1975,
fundou com Jean-Pierre Dionnet, Bernard Farkas e Philippe Druillet a revista
“Métal Hurlant”. Ele evoluiu muito depois de numerosas atividades fora de
Blueberry - Giraud o reviveu sempre: demonstração de apego à série. Após o falecimento
de Jean-Michel Charlier, ele assinou, sozinho, os roteiros e criou “Marshal
Blueberry”.
Fonte: PIZZOLI, Daniel. Il était une
fois Blueberry. Paris, França: Dargaud Éditeur, 1995.
Jean Henri Gaston Giraud faleceu em
10 de março de 2012. O artista francês também era conhecido, artisticamente,
por Gir, para o western, e Mœbius, para a ficção científica. Ele é considerado,
por muitos dos seus colegas e pelos fãs, no mundo inteiro, como o melhor
desenhista de histórias em quadrinhos de todos os tempos.
Jean Giraud criou o pseudônimo Gir
porque a sua assinatura tinha as mesmas iniciais daquela de Joseph Gillain, o
seu antigo mestre; mas tarde, ele adotou também o pseudônimo de Mœbius,
como é mais conhecido em alguns países, como os Estados Unidos e o Japão.
A série “Marshal Blueberry” apresenta
Blueberry como Delegado Federal e teve três álbuns com roteiros de Jean Giraud
e desenhos de William Vance, os dois primeiros - "Sur ordre de Washington" (“Sobre Ordem de Washington”) e "Mission Sherman (“Missão Sherman”) - e Michel Rouge, o último - "Frontière sanglante" (“Fronteira Sangrenta”).
Autorretrato de Jean Giraud, 1973.
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Alguns depoimentos de Jean Giraud
“Fui eu quem achou o nome
Blueberry no sumário de um número de "Magazine Géographique".
Blueberry nasceu do encontro de dois apaixonados pelo western. Contrariamente
àquilo que alguém possa acreditar, o lado transgressivo e subversivo do
personagem – militar insubordinado, beberrão, fumante, jogador, mulherengo e
cabeçudo – vem de Charlier. Eu creio que ele representa o pensamento de toda
uma juventude, que eu vivi, os cabelos longos, despenteado e desalinhado.
Outrossim, isso corresponde a uma parte secreta de sua personalidade, ele a
suprime da disciplina e da produtividade. "Blueberry" pertence a um
estilo realista, isso é uma tentativa honesta de transcrever para que o leitor
acredite, sem esforço, na aventura que ele está lendo. Alguém chamou isso de
história em quadrinhos franco-belga. Do meu ponto de vista, isso seria antes
uma tradição americana-européia, porque tudo nasceu na idade de ouro da HQ
americana com Milton Caniff. "Blueberry" não esgota jamais a minha
inspiração, ele representa a cada vez um novo desafio técnico."
"Blueberry não pode nunca
morrer, eu tive a certeza e a prova depois que li a biografia que Charlier
escreveu antes de nos deixar. Ele é um personagem muito mais rico que alguém
pudesse imaginar no lançamento. Segundo Jean-Michel, Blueberry é capaz de
rodear Eliot Ness. A história, de um tipo como ele, não pode nunca ter fim...”
Jean Giraud em "Les
Dossiers de la Bande Dessinée" nº 27, junho/julho de 2005. BFB, Paris, França, 2005.
Blueberry: "Um
gêmeo, um irmão, mais ainda... Blueberry sou eu, eu querendo ou não! Um dia,
quando eu era criança, eu cortei o nariz, muito seriamente, brincando na rua.
Minha mãe, a pé, me levou ao dispensário em seus braços. Ao chegar - eu guardo
uma lembrança muito forte disso -, sua camisa estava coberta de sangue. Eu
disse para mim que Blueberry, com seu nariz partido e seus perpétuos
aborrecimentos, poderia ser um ressurgimento desse acontecimento... Seja o que
for, eu tenho por ele uma enorme afeição. Sua sobrevivência obstinada termina
por ser admirável, igualmente o seu dom de atrair problemas. Eu disse para mim,
às vezes, que sua vida não é exatamente uma vida, mas, no fundo, poderia ser
que fosse exatamente ao contrário: se gerar dos aborrecimentos foi uma maneira
incomparável de se sentir existir..."
Trabalho: “Blueberry,
foi também uma história de colas, de papéis, de lápis, de tinta... Um artesanato,
que respondeu às necessidades da sobrevivência cotidiana. Eu jamais esqueço.
Mas eu sou igualmente consciente de ter um grande privilégio: eu tive a
oportunidade de poder fazer um trabalho, aquele de artista, que também é um
jogo.”
Jean Giraud em “Giraud
par Giraud, de A à Z”, publicado em "Mister Blueberry. Dossier
de Presse", Dargaud Éditeur, Paris, França, 1995.
Afrânio Braga
Edições do grupo
Média-Participations na Livraria Amazon Brasil
Muito bacana, esta "avalanche" de informações; Valeu!
ResponderExcluirLuiz,
ResponderExcluirem junho vindouro, eu publicarei mais material no blogue de Blueberry, o Tenente mais amado do Oeste.
Gostaria de ter conhecimento sobre algum livro guia mostrando o trabalho e evolução grafica do Jean Giraud.
ResponderExcluirMountain Man, no próprio blogue Blueberry é possível saber sobre a obra e a evolução gráfica de Jean Giraud Moebius.
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